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Para comemorar a data de aniversário, em João Pessoa, Funesc abre exposição coletiva de grafite e promove concerto com a Orquestra Sinfônica da Paraíba

Espaço Cultural celebra 40 anos

publicado: 13/04/2022 08h58, última modificação: 13/04/2022 08h58
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Foto: Marcus Antonius/Arquivo A União

por Guilherme Cabral*

Um dos equipamentos mais importantes na área da cultura da Paraíba, o Espaço Cultural José Lins do Rego – construído e entregue em 1982, na gestão do então governador do Estado, Tarcísio Burity (1938-2003) – está completando, hoje, 40 anos de fundação. No intuito de celebrar a data, o presidente da Funesc, Pedro Santos, informou que será aberta a partir das 17h, na Praça do Povo da entidade, situada na cidade de João Pessoa, a exposição coletiva de grafite de 14 artistas, Colores, cujo tema gira em torno do aniversário da entidade. A mostra gratuita permanecerá aberta à visitação do público durante todo o mês de abril. Desses artistas selecionados, oito são mulheres.

Os painéis foram produzidos por Alexandre Guerra, Babilônia (Acervo 03), Camô Criativa, Fatos, Fany Miranda, Fly, Hicor, Kalyne Lima (Crew’Olinas), Martim, Mulinga (Acervo 03), Thaynha, Witch, Yums, Zona.

Na ocasião, também haverá o lançamento de mais um edital da Mostra de Artes Visuais Panapaná. “A Funesc vai selecionar oito artistas da Paraíba, que vão receber uma mentoria para o desenvolvimento de obras que, posteriormente, serão expostas em novembro”, detalhou Pedro Santos.

Já às 20h30, haverá a realização da segunda apresentação da temporada 2022 da Orquestra Sinfônica da Paraíba (OSPB), na Sala de Concertos Maestro José Siqueira, sob a regência do maestro-titular, Luiz Carlos Durier, com a participação da oboísta pernambucana Maria Santos como solista. O acesso é gratuito, mas é preciso retirar o ingresso na bilheteria, a partir das 19h, e apresentar, na entrada, a carteira de vacinação da Covid-19 com o esquema vacinal completo. O limite do público será de acordo com o número de cadeiras do recinto, já que o decreto publicado na última quinta-feira (dia 7), no Diário Oficial do Estado, permite a realização de eventos culturais com 100% da capacidade do local.

O concerto da OSPB foi antecipado para seguir a programação original de inauguração do Espaço Cultural. A apresentação será aberta com a execução de ‘Toada’, de José Siqueira; em seguida, a oboísta Maria Santos participará, como solista, do ‘Concerto para Oboé e Cordas, em Dó Menor’, do italiano Domênico Cimarosa; depois, o público ouvirá ‘A Festa de Baltazar, Op. 51 (Marcha Oriental, Solitude, Noturno e Dança de Khadra)’, do finlandês Jean Sibelius; ‘Wedgwood Blue’ e ‘Santuário do Coração – Meditação Religiosa’, ambas do inglês Albert Ketèlby; e o concerto será finalizado com a ‘Sinfonia n°. 35 em Ré Maior, K. 385 – Haffner’, do austríaco Wolfgang Amadeus Mozart.

O presidente da Funesc confessou sua satisfação de ser o gestor da entidade na ocasião em que o Espaço Cultural celebra quatro décadas de existência. “É um sentimento que navega entre a honra, por poder estar vivendo este momento, e a responsabilidade, já que a pandemia é um dos piores momentos da humanidade. Todas as atividades do Espaço Cultural estão funcionando com 100%, ou seja, com plena capacidade, e isso também é um wmotivo de comemoração”, disse Santos.

Referindo-se à exposição de grafite Colores, que será aberta hoje, o gestor informou que a coletiva é integrada por 14 artistas oriundos das cidades de João Pessoa, Campina Grande, Patos e São José de Piranhas, selecionados em edital 2022 da Funesc e cujas obras foram produzidas nas dependências do Espaço Cultural. “Estamos avaliando fazer essa mostra circular pelo interior, a princípio por Campina Grande, Patos e Cajazeiras, ao longo do ano”, disse ele, acrescentando que outros equipamentos da Fundação estão funcionando, a exemplo do Planetário, o Cine Bangüê, a Galeria Archidy Picado, o Museu José Lins do Rego e o recém-inaugurado Memorial Abelardo da Hora. Além do presencial, tem os projetos virtuais presentes no canal do YouTube da Fundação.

Política de interiorização cultural

Pedro Santos ainda ressaltou a política de interiorização das ações da Fundação Espaço Cultural, que parte do pressuposto de que a instituição precisa contemplar a Paraíba com ações e eventos. “Em 2022, pela primeira vez, a Funesc vai ter condições de chegar a 55 cidades com mais de 20 projetos. Alguns desses projetos, por exemplo, são o ‘De Repente na Estrada’; a caravana ‘Interatos’, que é a circulação de teatro, dança e circo; a caravana ‘Agosto das Letras’ e as oficinas de organização de carreiras artísticas, que consistem em produtores culturais para atuarem em 36 cidades para prestar consultoria sobre como os artistas podem organizar suas carreiras. Já houve oficinas em Solânea, Mamanguape, Sobrado e Guarabira e serão realizadas em outras, como Poço de José de Moura, Juru, Congo, Umbuzeiro, Coremas, Picuí e deverá se encerrar em João Pessoa. O processo de interiorização busca, basicamente, alcançar dois objetivos: proporcionar que as cidades tenham acesso à produção cultural da Paraíba e, junto a isso, promover intercâmbio de experiência entre os artistas”, explicou ele.

Além dos diversos setores da Funesc já em atividade, o gestor antecipou que, a partir da primeira semana de maio, serão retomadas as sessões comerciais do Cine Bangüê. “Por ora, o cinema tem funcionado com sessões especiais, como aconteceu, por exemplo, com a mostra de filmes franceses em homenagem à mulher, em março passado”, comentou Pedro Santos.

Na opinião do gestor, o Espaço Cultural não é somente um dos equipamentos mais importantes do segmento da cultura na Paraíba. “Eu diria mais: também é em âmbito nacional, uma vez que passaram pelo local vários artistas do Brasil. E também tem uma história afetiva e de carinho, uma memória afetiva da população com esse equipamento”, justificou ele.

A relação de Pedro Santos com o Espaço Cultural é de longa data. “Eu lembro que, quando era pequeno, minha mãe, que era professora da rede estadual de ensino, vinha receber o salário na Funesc, onde o pagamento era feito. Ela costumava aproveitar para circular comigo pelas dependências do Espaço Cultural. Então, o meu primeiro contato foi na infância, quando eu pude conhecer o Planetário e a biblioteca, que eu gostava muito, pois tinha espaço infantil, e as feiras na Praça do Povo. Na adolescência, passei a assistir os grandes festivais e shows de rock no gênero hardcore no Teatro de Arena, onde eu ia muito. E, hoje, ser o gestor da entidade é motivo de satisfação e orgulho”, disse o presidente da Funesc.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 13 de abril de 2022