Com um aumento de 66% no número de inscritos em relação à sua última edição, o FestinCineJP divulgou, ontem, em coletiva de imprensa, a programação da mostra de filmes e de suas rodadas de negócios com produtoras e players brasileiros; completam a grade do evento oficinas de produção para realizadores. Para a mostra de longas e curtas-metragens, houve 665 filmes inscritos, dos quais 42 foram selecionados – 25 para os três segmentos competitivos e outros 17 para exibição como “filmes convidados” – tanto do Brasil como de outros países.
Dentro das rodadas de negócio, 104 proponentes inscreveram seus projetos, que serão avaliados quanto à sua viabilidade de produção – a seleção dessas propostas será divulgada posteriormente, em data a definir. Por fim, integram o Laboratório de Produção Executiva seis projetos paraibanos de longa-metragem – de ficção, animação ou documentário –, que receberão consultorias sobre os processos e as possibilidades de venda, distribuição e/ou exibição e premiações diversas, que englobam verba para finalização dos filmes.
O festival será realizado de 26 de maio a 1o de junho em diversos espaços da capital com acesso gratuito; a abertura acontece no Largo São Frei Pedro Gonçalves, no bairro do Varadouro, com show de abertura com Felipe Cordeiro e Ferve, a partir das 16h.
A coletiva foi realizada na Usina Cultural Energisa, em João Pessoa, que será palco de parte da programação do FestinCineJP – as rodadas de negócio e as apresentações de pitching do laboratório de produção. A Fundação Cultural de João Pessoa (Funjope), que promove o festival junto com outros parceiros, destacou o tema desta segunda edição do evento: “Audiovisual – Gerador de emprego e renda”. O diretor da Funjope, Marcus Alves, pontuou durante a apresentação da programação que “o FestinCineJP pavimenta a construção de caminhos e de janelas mercadológicas, como ferramenta de trabalho do sistema produtivo pessoense”.
Homenagens
O festival celebra em 2024 os trabalhos do ator Matheus Nachtergaele, do cineasta paraibano Bertrand Lira e do coletivo de cinema pessoense Las Luzineides. Parte da programação do festival será dedicada aos trabalhos desses laureados. No dia 26 de maio, a solenidade de início do evento será com exibição do filme Mais Pesado é o Céu, do cineasta cearense Petrus Cariry, no Centerplex do MAG Shopping, em Manaíra, a partir das 19h – todas as sessões de filmes do festival, a propósito, serão projetadas lá. Este é o trabalho mais recente de Nachtergaele, que receberá uma homenagem especial durante a sessão; o filme será reprisado no dia 27, às 16h30.
No dia 29, a partir das 14h, Bertrand Lira também será celebrado durante a exibição de seu documentário ficcional O Seu Amor de Volta (Mesmo que Ele Não Queira), lançado em 2019. Nesta semana, o cineasta está em Nova York para a mostra The Wave of Queer Cinema in Super-8 from Paraíba, organizada pelo centro americano de preservação cinematográfica Anthology Film Archives. Já no dia 31, também às 14h, uma mostra com oito curtas-metragens de Las Luzineides celebrará o trabalho do coletivo, em atividade há mais de 25 anos. O grupo é composto pelos realizadores Ana Bárbara Ramos, Ana Rogéria, Bruno Salles, Katiuscia Furtado e Liuba de Medeiros.
O diretor Jayme Monjardim também ganhará uma mostra própria dentro do festival entre os dias 30 e 31 de maio e 1o de junho: serão exibidos O Tempo e o Vento (2013) e O Vendedor de Sonhos (2016), além de outro longa-metragem, a ser anunciado em breve. O encerramento do FestinCineJP será no dia 1o de junho, a partir das 22h, com show de Formiga Dub, na Sala Vladimir Carvalho, na Usina Energisa.
Filme inédito
Concluindo a mostra de filmes do FestinCineJP, a organização do evento escalou a exibição de um filme internacional inédito no Brasil: O Último Pub, do cineasta britânico Ken Loach. O filme estreia no circuito comercial de nosso país apenas em agosto. Marcus Alves destacou a presença de realizadores e de produtoras de outros países na nossa cidade. “O FestinCine atrai para a nossa cidade não apenas grandes estúdios, mas um olhar estrangeiro sobre o nosso município e nossa produção cinematográfica”, explica.
Seguindo na construção de um ambiente viável para a produção de filmes na capital, o diretor executivo da Funjope destacou o trabalho da João Pessoa Film Commission (JPFC), equipamento público que reúne representantes de secretarias e autarquias municipais e que ajuda a gerir as autorizações para os projetos que têm a capital como cenário. Marcus Alves segue na expectativa da aprovação do projeto que cria a Agência Audiovisual de João Pessoa, órgão público da Prefeitura Municipal de João Pessoa que terá como objetivo fomentar a produção de filmes, séries e demais produtos na cidade. “É grande sonho nosso, que se assemelha a outras agências que existem no Rio e em São Paulo. O projeto já foi encaminhado pelo prefeito Cícero Lucena para a Câmara Municipal. É um processo gradativo de fortalecimento do nosso audiovisual”, finaliza Marcus.
Através do link, acesse a programação completa do festival
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 15 de maio de 2024.