A partir de hoje, às 10h, a exposição A Caixa, do artista plástico Alan Cruz, entra em cartaz até o próximo dia 29, no Centro Cultural Lourdes Ramalho, em Campina Grande. A mostra individual apresenta uma experiência inclusiva com obras táteis explorando o Braille, que é uma das assinaturas do artista nessa e em outros projetos.
Alan Cruz é um artista naïf que usa cores vibrantes e estampas fortes como linguagem de reflexão e resistência. Ele foi o primeiro a usar o Braille na pintura, quebrando o tabu do visitante não tocar na tela.
“Sempre trabalhei com temas inclusivos. Quando era criança, ouvia muito a minha mãe comentar sobre meus avós, que ficaram cegos. O tema da inclusão foi algo que eu sempre vi a necessidade de abordar, que sempre esteve presente nos meus trabalhos”, chegou a contar o autor, em entrevista para A União no ano passado, quando lançou a exposição.
Nas obras, a inclusão acontece por meio do relevo que, entre os materiais, conta com tintas guache, acrílica e materiais como pérolas, búzios e flores artificiais. “Sempre utilizo tintas acrílicas para as pinturas. Para essa outra experiência de vivência, o material em relevo simula o Braille, juntamente com as conchas dispostas”, comenta Alan Cruz, cujos quadros também contam com as respectivas descrições completas em Braille.
A exposição A Caixa está sendo realizado com recursos da Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc, contando com o apoio da Prefeitura Municipal de Campina Grande, através da Secretaria de Cultura da mesma. O Centro Cultural Lourdes Ramalho funciona diariamente em horário comercial, das 8h às 12h e das 13h às 20h.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 12 de abril de 2022