O realizador paraibano Thiago Costa lançou o seu terceiro curta-metragem, Axé Meu Amor, ontem (dia 11), no tradicional Festival de Cinema de Brasília (DF). A produção audiovisual, que será debatida hoje no evento, é resultado do Laboratório Negras Narrativas, promovido pela Amazon Prime Video.
Na emenda dos lançamentos em festivais, Axé Meu Amor será exibido na Mostra Competitiva de Curtas, para o qual foi selecionado com mais 11 produções, dentre quase mil inscritos. A sessão acontecerá no próximo sábado (dia 16), durante o festival. No ano passado, no mesmo evento, com o curta Calunga Maior, Thiago Costa trouxe para a Paraíba o prêmio de Júri Popular, o Melhor Filme pela crítica (Abraccine), além das categorias de Trilha Sonora, Edição e o Prêmio Zózimo Bulbul, de reconhecimeno do cinema negro.
Axé Meu Amor é uma ficção que se baseia em histórias reais, a partir da vida da candomblecista Mãe Renilda. “É um filme que fala, sobretudo, sobre amor. Ele se propõe a pensar o axé, a vida de candomblé, a vida de santo em um contexto cotidiano e sobre o encontro de Mãe Renilda com Vó Flor, que é o encontro que leva o Jeje Savalu para a Paraíba”, afirmou Thiago Costa.
A produção marca o início da parceria da Amazon com a Paraíba, visto que todo o processo, desde o Laboratório Negras Narrativas, durou quatro anos. Para o cineasta, foi um grande passo em sua trajetória. “Foi muito importante para o amadurecimento da minha carreira no audiovisual participar desse processo. Pude agregar bastante conhecimento com o laboratório de roteiro da Amazon, que durou dois anos. Além disso, é um orgulho levar uma produção dessa dimensão para a Paraíba. Axé Meu Amor é o primeiro filme que a Amazon financia no estado. Hoje já tem outros que foram lançados depois, então o filme tem essa vanguarda. Ele também é importante pelo fato de ter sido feito com minha família de santo, o que me deixou muito feliz. O filme tem esse mérito”, destacou o realizador.
O elenco, majoritariamente paraibano, conta com Mãe Renilda, Rejane Maia, atriz baiana que atuou no longa-metragem Ó Paí Ó (2007), Vó Mera, Márcio de Paula, Laíz de Oyá e Sidney Rufino.
O filme é uma realização da Quilombo do Audiovisual e do Cinema Negros (Apan), com apoio da Prefeitura de São Paulo e patrocínio da Amazon Studios, Amazon Prime Video, Programa de Ação Cultural de SP (Proac) e da Odun Filmes.
Natural de Bananeiras, no Brejo paraibano, Thiago Costa já dirigiu e roteiriza os filmes Vizinhança (2023), Visitas (2020), Notas de Falecimento (2020), Axó (2019) e Santos Imigrantes (2018), além dos já citados Calunga Maior e Axé meu amor. Entre suas principais publicações, estão os livros Mostrar para a terra o tempo (2024) e Obé - Poesias y Orikis (2021). Ele também contribuiu com seus textos em coletâneas e revistas.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 12 de dezembro de 2023.