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Familiares e amigos lamentam a morte do jornalista Carlos Roberto de Oliveira

publicado: 01/11/2016 00h05, última modificação: 01/11/2016 08h26
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Carlos Roberto de Oliveira procurava divulgar e valorizar o trabalho de roteiristas e ilustradores paraibanos - Foto: Divulgação

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Guilherme Cabral

A morte, aos 74 anos de idade, do jornalista, editor e publicitário paraibano Carlos Roberto de Oliveira, que ocorreu às 16h do último domingo (30), em decorrência de um infarto sofrido depois de receber tratamento no Hospital da Unimed, em João Pessoa, onde estava internado, causou comoção entre os familiares, amigos e também foi lamentada em mensagens de pesar divulgadas por algumas instituições. “Homem das letras, dono de editora, profissional da Comunicação, Carlos Roberto tem uma trajetória inteira de vida voltada ao engrandecimento do Estado da Paraíba, na publicidade e difusão de sua história, cultura e turismo, abrindo novos horizontes e expandindo o fluxo de informação em favor de nossa terra. Criou marcas importantes para a imagem da Paraíba. Foi e sempre será uma referência no campo da publicidade e propaganda eleitoral e governamental. Foi sempre um vanguardista de seu tempo, e possuía uma capacidade inventiva digna de um homem da Renascença”, exaltou, por exemplo, em nota em nome do Governo da Paraíba, a Secretaria de Estado da Comunicação Institucional. “A Paraíba perde um dos mais importantes empreendedores nas áreas de comunicação, marketing e cultura literária. Ele tinha uma história de vida muito ativa e, recentemente, na área editorial. E, nesse aspecto editorial, eu o acho uma pessoa insubstituível, pois não consigo ver quem poderia continuar, como ele vinha fazendo, investindo nos autores paraibanos para tentar quebrar a barreira do mercado editorial nacional, principalmente do Centro e Sul do País”, disse o escritor, jornalista e historiador Bruno Gaudêncio, que, a propósito, roteirizou três títulos da coleção Primeira Leitura, da Patmos Editora, fundada pelo agora saudoso Carlos Roberto, cujo velório ocorreu no Cemitério Parque das Acácias, onde o corpo foi sepultado ontem.

Bruno Gaudêncio lembrou que, no último sábado, dia 29 de outubro, estava com Carlos Roberto de Oliveira em Campina Grande. “Nós lançamos, por volta das 18h, na Livraria Nobel, os livros Horácio de Almeida em Quadrinhos, que eu roteirizei e que já havia lançado em João Pessoa no último mês de agosto, e Celso Furtado em Quadrinhos, cujo roteiro é de João Matias, ambos publicados pela Patmos. Na ocasião, Carlos Roberto estava bem e conversamos muito. Ele retornou para a capital cerca de duas horas depois do evento, lembrando que, no dia seguinte, domingo, ia jogar futebol com os amigos, prática tradicional que ele já fazia há 35 anos e começou a passar mal durante a partida até que terminou falecendo”, comentou ele, que também foi o roteirista dos livros Pedro Américo em Quadrinhos e Ariano Suassuna em Quadrinhos, lançados em 2015. “Nesses dois últimos anos me tornei um amigo dele e, por isso, sua morte me causou tristeza, porque, em certo momento, ele começou a falar de morte para mim, além de ser uma grande perda”, prosseguiu ele, lembrando que Carlos Roberto já havia tido experiência semelhante nos anos 1970, quando criou a Editora Acauã.

“Não lembro o ano exato em que conheci Carlos Roberto, acho que 1983 ou 84, não sei. Mas conheci-o quando ele assumiu a presidência da PB-Tur, onde eu já trabalhava. Na verdade, aprendi a trabalhar com ele. Um chefe exigente e ao mesmo tempo solícito a ensinar a inexperientes como eu. Conheci sua filha Claudia nesse tempo, ainda muito pequena, e já ouvia-o falar na família que muito amava. Trabalhamos todo o tempo em que ele passou à frente da PBTur, e dessa convivência resultou uma amizade de verdade. Em 1996, soube que eu precisava de uma renda extra pra ajudar nas despesas, confiou-me um trabalho de criação de um banco de imagens onde eu fazia em casa, e solidificamos nossa amizade nesse período. Muito crítico, mas muito bem humorado, conversar com Carlos Roberto era como uma aula prazerosa. Sabia tudo sobre quase todos os assuntos, mas era a Comunicação e seus desdobramentos que ele conhecia como poucos”, lembrou a superintendente de A União, Albiege Fernandes.

