A Usina Cultural Energisa, em Tambiá, na capital, recebe hoje a exposição individual Resíduos, do artista visual paraibano Sérgio Nascimento, com vernissage das 18h às 21h. Por meio do Ministério da Cultura (Lei Rouanet) e com curadoria de Dyógenes Chaves, a mostra convida o público a refletir sobre a interseção entre as dimensões do material e do espiritual por meio de uma série de obras compostas a partir de objetos reutilizados e resíduos coletados. Os trabalhos poderão ser vistos até o dia 9 de novembro, com visitação de terça a sábado, das 13h às 18h.
Composta por instalação, vídeo, site specific, objeto e escultura, totalizando 25 obras produzidas entre 2018 e 2024, a exposição propõe uma jornada sensorial, em que elementos como poeira, luz amarelada e penumbra criam uma atmosfera carregada de memórias e significados.
Sérgio Nascimento é natural de Campina Grande. Artesão e artista visual, Sérgio realizou recentemente a exposição Paraíba (2023), no Rio de Janeiro, e participou da restauração e organização da exposição de lançamento da minissérie A Pedra do Reino (2007).
O artista visual Erik Kleiver, em texto de apresentação sobre a exposição, afirma que as obras de Nascimento utilizam resíduos como potenciais pontos de partida para um processo artístico que se expande de maneira prolífica e fractal, impulsionando o artista a desbravar mundos entre tempos e espaços.
Os materiais utilizados na exposição não seguem uma ordem específica. Objetos doados, adquiridos ou recolhidos em locais como a Feira Central de Campina Grande ganham novos significados, compondo as obras de forma espontânea e simbólica. “A catação e repetição expandem e transcendem como um prenúncio sem fim, em que o sagrado e o profano sempre passam; a ordem é antessala para sensações oníricas, o que aqui é natural, pois o sonho é laboratório e território vivo”, afirma Erik, em material de divulgação, ampliando as possibilidades de percepção do espectador.
A mostra, marcada por uma atmosfera caótica e ao mesmo tempo surrealista, incita o público a perceber o “invisível” por meio da organização simbólica de materiais e elementos retirados do cotidiano. A ideia de que o sagrado e o profano coexistem na arte de Nascimento permeia a experiência de Resíduos, oferecendo uma reflexão sobre a relação entre as materialidades e as sutilezas do sensível no mundo que nos cerca.
A exposição faz parte da programação contínua da Usina Energisa, que tem como objetivo valorizar artistas paraibanos e a produção contemporânea local, alinhando a ocupação cultural do espaço com o incentivo à diversidade e à democratização das artes visuais na Paraíba.
RESÍDUOS
- De Sérgio Nascimento.
- Abertura hoje, às 18h na Usina Energisa (Av. Juarez Távora, 243, Centro, João Pessoa – 3221.6343).
- Visitação de terça a sábado, das 13h às 18h, até 9 de novembro.
- Entrada franca.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 11 de outubro de 2024.