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Flávio Tavares e Margarete Aurélio expõem mostras individuais em Sousa

publicado: 15/07/2017 00h05, última modificação: 15/07/2017 07h43
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Mais de 50 obras de Flávio Tavares compõem a exposição intitulada “A Linha do Sonho” - Foto: Divulgação

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Guilherme Cabral

O artista visual paraibano Flávio Tavares, que é natural da cidade de João Pessoa, abre neste sábado (15), a partir das 19h, no salão principal do Centro Cultural Banco do Nordeste (CCBNB), localizado na cidade de Sousa, no Sertão do Estado, a exposição intitulada A linha do sonho, que reúne 50 obras - desenho sobre papel Canson - produzidas entre 2014 e 2017. Nestas mesmas data e hora, só que no espaço do corredor no 1º andar da instituição, a também artista Margarete Aurélio, que nasceu em Campina Grande, realiza a vernissage da individual denominada Ensaios sobre meninas e meninos, integrada por 30 obras - desenho sobre papel Canson - criadas entre 2016 e 2017. Ambas as mostras, cujo curador é Dyógenes Chaves, poderão ser visitadas pelo público até 31 de agosto.

“Essa exposição, cujo texto de apresentação é de Raul Córdula, é a mesma que realizei há dois meses, na Usina Cultural Energisa, em João Pessoa. São desenhos oníricos, dentro da temática da mostra, nas técnicas canetas pincel, acrílico e óleo. É uma maravilha poder expôr no Sertão do Estado, região pela qual tenho paixão particular e que nunca saiu da minha inspiração. Durante minha adolescência, visitei a cidade de Patos e podia perceber que a região é uma terra da claridade, da luz, que inspirou outras obras, como o filme Aruanda, de Linduarte Noronha. Quando Ernane Sátyro era governador ele me encomendou duas obras: uma é o mural - com oito metros de comprimento por três de altura - intitulado A Cruz da Menina, que está no Fórum Miguel Satyro, em Patos; a outra é o quadro, medindo 7m x 3,5, denominado A cidade de Nossa Senhora das Neves, que está na Assembleia Legislativa da Paraíba, que foram muito bem recebidas pelo público. A Cruz da Menina é, na minha concepção, um dos meus mais importantes trabalhos. Eu tinha 22 anos, na época, e isso me deu o senso de responsabilidade social, além do julgamento popular, que é o mais importante para a obra de um artista”, confessou Flávio Tavares para o jornal A União.

No texto de apresentação, o artista e crítico paraibano Raul Córdula ressalta o seguinte, na obra de Flávio Tavares: “Seu desenho é seu gesto, portanto absolutamente seu e inconfundível. Mas não é só o saber técnico e a identidade poética que caracterizam a arte de Flávio, mas sim sua monumentalidade quando pensamos que seus traços tanto cabem numa folha de papel como se ajustam numa parede, num muro ou numa tela de grandes dimensões. Não se pode apreciar sua arte, porém, sem considerar o desenhista que esboça a pintura poderosa e fluente que transita por paisagens, naturezas-mortas, cenas históricas e alegóricas que enriquecem edifícios públicos e privados em João Pessoa, além de figurar em importantes coleções de arte no Brasil e no exterior. Ele é o símbolo da arte feita em João Pessoa, cidade que para muitos de nós é encantada, misteriosa, e existe como um espaço “psicodélico” para toda uma geração”.

Flávio Tavares também elogiou a iniciativa do CCBNB. “É uma política muito boa de levar a arte para o interior do Estado, dando oportunidade para que outras pessoas tenham contato, principalmente em municípios onde ações como esta são bastante apreciadas, como a própria cidade de Sousa, expoente da diversidade, e a de Taperoá”, disse ele.

Já o texto de apresentação da individual Ensaios sobre meninas e meninos, de Margarete Aurélio, é assinado pelo artista visual e crítico Dyógenes Chaves. Ele diz o seguinte: “Após as constantes conversas acerca desta série e de outras ideias que a artista propõe, fiquei confuso com a tarefa de classificar e/ou analisar sua produção. Como pode? Uma artista tradicional, de labor estritamente pictórico, me falar – por meio de sua obra – de assuntos tão próximos da função da arte nesses tempos pós-modernos? Ou será que Margarete sempre foi “conceitual” e nós, a presunçosa “crítica especializada”, não conseguimos enxergar nada além das palavras-chave para uma análise tão preconceituosa com a pintura e o desenho, por exemplo? Ora, a pintura (o desenho também) nunca morreu. Uma prova? Está viva em Margarete Aurélio”.