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Exposiação ‘Desconstrução’ abre nesta 4ª-feira, na capital

publicado: 06/06/2018 00h05, última modificação: 06/06/2018 08h23
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A artista plástica paraibana G. Lellys Nóbrega é a autora da mostra que fica em cartaz até o próximo dia 23 - Foto: Divulgação

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Kubitschek Pinheiro
Especial para A União

“Desconstrução” - é com esse título que a artista plástica paraibana G. Lellys Nóbrega vai inaugurar sua primeira exposição, nesta quarta-feira (6), às 19h, na Usina Cultura da Energisa. São dez esculturas em variados tamanhos e vinte e duas pinturas geométricas sobre papel linho e sobre tela. O artista plástico Dyógenes Chaves é o curador da Mostra, que ficará aberta para visitação até o dia 23 deste mês.

O pontapé para a decisão da artista abrir a individual veio de sua participação na primeira edição do Salão Multicultural da Paraíba, realizado em outubro de 2017, em Campina Grande “Fui estimulada por amigos como Alexandre Filho e Luís Tananduba que são das artes e afirmaram que meu trabalho estava pronto pra qualquer mostra”, informa.

Em “Desconstrução”, a artista vai apresentar a série inicial de esculturas cujo foco é o “clipe”, esse que usamos para anexar papéis. Cada peça contém um desenho e todas se encaixam como módulos de um quebra-cabeça. Além das pinturas geométricas.

“Desde criança, ao me deparar com um clipe, meu desafio era colocá-lo “em pé”. E durante uma conversa ou um instante de distração, tendo à mão lápis e papel riscava formas geométricas e se gostasse do resultado guardava”, revela .

A Mostra recebeu esse nome de Desconstrução, “porque é direcionada ao que era o clipe, por mostrar algo tão simples, conhecido de todos, em formas tão diferentes tamanhos do original”, completa.

Vamos estar diante de um trabalho minucioso, as esculturas em formatos de clipes, cujo traquejo ela entende muito bem. “Esta mostra é dedicada às esculturas de metal cilíndrico usados na construção civil. Iniciam-se de protótipos feitos com clipes. Depois de conseguir o equilíbrio e uma forma estética interessante; dependendo do tamanho final, procuro um serralheiro ou uma metalúrgica para a execução de cada peça, conferindo as inclinações e os ângulos com um aparelho chamado goniômetro”, explica G. Lellys Nóbrega

São imagens minimalistas que representam um trabalho avançado que podem ser vistos nas galerias de São Paulo e New York. É de vanguarda, ousado.

A expectativa é que o público consiga viajar na proposta do trabalho da artista. “Estou nessa expectativa. A Paraíba tem artistas maravilhosos, naturais ou radicados aqui, de estilos diversos. Não é à toa que recebeu da Unesco o título de cidade criativa”.

Como todo bom artista, G. Lellys Nóbrega teve influência de artistas que acrescentaram algo a sua arte, não exatamente nas esculturas. “Referindo às peças cilíndricas, supostamente inéditas; no resultado do trabalho não tive nenhuma influência. Como já citado tudo partiu da desconstrução do clipe. Depois, em viagens, conheci propostas ousadas como as ondas de Alfaro em Barcelona, peças de Tomie Ohtake em São Paulo e de artistas que nem cheguei a descobrir o nome ao ver trabalhos interessantes recentemente em Praga. Esses trabalhos são estímulos a minha ousadia”.

Como estreante G. Lellys Nóbrega está diante de um evento que mexe com sua alma, seu dom, sua força artística. “Depois da definição de data e do rumo que a mostra tomou, sinto-me tranquila. O suporte dado pelo projeto que é a Usina Cultural Energisa, nas pessoas de Marina e de Dyógenes Chaves, é completo”, afirma.

Estamos diante do inusitado. Uma arte que veio dos clipes que permanecem como fio condutor da obra de G. Lellys Nóbrega. Ela tem em seu ateliê várias caixinhas e usa os clipes como protótipos: “quanto maior melhor, modifico a forma original, procuro equilíbrio e plasticidade. E com a ajuda de um serralheiro ou metalúrgica chegamos a tamanhos múltiplos do original”, fecha.