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'Fest-Aruanda' começa nesta quinta-feira, em João Pessoa

publicado: 29/11/2017 21h05, última modificação: 29/11/2017 21h18
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O longa intitulado Clara Estrela é uma narrativa da trajetória da artista Clara Nunes, cuja foto é registro de momento da sua carreira - Foto: Yolanda Husak

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Guilherme Cabral

O 12º 'Fest-Aruanda do Audiovisual Brasileiro' - cuja edição homenageia o cineasta Ruy Guerra, pelo conjunto da obra - começa nesta quinta-feira (30), na cidade de João Pessoa. A solenidade de abertura oficial acontece a partir das 19h30, na Sala 9 Macro XE do Cinépolis, instalada no Manaíra Shopping, ocasião em que haverá tributo póstumo ao cineasta e produtor Ivan Lhebarov e, também, homenagem ao ator paraibano Servílio Holanda, por sua reconhecida - e antológica - atuação no teatro, a exemplo do espetáculo Vau da Sarapalha. E, fechando as atividades deste primeiro dia, será apresentado às 20h15, em caráter hors concours, o documentário intitulado 'Clara Estrela', longa-metragem produzido em 2017 e dirigido por Susanna Lira e Rodrigo Alzuguir.

O evento, que tem curadoria do jornalista Amilton Pinheiro, em parceria com o produtor do Festival, Lúcio Vilar, e entrada gratuita ao público, se prolongará até 6 de dezembro, com a exibição total de 45 filmes, sendo 19 longas - dos quais 15 são inéditos em âmbito nacional - médias e curtas-metragens, um número considerado “histórico” pela organização. A programação - que está completa no site festaruanda.com.br - também se desenvolverá no Hotel Nord Luxxor Sapucaia, também na capital, com a realização de oficinas e debates.

“É a primeira vez que vou participar desse Festival e, por isso, estou ansiosa. Eu sempre tinha o desejo de participar desse evento, que acho muito importante para o audiovisual brasileiro”, confessou para o jornal A União a cineasta carioca Susanna Lira, uma das diretoras do documentário intitulado 'Clara Estrela', referindo-se ao 'Fest-Aruanda', cujo objetivo é fomentar, reconhecer e contemplar novos talentos e futuros profissionais do audiovisual nacional. A escolha da saudosa cantora mineira Clara Nunes (1942 - 1983) para tema do filme - que resultou de longa pesquisa - tem uma justificativa. “Clara sintetiza, com elegância, o caldeirão cultural brasileiro, mestiço, agregador e sincrético. Ela cantou vários ritmos, inclusive o forró e música de Sivuca. É uma artista que representa esse caldeirão da cultura brasileira”, explicou ela, que amanhã, ao lado do também diretor Rodrigo Alzuguir, participará de um debate, com moderação da jornalista Maria do Rosário Caetano, a partir das 9h30, no auditório do Hotel Nord Luxxor Sapucaia, localizado no Bairro de Tambaú, sobre o filme 'Clara Estrela'.

O filme 'Clara Estrela' é narrado apenas em primeira pessoa, por meio de entrevistas em diversos programas de tevê e rádio, a trajetória da cantora que conquistou o Brasil e vários países do mundo. O documentário contém um minucioso trabalho de pesquisa audiovisual, mas também oferece ao público a oportunidade de ouvir as entrevistas de mídia impressa, através da narração da atriz Dira Paes. Os depoimentos são entrecortados por imagens oníricas, que traduzem o universo místico de Clara Nunes, suas raízes e a alegria de viver tão marcantes em suas canções. O longa-metragem se constitui, portanto, em uma oportunidade que o espectador tem para relembrar os sucessos e a trajetória da artista e, de quebra, conhecer um pouco mais de uma personagem que, apesar das mais de três décadas de sua morte, ainda ocupa lugar de destaque na história da música popular brasileira.

Dentro da programação do Festival, o cineasta Ruy Guerra receberá o Troféu Aruanda, pelo conjunto da obra, mas também irá participar com a mostra intitulada '5X Ruy Guerra: Cinema, Memória e Invenção', durante a qual serão exibidos cinco de seus filmes, e, ainda, de uma oficina denominada 'Conceitos para um olhar'. Outros artistas estarão presentes: os atores Servílio Holanda e Paulo César Pereio, a cantora e atriz Elba Ramalho e o cineasta e roteirista Paulo Caldas.