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Há 120 anos nascia o padre Zé Coutinho: "O Pai dos Pobres"

publicado: 18/11/2017 14h05, última modificação: 18/11/2017 14h47
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Nascido na cidade de Esperança, o sacerdote dedicou a sua vida às causas sociais e deu esperança aos mais carentes - Foto: Tônio

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Hilton Gouvêa

O sacerdote que se tornou “O Pai dos Pobres” em toda a Paraíba, nasceu há 120 anos, em Esperança, no Brejo paraibano. Neste sábado (18), servidores das instituições de caridade que ele fundou na capital – entre elas o Instituto São José e o Hospital Padre Zé -, lembraram o nome do padre Zé Coutinho, um religioso que, em 1937, deixou o cargo de vigário da Catedral Metropolitana (hoje Basílica de Nossa Senhora das Neves), para dedicar-se integralmente às suas obras sociais.

Sobrinho de dom Santino Coutinho, arcebispo de Alagoas e afilhado do monsenhor Odilon da Silva Coutinho, vigário geral da Arquidiocese da Paraíba, revelou sua vocação assistencial ainda no seminário, onde fundou uma espécie de cooperativa para assistir seminaristas pobres. Ao ordenar-se padre em 23 de março de 1920, incorporou a imagem do eterno peregrino a esmolar pelas ruas e entidades, a fim de ajudar os necessitados. A quem cooperava ou não com sua causa, se anunciava assim: “A esmola de meus pobres, prezado”.

A partir de 1935, os paraibanos da capital e adjacências se acostumaram a verem a figura de um padre, na época com 38 anos, esmolando com insistências para investir nas suas obras sociais. Surgiu, então, um abrigo, que mais tarde seria o atual Instituto São José. A maioria dos necessitados precisava de tratamento médico, aí veio a evolução desse albergue para o atual Hospital Padre Zé. O São Francisco paraibano era incansável e não media distância para conseguir donativos.

O cineasta Jurandy Moura, impressionado com a tenacidade do padre, filmou o documentário 'Padre Zé Estende a Mão', no biênio 1969/70. Antes ele já era conhecido de todos, por causa da sua indefectível figura sentada numa cadeira de rodas, com um caniço e um bisaco à tiracolo. O caniço servia para “intimar” as pessoas a contribuir. E o bisaco para juntar as esmolas. Certa vez o caniço bateu forte nas costas de um ricaço, que fingia ignorar os apelos de padre Zé Coutinho, em favor dos pobres.