Guilherme Cabral
Memórias, desejo, solidão, amor e perdas são ingredientes no enredo do espetáculo intitulado 503, dirigido pelo cearense - radicado na Paraíba - João Paulo Soares e encenado por um grupo de cinco atores e cuja estreia, em primeira curta temporada, acontece hoje e amanhã, sempre a partir das 20h, no Núcleo de Arte Contemporânea (NAC) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), em João Pessoa. Os ingressos, aos preços de R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia), serão distribuídos no local, que tem capacidade para 36 lugares, uma hora antes do início da apresentação. A Classificação Indicativa é de 16 anos de idade.
“O espetáculo é um drama contemporâneo, pois aborda temas que são vividos pelas pessoas na sociedade atual. É um exercício cênico que nós estamos fazendo e sentimos a necessidade de apresentá-lo ao público, de quem ouviremos sugestões, durante a apresentação”, disse para o jornal A União Buda Lira, um dos atores de 503, cujo elenco ainda inclui Daniel Porpino, Geyson Luiz, Paulo Henrique Pontes e a paulista - radicada no Rio de Janeiro - Vanessa Bueno, que participa em vídeo que faz parte da estrutura da montagem e é exibido durante o desenrolar da trama.
Buda Lira, que também co-assina o roteiro com Daniel Porpino, João Paulo Soares e Paulo Henrique Pontes, acrescentou que a ideia básica do 503 - a de um homem que procura uma companheira - é do diretor, João Paulo Soares, que incluiu textos dos autores Jean Cocteau, Pier Paolo Pasolini, Dalton Trevisan, Benjamin Bradford, Eduardo Robertain e do ator Daniel Porpino. “O enredo fala de desejo, solidão e desencontro”, disse ele, antecipando que, depois desta curta temporada, a intenção é retomar o espetáculo em janeiro de 2017, com a realização de ensaios para, no primeiro semestre do próximo ano, se apresentar, novamente, em João Pessoa e em outras cidades. Além disso, a busca por uma atuação em espaços não convencionais de teatro e o diálogo com a performance e o cinema são alvos desse projeto cênico.
Resultado dos encontros do diretor João Paulo Soares com alunos de cursos que ele vem realizando em João Pessoa e, também, da vivência com o grupo de teatro Piollin, sediado na capital paraibana, no espetáculo, a distinção entre o real e o imaginário, a verdade e a mentira são questões que surgem para um homem comum que descobre um par de olhos na porta do apartamento 503, daí advindo o título da montagem, que dura 60 minutos. Sem perceber, ele e a desconhecida, moradora daquele imóvel, ficam presos em um labirinto de memórias, desejo, amor e perdas.
Já o diretor do espetáculo, João Paulo Soares, também é ator, se formou pela Faculdade da Cidade - Rio de Janeiro - e realizou cursos no Greenhill College e no Stanmore College, ambos em Londres, capital da Inglaterra, na Europa. Sob a direção de Haroldo Rêgo, ele atuou no espetáculo do Grupo Piollin cujo título é A Gaivota, do russo Anton Tchekhov, com o qual excursionou por várias cidades brasileiras. No cinema, entre os principais trabalhos de João Paulo estão o Folia de Reis, longa-metragem inédito, com direção de Rosemberg Cariry, e Disseram que voltei americanizada, curta de ficção dirigido por Vítor Ângelo. Atualmente, ele integra o Piollin, coordena e dirige leituras, oficinas e cursos de teatro e ministra aulas de teatro no Centro Estadual de Arte da Paraíba (Cearte).