Leonardo Andrade
Especial para A União
Uma história de amor em tempos de intolerância. Esse é o tema abordado pelo espetáculo teatral ‘Agreste’, que se apresenta nesta sexta-feira (2), às 17h, no Teatro Lampião, na Universidade Federal da Paraíba (UFPB). A peça está dentro da programação da jornada internacional de arte cênica, com texto de Newton Moreno, um dramaturgo pernambucano que retrata a incompreensão da sociedade patriarcal com suas regras e seus costumes ainda arcaicos, narrando a trajetória de um casal de lavradores que se conhecem no Sertão e constroem uma vida. Em certo momento, eles descobrem um fato que choca a sociedade e acabam sendo hostilizados. A entrada será gratuita.
A atriz Fabíola Ataíde, integrante do espetáculo, relata em entrevista ao jornal A União como é encenada a montagem. “A peça que sensibiliza o público induz à reflexão sobre o comportamento e a forma que as pessoas têm de julgar as outras por suas escolhas e orientações; é um tema forte que toca a plateia e por se tratar de um texto dramático ele possui uma dramaturgia densa, onde surgem os preconceitos”, relatou.
Foi após um trabalho de conclusão do curso de Bacharelado em Artes Cênicas que surgiu a obra. Os atores aproveitaram esse tema em evidência atualmente e decidiram continuar o trabalho feito na universidade. ‘Agreste’ que já se apresentou em diversos festivais, a exemplo do ‘Soluar’, festival de teatro de Mangabeira, em João Pessoa, e também apresentações na Sala Preta do Centro de Comunicação, Turismo e Artes da UFPB de mostras nacionais, onde o grupo encerrou as expressões de artes teatrais integradas. “Estamos tendo uma resposta muito boa do público, que enfatiza a forma que colocamos essas situações tão presentes na sociedade”, disse Fabíola.
A equipe está no mercado desde o início do ano de 2017, com apresentações e temas diversos, mas o assunto está dando o que falar. “A gente sempre diz que o preconceito está diminuindo, porém percebemos que ainda existe intolerância em cada um de nós. Houve mudanças, mas ainda estão constantes. É uma questão que precisa ser falada. Durante a apresentação, existem momentos em que nos emocionamos e outros que a gente ri. As pessoas que assistem ao espetáculo chegam a dar risadas de algumas cenas, mas logo após percebem que aquela situação engraçada se trata de um sofrimento ou de uma humilhação de um ser humano”, finaliza a artista, destacando a importância do assunto.
A proposta da apresentação é analisar e questionar como as pessoas vivem diante das indiferenças dos outros, utilizando da dramaturgia que foca no dia a dia da sociedade do Agreste, que precisa viver diariamente esses fatos, buscando o respeito referente às escolhas dos próximos. Na direção, Everaldo Vasconcelos, e em cena os atores João Fernandes, Railson Almeida, Maria Betânia e Fabíola Ataíde.