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Evento debate a evolução no mercado da música

publicado: 05/09/2017 00h05, última modificação: 05/09/2017 08h11
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O gestor de Comunicação e Marketing do ‘Agenda Viva’, Gil Sabino e o presidente da Associação Brasileira da Música Independente, Wilson Souto - Foto: Divulgação

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Guilherme Cabral

“O mercado musical assiste a um renascimento, após o violento “ataque” da “pirataria” aos suportes digitais (CDs, DVDs, etc). Mas temos pela frente um desafio maior representado pela competição com mercados musicais mais desenvolvidos financeiramente e tecnologicamente. Se não estivermos atentos seremos invadidos por esses mercados, e isso passa pela nossa questão cultural”. A declaração foi feita na entrevista concedida por e-mail para o jornal A União pelo produtor artístico, diretor presidente da Atração Fonográfica e atual presidente da Associação Brasileira da Música Independente (ABMI), Wilson Souto Júnior, que, como convidado especial, vem de São Paulo para liderar a mesa redonda sobre o tema “Do Vinil ao Streaming - A Evolução no mercado musical”, que se realiza hoje, a partir das 19h, no Auditório Cine Aruanda, instalado no Centro de Comunicação, Turismo e Artes (CCTA) do Campus I da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), localizado na cidade de João Pessoa. A programação do evento, que também terá as participações de jornalistas da área cultural da Paraíba no debate e cuja entrada é gratuita ao público, inclui exposição temática da Oliver Discos. 

No entanto, na esteira desse desafio que se avizinha, o músico Wilson Souto Júnior - que também é membro da Comissão Nacional de Incentivo à Cultura (CNIC) - foi indagado, ainda, sobre se é possível tentar prever o que o futuro reserva para a indústria fonográfica no Brasil e em âmbito mundial. “Temos potencial criativo de sobra para esta competição, mais uma vez pelo legado de nossa formação tão rica de influências multiculturais. Mas não podemos nos esquecer: nosso mercado é “objeto de ambição mundial pelo seu potencial econômico. Eu não me iludiria. Ou nós nos impomos, ou seremos um mercado importador da música de países economicamente mais desenvolvidos”, respondeu ele, que, atualmente, coordena os conteúdos das plataformas digitais das empresas TSTI e Trilha Sonora Som e Imagem.

Wilson Souto também ressaltou a importância do evento, que é realizado pelo projeto Agenda Viva, WSCom e CCTA da Universidade Federal da Paraíba, com o apoio de A União - Superintendência de Imprensa e Editora, Associação Paraibana de Imprensa (API), rádios Tabajara e Arapuan, além da Oliver Discos, Picuí Praia e emissoras de TV UFPB, Empreender, Câmara e Master. “Através de um breve histórico da evolução dos “suportes” que embalaram e embalam o material sonoro (fluxo sonoro), apresentarei uma visão do fortalecimento interno de nossa indústria cultural e o ”potencial de exteriorização” de mercado para a música brasileira”, disse ele. Além disso, antecipou um pouco do que falará, na ocasião da mesa redonda. “Uma breve “linha do tempo” da música brasileira, que começa em 1902 e chega até os dias atuais, e os “eventos” que influenciaram e impediram sua expansão e exteriorização”, revelou o diretor presidente da Atração Fonográfica.

“A música brasileira, graças à riqueza cultural de nosso país, já poderia ter conquistado um significativo mercado internacional”, garantiu Wilson Souto, ao analisar a evolução registrada na indústria fonográfica. “Vários equívocos contribuiriam para que isso não se efetivasse”, lamentou o presidente da Associação Brasileira da Música Independente, que também comentou a questão do disco de vinil, o qual praticamente desapareceu do mercado nacional, com o advento do CD. No entanto, o “velho” LP (long play), ou “bolachão”, parece ensaiar um retorno à cena, no intuito de atender aos saudosistas e, ainda, quem sabe?, atrair alguém da nova geração. “Sim, é um suporte mecânico/analógico que, graças a seu formato (capa, encartes, etc.) e a própria banda de reprodução sonora, tem as suas vantagens, porém, estas mesmas vantagens podem ser assimiladas e desenvolvidas nas “novas tecnologias digitais” e é, sem dúvida, um objeto lindíssimo. Mas ficará como  legado de um tempo”, disse o produtor artístico.

- O streaming, ou fluxo sonoro, era de fato reproduzido desde os primórdios dos registros sonoros. Mas a digitalização deste “fluxo” criou a possibilidade da música navegar pela internet e estar acessível em qualquer lugar do planeta, através de plataformas musicais”, disse Wilson Souto, ao falar a respeito do tema da mesa redonda, que também terá as participações dos jornalistas Walter Santos (WSCOM), Gi Ismael (TV Cabo Branco), Carlos Aranha, pelo jornal A União, onde é colaborador e já publicou colunas sobre música há algumas décadas; André Cananéia (CMJP), Olga Costa (fotógrafa, radialista e produtora do Jardim Elétrico), Jamarri Nogueira (Rádio Tabajara FM) e do maestro Carlos Anísio (UFPB).