Lucas Silva - Especial para A União
"A diversidade dos sotaques e a polissemia em termos de pluralidade, levando em conta caminhos e todas as estéticas trabalhadas este ano”, destacou o organizador do Fest-Aruanda, Lúcio Vilar, quando perguntado qual seria a marca que a 11ª edição do festival deixou no Estado. Após completar a trajetória de sete longos dias de muitas exibições de curtas, médias e longas-metragens, e a realização de debates, o Fest-Aruanda chega ao final de sua programação e encerra o evento com o lançamento do longa chamado “Pitanga”, de Beto Brant e da própria atriz Camila Pitanga, hoje. Marcada para ir a tela do cinema às 18h, a produção audiovisual será reproduzida na Sala 9 Macro-Xe do Cinépolis, que fica localizado no Manaíra Shopping. A entrada é gratuita ao público.
Fazendo um breve resumo sobre o filme, a produção investiga o percurso estético, político e existencial do ator Antonio Pitanga, que, dirigido por grandes cineastas —como Glauber Rocha, Cacá Diegues e Walter Lima Jr.—, foi destaque em alguns dos momentos de maior inquietação artística do cinema brasileiro.
Além disso, durante a noite de estreia do filme, haverá uma solenidade de premiação, às 20h30, para os melhores filmes das categorias que estavam concorrendo a premiações. O início do dia no Aruanda começa com uma série de debates realizados todos pelo período da manhã no Auditório do Nord Luxxor Hotel Sapucaia, localizado em Tambaú. Para ser mais preciso, às 9h30, a primeira discussão do dia fica por conta dos curtas da mostra competitiva. Entre os títulos estão Sala de Reboco; a história de Zé, Marcolino; Sexta-Feira e Cumieira S Stanley.
Logo após, às 10h30, o filme “Por trás do Céu” é a pauta do debate. A produção, que esteve inclusa na mostra Sob o Céu Nordestino, tem como diretor Caio Sóh e o longa conta a história de Aparecida e Edivaldo. Morando em uma casa humilde, os personagens seguem suas vidas sem ambições, mas são marcados pela violência de um coronel e a miserável condição que os impede de traçar outros caminhos que não o da lida num canavial. E por fim, o longa-metragem Deserto toma as rédeas do evento.
“Demos um up e um salto com relação às mostras porque esse ano a gente tem além dos longas da mostra competitiva e dos filmes exibidos à tarde que são produções, muitas vezes, de retrospectiva, um acréscimo com a mostra Sob o Céu Nordestino que proporcionou trazer ao festival mais cinco longas-metragens”, contou Vilar.
Após a manhã de debates e reflexões sobre os filmes já exibidos, às 14h, o público que comparecer ao Manaíra Shopping poderá conferir a última mostra do evento intitulada “O curta ainda Pulsa”. Nela serão exibidos produções audiovisuais universitárias e independentes.
No total serão cinco curtas que levam os títulos de Metal Armorial de Beethowen Souza e Minna Miná; Os Gregos Serão Minha Herança de R.B Lima; Maria do Andor de Paulo Philipe e Rodolfo Dantas; Habitat de Raphael Aragão e Acampamedo de Everaldo Vasconcelos.
“Os filmes que nós selecionamos são produções que de alguma forma conversam com a Paraíba. Esse ano o festival tem um desenho e um perfil muito identificado com o Estado. Eu diria que todos os elementos presentes, seja nos filmes ou no time de atores e diretores, estão ligados diretamente com a Paraíba, além da diversidade de cinematografia e vertentes estéticas.”
No total, foram exibidos 40 filmes e entre os principais destaques do festival marcaram presença os documentários “Axé: canto de um povo de um lugar, de Chico Kertész e a estreia de “Divinas Divas”, com a atriz Leandra Leal como diretora. Além disso, o festival contou com homenagens a cineastas, jornalistas e póstumas a Geneton Moraes e Manfredo Caldas.
Já como atividades paralelas, o festival trouxe atividades educativas como, por exemplo, o workshop chamado “Produção criativa: os desafios da universidade na construção de uma política cultural transnacional”. E finalizando sua pluralidade, houve também o lançamento de livros a exemplo de “A sombra como experiência estética e narrativa”, de Bertrand Lira.