Rodolfo Amorim - Especial para A União
Fundamentado na busca de compreender a relação com o espaço, com as estruturas concretas e emocionais, o artista visual Wellington de Medeiros abrirá, nesta quinta (20), a exposição “Insólita Presença”. Objetos de diferentes linguagens poderão ser observados durante o período de visitação, o que revela a pluralidade expressiva do artista. A Galeria Archidy Picado, na Funesc, é o espaço onde as obras poderão ser apreciadas. A abertura acontece às 19h e o período de visitação se estende até o dia 31 de agosto, com o acesso gratuito durante todos os dias da semana, das 8h às 16h30.
“Insólita Presença” faz uma referência ao incomum, ao que não é tão habitual de ser visto. “Apesar de ser com objetos concretos, ela tem uma presença sugerida e que não está lá, o que tenta acessar a subjetividade do observador, além disso, explora essa condição de estada e efemeridade das coisas”, descreveu o artista visual Wellington de Medeiros, em entrevista ao jornal A União.
Ele não é só artista visual, mas também designer, o que, segundo ele, é também uma vertente artística, portanto, está sempre transitando entre essas áreas. Embora tenha uma forte produção com instalações, podem ser contempladas, na exposição, fotografias, objetos e pinturas. As fotos fazem parte de um grande acervo que o artista disse ter adquirido com o tempo, pois gosta de registrar os momentos cotidianos através do seu olhar atento às coisas e situações. As pinturas, feitas sobre papel, com um tamanho de 20x20, foram pintadas especialmente para “Insólita Presença”, pois o artista produziu num tamanho menor do que costuma pintar.
Fragilidade e efemeridade
Os trabalhos que o artista exibe na exposição exploram, principalmente, a capacidade criativa dele mesmo. Wellington tem um processo de produção que se baseia, especificamente, na compreensão dos objetos e coisas com o espaço em que são destinadas às exposições. “Monto a exposição de acordo com o momento, e também de acordo com a arquitetura do local, procuro relacioná-la com memórias afetivas, com a subjetividade, a efemeridade e assim como a fragilidade”, detalhou o artista.
Nascido na Rainha da Borborema, título dado à cidade de Campina Grande, Wellington de Medeiros contou, que o contato com a arte se dá desde muito cedo. Em casa, ele contou que tinha um estímulo significativo para a leitura, por meio de seus pais. Sua formação acadêmica inclui graduação em Design (UFPB, 1988), mestrado em Artes Visuais (UFRGS, 1998), e doutorado em Design (Inglaterra, 2007). Possui obras nos acervos do SESC Nacional e Museu de Arte Assis Chateaubriand (Campina Grande/PB). Segundo ele, houve uma linearidade nesse processo de formação.
Exposições Coletivas e Individuais
O artista realizou uma exposição em João Pessoa no mês de janeiro. Chamada de “Inversa Perspectiva”, ficou disponível na Usina Cultural Energisa. Dessa vez, objetos de gesso, instalações, gravura, escultura, entre outras linguagens, se fazem presente no Espaço Cultural. Na bagagem, ele traz exposições individuais e coletivas. As individuais são: “Os Dois Lados da Janela”, no Centro Cultural Banco do Nordeste, em Sousa (2015); “Corpo nos Corpos” que ficou na Pinacoteca da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre (1998); “A Canção do Carandiru”, na Galeria de Arte do Teatro Municipal, na sua cidade natal, Campina Grande (1995).
Entre as coletivas estão “Confluentes”, na Galeria Lavandeira, em João Pessoa; Center for Book Arts Annual Artist Member Exhibition, livro de artista intitulado “Versus”. Trabalho realizado em co-autoria com Paulo Silveira, em Nova York; “Coletiva 26X26”, na Galeria Casa 26, em Porto Alegre; “Nova Pintura Campinense”, na Galeria Archidy Picado, em João Pessoa; XXVI Salão de Arte Jovem do Instituto Cultural Brasil-Estados Unidos. Também o Prêmio Menção Honrosa; e “Artistas Paraibanos Expõem”, na Galeria Metropolitana Aloísio Magalhães, em Recife.