Lucas Silva - Especial para A União
" A temática trabalhada no espetáculo a cada dia fica mais atual. Nesses últimos anos a homofobia no mundo inteiro, não sei se cresceu, mas ela ficou tão explícita”, relatou a diretora Margarida Peixoto que está a frente do mais novo espetáculo “Os Homens do Triângulo Rosa". Chegando à capital amanhã, a peça teatral tem curta temporada na cidade. A encenação acontece no Teatro Paulo Pontes, às 20h. Os ingressos, que custam R$ 20 (inteira) e R$ 10 meia-entrada, podem ser adquiridos antecipadamente nos pontos de venda, Lojas Furtacor, e na bilheteria do evento.
Algo importante a se destacar é que, além da peça teatral encenada, a diretora da montagem traz ainda, de forma gratuita, uma oficina teatral destinada a grupos e artistas locais. Para se inscrever, os interessados precisam enviar um e-amail para oshomensdotriangulorosa@gmail.com com o título “Oficina em João Pessoa” e um breve currículo. A atividade tem início dia 23 e acontece das 14h às 18h no Espaço Cultural.
Quem participar da atividade irá trabalhar a “Presença e eloquência: procedimentos para a construção da cena”, com os arte-educadores e adores Margarida Peixoto (atriz e diretora teatral) e Marcelo Ádams (ator e dramaturgo).
Como dito anteriormente, o espetáculo fica por pouco tempo em João Pessoa, mas vem com uma proposta de fazer um debate sobre homofobia, intolerância e o processo de pesquisa que deu origem a elaboração do projeto artístico.
“Espero que o espetáculo tenha desdobramento nos conceitos pessoais, meus, e das pessoas, nos valores e no pensar o outro”, comentou a diretora da peça Margarida Peixoto.
A montagem, que tem dramaturgia de Marcelo Ádams, traz uma das histórias mais impactantes, entretanto, pouco conhecidas da Segunda Guerra Mundial: a perseguição aos homossexuais pelo regime nazista, na Alemanha das décadas de 1930 e 1940.
“Triângulo Rosa”. Essa era a forma como eram denominados os prisioneiros homossexuais dos campos de concentração, porque levavam em seus uniformes a insígnia que os discriminava, considerados inferiores a todos os outros prisioneiros, como judeus, ciganos e criminosos comuns.
Em outras palavras, é discorrido em forma de performance a história de homens que sofreram com a brutalidade daqueles tempos, mas que encontraram, mesmo em condições terríveis, um lugar para o amor. Um espetáculo de grande força e contundência dramática, mas que abre espaço para a poesia e a esperança.
A peça integra o projeto “Os Homens do Triângulo Rosa – Circulação”, financiado pela Lei Rouanet/Ministério da Cultura e patrocínio da Petrobras, que além de passar por João Pessoa, iniciou as ações em Maceió, no Estado de Alagoas.
Além disso, conquistou o Prêmio Funarte de Teatro Myriam Muniz para sua montagem, o Prêmio Braskem em Cena de melhor ator (Marcelo Ádams), o Prêmio Açorianos de melhor ator coadjuvante (Frederico Vasques) e o Prêmio Cena Inesquecível, oferecido pela Escola de Espectadores de Porto Alegre.
Fazem parte desse grande projeto o elenco de atores: Marcelo Ádams, Frederico Vasques, Gustavo Susin, Gisela Habeyche, Alex Limberger, Pedro Delgado e Edgar Rosa.
A Cia Teatro ao Quadrado, em atividade desde 2002, tem como principais características de suas encenações a investigação dramatúrgica e a ênfase no trabalho do ator. Mantém uma produção ininterrupta em artes cênicas na cidade de Porto Alegre, tendo em seu histórico mais de dez montagens e treze prêmios.