“Como eu, devoto de Nossa Senhora, dedicamos algumas horas a conversar sobre os mistérios das religiões e, recentemente, ganhei dele uma medalha milagrosa que trago sempre comigo. Inquieto, queria saber coisas bobas, do dia a dia. Certa vez, perguntou-me: “Bia, na missa,  tu dá aquele aperto de mão no vizinho ao final do Pai Nosso? Eu não faço aquilo de jeito nenhum”, perguntava e respondia com aquele ar de criticidade que o tornava mais admirável ainda. Amigo, afetuoso, sincero. Assim era o homem Carlos Roberto de Oliveira. Mente transformadora, reformadora, personalidade forte e muita ousadia são as marcas do empresário, jornalista e executivo que foi Carlos Roberto. A Paraíba perde um de seus mais atuantes personagens do século XXI. Espero que algum jornalista/escritor faça sua biografia. Ele e a Paraíba merecem”, concluiu Albiege Fernandes.

O jornalista e membro da Academia Paraibana de Letras (APL), Carlos Aranha, que também é colaborador de A União, foi outra pessoa a lamentar a morte do editor e publicitário. “Jornalista de primeira linha, pioneiro editor de livros de excelente qualidade, criador da programação das ondas tropicais da Rádio Tabajara, amigo de grande caráter... Este era Carlos Roberto Oliveira, que, aos 74 anos, morreu hoje (domingo) vitimado por um infarto fulminante. Seu corpo será sepultado amanhã (segunda-feira) no Parque das Acácias, onde começará a ser velado às 21h de hoje. Carlos Roberto é insubstituível”, manifestou-se ele, nas redes sociais.

De acordo com familiares, há 15 dias, Carlos Roberto - que era natural da cidade de João Pessoa - já vinha se queixando de desconforto físico, mas sem tomar medidas preventivas. Até que, no último domingo, ele sentiu-se mal e foi levado pela esposa e a filha para o Hospital da Unimed, onde foi submetido a um cateterismo. Porém, ele não resistiu e morreu, depois de realizado o procedimento.

A propósito, no mesmo domingo, dia 30, data da morte de Carlos Roberto, o Governo da Paraíba - no qual foi secretário na gestão de Tarcísio Burity - divulgou nota de pesar. “A Secretaria de Estado da Comunicação Institucional, em nome do Governo do Estado da Paraíba, vem demonstrar publicamente profundo pesar pelo falecimento do publicitário, ex-secretário de Estado e empresário Carlos Roberto de Oliveira. Não passou pela vida em brancas nuvens, deu sua contribuição social num quinhão acima dos valores de mercado, mesmo sendo um marido, pai e avô extremamente dedicado, no tempo e na ação. Aos amigos e familiares, o desejo de que o legado de Carlos Roberto de Oliveira seja um alento pela perda da presença física. E que seu exemplo de vida o coloque entre os mais privilegiados lugares ao lado de Deus”.

A Casa de Epitácio Pessoa também divulgou nota de pesar, cujo teor, na íntegra, é o seguinte: “A Assembléia Legislativa da Paraíba lamenta o falecimento do publicitário, ex-secretário de Estado, Carlos Roberto de Oliveira. Carlos Roberto teve um vida voltada para publicidade, marketing e divulgação da Paraíba. Aos amigos e familiares, nosso mais profundo pesar. Que seu legado seja imortalizado e considerado exemplo para futuras gerações. Que Deus conforte a família neste momento de dor e que possa recebê-lo em seus braços, dando-lhe o lugar merecido ao seu lado”.

A Associação Paraibana de Imprensa (API) também divulgou nota em que se solidariza com a família do jornalista, publicitário, marqueteiro e empresário Carlos Roberto, que era casado com a médica Ivanilda Nascimento de Oliveira, com quem teve duas filhas, Cláudia Roberta e Luciana Roberta, além dos netos Camilla, Marcella, Carlos Roberto Neto, Rafael e Davi. “A API roga a Deus todo o conforto à família pela lamentável perda”, conclui a mensagem.