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Grupo mineiro vai apresentar espetáculos em João Pessoa

publicado: 09/09/2017 00h05, última modificação: 07/09/2017 10h17
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‘De tempo somos - Um sarau do Grupo Galpão’ e ‘Nós’ serão apresentados durante a turnê comemorativa de 35 anos do grupo - Foto: Guto Muniz


Guilherme Cabral

Em comemoração aos seus 35 anos de existência, o Grupo Galpão - oriundo de Minas Gerais e considerado um dos mais relevantes na área das Artes Cênicas do Brasil - vem a cidade de João Pessoa cumprir temporada especial de apresentação de dois espetáculos inéditos. O primeiro, o sarau literário musical intitulado De Tempo Somos - Um Sarau do Grupo Galpão, dirigido pelas atrizes Lydia Del Picchia e Simone Ordones, o público assistirá gratuitamente amanhã, a partir das 18h, no Teatro de Arena do Espaço Cultural José Lins do Rego. A Classificação Indicativa é Livre. O outro denomina-se Nós, de cunho contemporâneo, cuja direção é de Márcio Abreu e será encenado nas próximas terça e quarta, dias 12 e 13, sempre às 20h, no Teatro Santa Roza. Os ingressos - R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia-entrada) - já podem ser adquiridos diariamente no Espaço Cultural, no período das 14h às 18h.

O sarau intitulado De Tempo Somos - Um Sarau do Grupo Galpão, cujo novo disco - o quinto - homônimo da companhia mineira produzido por Chico Neves que traz a trilha sonora desse espetáculo também será apresentado ao público em João Pessoa, estreou em 2014 e traduz um antigo projeto do grupo de celebrar o encontro da música com o teatro, parceria que se tornou marca do Galpão ao longo da trajetória que até agora percorreu. O espetáculo, com 70 minutos de duração, reúne textos sobre a passagem do tempo e o processo de criação artística, além de 25 canções do repertório musical do grupo - de montagens antigas até obras mais recentes - incluindo músicas de workshops internos que chegam à população pela primeira vez.

Já o espetáculo Nós, cuja estreia ocorreu em 2016 e dura 90 minutos, tem um enredo contemporâneo. Na trama, enquanto preparam a última sopa, sete pessoas partilham angústias, algumas esperanças e muitos nós. Essa montagem - a 23ª e mais recente do Grupo Galpão - debate questões atuais, como violência, intolerância e convivência com a diferença, tudo isso a partir de uma dimensão política. Ao longo da encenação, a própria plateia também é convidada a presenciar situações de opressão e de convívio com a diferença, provocadas pelas relações de proximidade entre artista e espectador, ator e personagem, cena e plateia, público e privado, realidade e ficção.

Como não poderia deixar de ser, o Grupo Galpão iniciou por Belo Horizonte, onde está instalada a sua sede, a temporada de comemoração pelos 35 anos de história. Depois, a companhia passou pelo Rio de Janeiro (RJ) e seguiu para o Nordeste, já tendo se apresentado em Fortaleza (CE) e Natal (RN). Agora, chegou a vez da cidade de João Pessoa. E, até o fim do ano, ainda estão agendadas apresentações em Aracaju (SE), São Paulo (SP), interior de Minas Gerais e Brasília (DF).

Criado em 1982, o Grupo Galpão - que há 15 anos conta com o patrocínio da Petrobras e, em 2017, também é patrocinado pela CBMM e Cemig (Governo de Minas Gerais), com apoio do Itaú, por meio da Lei Federal de Incentivo a Cultura - tem sua origem ligada à tradição do teatro popular e de rua e seu trabalho se caracteriza pelo desenvolvimento de um teatro que alia rigor, pesquisa e busca de linguagem, com montagem de peças que possuem grande poder de comunicação com o público. A capacidade de adaptação e busca pelo novo fazem do Galpão uma das mais reconhecidas companhias de teatro do Brasil.

Além disso, paralelamente à agenda de apresentações, o Grupo Galpão mantém, ainda, o centro cultural Galpão Cine Horto e espaço de pesquisa e formação em teatro, que funciona em Belo Horizonte desde 1998. Integram a companhia os atores Antonio Edson, Arildo de Barros, Beto Franco, Chico Pelúcio, Eduardo Moreira, Fernanda Vianna, Inês Peixoto, Júlio Maciel, Lydia Del Picchia, Paulo André, Simone Ordones e Teuda Bara.