Já está quase tudo pronto para começar a 6ª edição do Festival de Música da Paraíba, que chega pela primeira vez ao Sertão do estado para homenagear o músico Zé do Norte. Neste momento, são feitos os últimos ajustes para o evento gratuito que vai consagrar novos intérpretes e compositores paraibanos em disputa pelos prêmios que somam R$ 30 mil. São 30 candidatos divididos em dois dias, entre hoje e amanhã, que, às 20h, sobem ao palco montado na Praça Dom Adauto (o “Xamegão”), em Cajazeiras. A grande final acontece no dia 3 de junho, no Teatro de Arena, em João Pessoa.
Uma equipe de mais de 100 profissionais e várias toneladas de equipamentos foram deslocados até a cidade de Zé do Norte. Toda a competição musical pode ser acompanhada também pela Rádio Tabajara, FM 105,5 e AM 1.110, e assistida com tradução de libras pelo canal do YouTube da emissora. A TV Assembleia fará também a transmissão ao vivo do evento. A ordem de apresentação foi definida em sorteio e, a cada noite, 15 músicas serão conhecidas pelo público e sete delas passarão para a finalíssima.
Depois da inscrição de 159 composições, o que pode ser percebido até o momento é uma significativa renovação entre os nomes dos 30 artistas selecionados para as eliminatórias. “Muitas figuras conhecidas ficaram fora da relação final. Isso evidencia a riqueza cultural paraibana, que está em constante renascimento, com novos artistas surgindo. Isso reforça também o caráter democrático e transparente do processo de seleção, que é tratado com muito esmero. Os curadores são de fora e se busca ao máximo uma impessoalidade”, frisa o gerente de Jornalismo da Empresa Paraibana de Comunicação (EPC), Marcos Thomaz.
As duas últimas semanas foram de ensaios intensos para deixar a banda afiada para o momento de passar o som com os intérpretes concorrentes. Mas todo o processo se inicia bem antes, quando os candidatos enviam as canções. “Funciona como uma seleção, a gente tem que dar uma segurança aos compositores, então além da importância da comissão que elegeu as músicas e a produção. A gente procura fazer com que tudo funcione de uma maneira bem profissional. É claro que é importante ganhar o festival, mas o mais importante é se apresentar bem, mostrar para o público a música do intérprete com a banda”, afirma o diretor e arranjador Sérgio Gallo, à frente desse trabalho desde as primeiras edições do Festival.
A banda-base foi batizada de Banda Glauco Andreza, em homenagem ao baterista conhecido como Papi, ex-integrante da Orquestra Sinfônica da Paraíba (OSPB), que morreu no último mês de março, aos 56 anos. Para este ano, a equipe arranjou a música-tema feita para o Festival tendo por base as músicas ‘Aboio a Zé do Norte’ (Sérgio Gallo) e ‘Mulher Rendeira’ (Zé do Norte). Outra novidade da edição é que os tradicionais pocket shows “cresceram”. As curtas apresentações musicais que antecediam a divulgação dos resultados agora se transformaram em shows de encerramento. A responsável por fechar a noite será a pessoense Nathalia Bellar. Além de cantar músicas próprias, ela também deve trazer releituras da obra de Zé do Norte.
A canção vencedora leva o prêmio de R$ 10 mil. A segunda colocada garante R$ 7 mil, e a terceira, R$ 5 mil. Além dos três primeiros colocados, a competição premiará com R$ 3 mil o melhor intérprete e ainda R$ 5 mil para a canção escolhida pela votação online. Se este é um momento de grande expectativa para os concorrentes, para quem já passou com vitória por essa importante vitrine da música paraibana, o momento ainda é de colher os resultados. É o que garante a cantora, compositora, atriz e poeta Priscilla Cler, vencedora da última edição do Festival nas categorias Melhor Canção e Melhor Intérprete.
“O Festival me deu confiança para investir na minha carreira artística enquanto cantora. Sempre cantei, porém mais na área do teatro. Ganhar o Festival me deu esse respaldo de acreditar que eu posso seguir por esse caminho”, garante a artista, que aproveita para dar dicas aos candidatos das eliminatórias de hoje: “Ter um olhar penetrante para a plateia, um olhar preciso. Realmente estar preparado, propor uma forma de interpretar, experimentar e ensaiar, não só a música, mas a sua defesa, a sua interpretação”.
Para esse ano, Priscilla Cler planeja lançar seu primeiro álbum em parceria com o músico Pedro Medeiros e também lançar o segundo livro de poesias, A Mulher Doida, que sairá pela editora Triluna e deve incluir a letra da canção ‘Bocaberta’, que deu à artista sua premiação mais importante na carreira.
Após as duas noites de eliminatórias, a organização vai disponibilizar o link no site da Rádio Tabajara para escolha da Melhor Canção. Lá, estarão disponíveis as 14 canções finalistas para ouvir e votar. O Festival de Música da Paraíba é uma realização do Governo do Estado, por meio da EPC, Secretaria Institucional de Comunicação (Secom) e Fundação Espaço Cultural (Funesc).
CONHEÇA AS MÚSICAS CONCORRENTES DA PRIMEIRA ELIMINATÓRIA – SEXTA-FEIRA (DIA 26)
- ‘Erê’ - Cida Ramos;
- ‘Cadê O Juiz’ - Jota L;
- ‘Terra De Mlk Doido’ - Iago D´Jampa E DJ Nel;
- ‘Conto de Fadas’ - MC Negrão, MC Salah e DJ Adriano;
- ‘A Colheita do Som’ - João Victor e Vital Barbosa (intérprete: Joilson Lima);
- ‘Boleros, Boletos e Litrões’ - Diógenes Ferraz;
- ‘Guerreiro Ferido’ - Marco Valério (intérprete: Berg Costa);
- ‘Lampejo’ - Carol Benigno;
- 9. ‘Aconchego’ - Felinto e Kalyne Almeida;
- ‘Menina do Norte’ - Sofia Gayoso;
- ‘Ancestrais’ - Kelson Kiss;
- ‘Akaju do Norte’ - Clara Potyguara;
- ‘Donos da Nação’ - Yuri Carvalho e Kennedy Costa;
- ‘Guardar e Aguardar’ - Lívio Brandão e Tárcio Teixeira;
- ‘Sabedoria’ - Yuri Gonzaga, Jiddu Bastos e Allmedinha.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 26 de maio de 2023