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Festival de Brasília premia longa-metragem paraibano

publicado: 23/09/2025 08h34, última modificação: 23/09/2025 08h34
“Corpo da Paz”, de Torquato Joel, ganhou quatro troféus Candango
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Torquato Joel recebe um dos prêmios por “Corpo da Paz” | Foto: Humberto Araújo/Div

por Esmejoano Lincol*

Corpo da Paz, do paraibano Torquato Joel, venceu quatro prêmios no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro deste ano. A cerimônia ocorreu no último sábado (20), na capital federal. O longa-metragem levou para casa os troféus de melhor fotografia (para Rodolpho de Barros), edição de som (Bruno Alves), trilha sonora (Haley Guimarães) e direção de arte (Romero Sousa). O evento consagrou ainda os filmes Futuro Futuro e Laudelina e a Felicidade Guerreira como os melhores longa e curta-metragem da competição, respectivamente. Murilo Benício ganhou prêmio de atuação em longa por Assalto à Brasileira.

A obra de Torquato Joel, ambientada nos anos 1960, narra o encontro entre o garoto Teobaldo (interpretado por Giovanni Sousa) e Greg (papel de Vinicius Guedes): este último apresenta-se como um pesquisador norte-americano recém chegado ao interior do Nordeste. Mas suas verdadeiras intenções são um mistério. 

Foto: Divulgação

Corpo da Paz ganhou destaque na imprensa local, no portal Metrópoles e no jornal Correio Braziliense; o crítico de cinema Luiz Zanin, de O Estado de S. Paulo, também escreveu crítica elogiosa ao filme, inferindo que o título paraibano merecia outros troféus.

Os prêmios em quatro categorias ditas técnicas atestam a qualidade desses segmentos no cinema paraibano contemporâneo, segundo Torquato, algo que começou a ser consolidado, em sua filmografia, com Pulmão de Pedra, vencedor de três troféus no Cine Ceará de 2023.

“Mas a gente precisa efetivamente de editais que regularizem a produção de cinema no estado, não só depender de recursos federais. É preciso que estados e municípios entendam a dimensão do cinema que está sendo feito na Paraíba. E da importância de levar nossa identidade, nossa cultura e nossas paisagens para outros locais”, afirma.

Torquato representou os laureados na noite da premiação e subiu ao palco para receber os prêmios no Cine Brasília. Nessa entrevista ao jornal A União, concedida em trânsito, ele asseverou que o projeto foi concebido com um orçamento “baixíssimo” e que o reconhecimento pelos pares e pela crítica foi, por si só, um prêmio.

“Um trabalho que foi feito com muito esmero, muita dedicação e, com um empenho muito grande. Havia tanto por parte da equipe técnica quanto por parte do elenco um desejo, uma vontade de realizá-la. Então, é fruto disso, dessa garra, dessa gana para se fazer cinema na Paraíba”, destaca.

Outro filme produzido no estado também foi projetado em Brasília: O Nordeste sob a Caravana Farkas, de Arthur Lins e André Moura Lopes, que fez parte do segmento Sessões Especiais, fora da competição. Em relação ao restante da premiação, além do Candango de melhor longa-metragem, o júri oficial concedeu a Futuro Futuro os troféus de melhores roteiro e montagem. A melhor direção ficou com Karol Maia, por Aqui Não Entra Luz. O júri popular elegeu Assalto à Brasileira como o melhor filme da competição.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 23 de setembro de 2025.