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Fernanda Takai lança disco com músicas de Tom Jobim

publicado: 01/07/2018 00h05, última modificação: 30/06/2018 08h10
Fernanda Takai, Roberto Menescal e Marcos Valle

Os parceiros do projeto, Marcos Valle, Fernanda Takai e Roberto Menescal - Foto: Quinho Mibach

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Kubitschek Pinheiro

Especial para A União

Fernanda Takai já cantava em shows alguns clássicos de Tom Jobim como “Corcovado”, “Samba do Avião” e “Chega de Saudade”. E chegou a gravar “Insensatez”, “Águas de Março” (com Moreno Veloso) e “Estrada do Sol”. Agora veio a boa sacada de Roberto Menescal, o CD “O Tom de Takai”, um disco todo com canções do mestre Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim com a participação de Marcos Valle e Menescal. O disco já está disponível em todas as plataformas digitais. O físico sairá em julho.

O CD homenageia Tom Jobim e aos 60 anos da Bossa Nova com repertório que traz novas versões para 13 canções, que foram menos regravadas do que os clássicos mais conhecidos do grande público. O disco foi gravado e mixado no Estúdio Tambor (Rio de Janeiro), com produção e arranjos de Marcos Valle e Roberto Menescal.

“Quem teve a ideia foi o Menescal. Estávamos fazendo uma série de shows em comemoração aos seus 80 anos (em 2017) e havia Tom Jobim no repertório. De repente ele já chegou com o nome do disco e tudo, escolheu canções menos conhecidas do maestro e propos arranjos especiais pra minha voz”, disse a artista entrevista ao Jornal A União.

Foi num show em Belo Horizonte (onde nasceu Takai). Ela estava canta Estrado do Sol, ele parou o show e disse: “Fernanda eu tive uma ideia agora que não posso deixar de compartilhar com você e o público: você topa gravar um CD com canções de Tom, seria ´O Tom de Takai” e ela disse: tô dentro e seguimos com o show”, disse Menescal pelo telefone.

“Exatamente. Eu me lembro bem desse dia, estávamos fazendo um show em Belo Horizonte. Menescal disse no palco, enquanto estava só ele e ela, quando eu entrei ele repetiu e topei fazer na hora. Depois fomos tomar vinho e acertamos as tarefas. No outro dia ele já estava com tudo na cabeça e com o passar dos dias começamos a fazer o disco”, confirma Marcos Valle.

“Nessa noite tomamos o vinho para celebrar a novidade e ali mesmo fizemos um filminho e mandamos para a gravadora Deck, que também disse sim a nosso projeto”, completa Menescal.

Faixa por faixa, o álbum traz de volta um Tom jovem, que era urgente recuperar com cerca de 30 anos e ainda sem saber de sua vocação para artista. O disco de Fernanda garante essa eternidade com esse repertório e, com sua leveza e juventude. São pequenas grandes canções para tocar no rádio e, quem sabe, despertar ouvidos de uma nova geração que não conhece o trabalho maciço de Tom Jobim.

O repertório contempla algumas das primeiras composições da Tom da Bossa Nova. Roberto Menescal produziu e fez o arranjo de sete canções: Aula de Matemática/Discussão (pout-pourri), Bonita, Esquecendo Você, Samba Torto, Eu Preciso de Você, Fotografia e Estrada do Sol. As outras seis, com arranjos e produção de Marcos Valle: Ai Quem me Dera, Olha pro Céu, Outra Vez, Só Saudade, The Red Blouse e Brigas Nunca Mais.

“A gente quis fugir das famosas melodias. Claro que interpretar ou tocar Tom não é tarefa fácil. Mas fizemos uma garimpagem e chegamos a certas canções como ´Só Saudade´ que apenas Simonal gravou e Luiz Carlos Rinha”, disse Marcos Valle.

“Preferimos assim. Não incluímos ´Água de março´, porque ia ficar aquele papo que Elis fez a melhor gravação ou tal artista fez melhor ´Garota de Ipanema´. E ficou bom assim”, avalia Roberto Menescal  “Entre dezembro e janeiro, trocamos e-mails com as sugestões de músicas que havíamos pensado e depois nos reunimos na casa do Marcos Valle pra escolher as que iam ser realmente gravadas, escolher o tom certo pra minha interpretação”, lembrou Fernanda. Selecionaram muitas ou apenas as que estão no disco? “Foram 22 selecionadas e gravamos as 13. Acho que estávamos na mesma sintonia quanto ao que escolher. Foi bem tranquilo”, arremata.

Segundo Marcos Valle nunca se passou por sua cabeça trabalhar num projeto com as músicas de Tom. “Nunca. Porque é difícil. Adoro, mas a minha influência primeira veio com a voz de Fernanda Takai. Eu estive com Ana Jobim em New York, no apartamento que Tom tinha lá e falei para ela desse projeto, que fez uma festa. Até toquei no piano que era de Jobim”, comentou Valle.

Takai canta duas canções com Marcos do Valle (Red Blouse e Fotografia) e uma com Menescal (Ai quem me dera), “Gosto muito do Marcos Valle cantando, não poderia deixar passar essa oportunidade. Quanto ao Menescal, acho que ele gravou poucas vezes, né? Nosso dueto ficou bem simpático, lembrando alguns duetos do próprio Jobim”, avalia.

“Eu também gostei, a versão de Red Blouse ficou atualizada, muita rica”, Marcos Valle. “Olha isso foi coisa da cabeça do Marcos. Eu não canto, mas ele disse que tinha que aparecer minha voz no disco, alegando que Tom também não era cantor e gravou vários discos. Eu gostei e acho que fiz vem”.

O show de estreia será neste sábado Belo Horizonte, no Teatro Minas, o trio estará acompanhado pelos músicos Adriano Souza (Teclados), Jefferson Lescowich (Baixo) e Renato “Massa” Calmon (Bateria) – que também participaram da gravação do disco. O repertório conta com todas as canções do CD, mais algumas surpresas.
 
Novidades

Em 2019 Roberto Menescal vai sair em turnê pelos Estados Unidos, a convite de Magda Lira, esposa de Carlinhos Lira. “Estou contando os dias. A Magda me convidou e topei na hora. Sair se apresentando com Carlinhos Lira vai ser uma festa”, brincou.

Marcos Valle vai sair em turnê pela Europa. “Gravei novo disco, o quinto pelo selo europeu Farout Records”.