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‘Candlelight’

Iluminando as experiências imersivas

publicado: 29/01/2024 09h20, última modificação: 29/01/2024 09h20
Hoje, na capital, começa série de apresentações clássicas e contemporâneas em ambiente com milhares de lanternas
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Simulando velas, as luzes de ‘led’ estão presentes ao redor dos concertos (como é mostrado na foto acima, numa apresentação em Singapura); hoje, em João Pessoa, serão executados ‘As Quatro Estações’, de Vivaldi, e um tributo à banda Coldplay - Foto: Fever/Divulgação
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Fever/Divulgação
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‘Candlelight’ está presente em mais de 150 cidades pelo mundo, englobando uma variedade de temas e gêneros, como a música clássica, jazz, pop e rock - Foto: Fever/Divulgação
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Fever/Divulgação
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por Joel Cavalcanti*

Existe atualmente uma crescente procura por experiências imersivas em shows e isso se reflete em uma mudança nas expectativas e no comportamento do público em relação ao entretenimento ao vivo. Com um apelo de proporcionar uma conexão sensorial coletiva, João Pessoa recebe, hoje, as primeiras sessões dos concertos Candlelight, uma série de apresentações que unem música clássica e contemporânea em um ambiente iluminado por milhares de lanternas pelo chão. São dois shows no Intermares Hall: Vivaldi, As Quatro Estações, às 18h30, este já com todos os ingressos esgotados; e Tributo a Coldplay, às 21h.

Simulando velas, as luzes de led prometem criar uma atmosfera envolvente que estimula os sentidos e intensifica a experiência da apresentação realizada com grupos locais. “Os concertos Candlelight estão presentes em mais de 150 cidades pelo mundo, e milhões de pessoas já aproveitaram a experiência. Por enquanto, em João Pessoa, estamos trabalhando com Monte Cristo Coral e Orquestra em parceria com a Camerata Parahyba. O primeiro concerto contará com a formação da Camerata de 15 músicos. Na sequência, faremos concertos em formação de Sexteto de Cordas”, anuncia Victor Veronesi, gerente de projetos da Fever no Brasil, produtora do evento.

Segundo os organizadores, as apresentações já receberam, desde 2019, mais de três milhões de pessoas com concertos englobando uma variedade de temas e gêneros, como a música clássica, jazz, pop e rock. Nos dias 24 e 29 de fevereiro haverá ainda o show Os Clássicos do Rock’ com versões de sucessos de bandas como Aerosmith, The Beatles, Bon Jovi e Metallica, entre outros. Já no dia 9 de março, haverá mais uma apresentação do Tributo a Coldplay. A série de concertos se completa nos dias 29 de fevereiro e 10 de março, com o espetáculo Vivaldi, As Quatro Estações. Os ingressos variam de R$ 35 a R$ 200 e podem ser comprados através do site da Fever (feverup.com).

Experiências imersivas muitas vezes promovem a interação diferenciada e recorrem ao compartilhamento desses momentos nas redes sociais em meio a um cenário pensado para ser instagramável. “O uso das velas torna a experiência mais cativante e imersiva, permitindo que o público se conecte mais com as músicas e o momento. Para os músicos, representa uma maior conexão com a audiência”, garante Veronesi. “Trabalhamos para levar a experiência a mais pessoas, seguindo o objetivo de democratizar o acesso à música clássica”.

Para garantir que o público mais amplo e mais jovem de fato compareça aos concertos mesmo que ele não tenha esse hábito, algumas adaptações são realizadas. Sair das salas tradicionais e diminuir a duração dos eventos estão entre eles. “Reimaginamos o formato tradicional do concerto, implementando mudanças que se mostraram altamente bem-sucedidas. Reduzimos a duração dos típicos 90 minutos para mais acessíveis 60 minutos, transferimos as apresentações de salas de concertos formais para locais mais acessíveis e diversificamos o repertório para abranger um amplo espectro de temas e gêneros”, cita o gerente de projetos.

O repertório é outra fonte de pesquisa de mercado e inclui homenagens a artistas contemporâneos como Queen, ABBA, Coldplay, Ed Sheeran, e trilhas sonoras de filmes, ao lado das composições atemporais e populares. “A música clássica possui muitas tradições, desde permanecer em silêncio e não aplaudir entre os movimentos até vestir preto para se apresentar. Embora a Fever ainda ofereça o formato tradicional em nossa plataforma, os concertos Candlelight trazem um formato de apresentação mais flexível”, acrescenta Victor Veronesi. Neste formato, a iniciativa já passou pelo Rio de Janeiro e São Paulo. No último ano, os shows estrearam no Nordeste com os primeiros concertos em Salvador, Recife, Natal e Fortaleza.
A introdução de programas “tributo” está mais alinhada a artistas do universo pop, mas costumam ser executados por um quarteto de cordas ou outros instrumentos clássicos. Além desses programas, existem repertórios que remetem a filmes, games e até temáticas mais específicas, como músicas natalinas. “Procuramos sempre atender às expectativas do público local, criando programas que se adéquem ao seu gosto. No Brasil, por exemplo, já realizamos tributos a Rita Lee e Charlie Brown Jr. Também organizamos Candlelight Original Sessions com artistas locais, como Liniker e Chico César”.

O Candlelight costuma buscar locações especiais e reconhecidas por sua natureza histórica para as apresentações. Isso inclui desde coberturas ao ar livre até catedrais, palácios, bibliotecas e jardins. “A mensagem para João Pessoa é que quem for ao Candlelight não estará apenas ouvindo música ao vivo, cercado por milhares de velas. A experiência imersiva convida a redescobrir espaços da cidade e a conexão com os músicos é muito mais forte, com eles falando diretamente ao público e compartilhando informações sobre os artistas para cada tributo musical que fazemos. Esse processo tem sido impecável, há excelentes músicos em João Pessoa. A Monte Cristo acompanha os ensaios para trazer a melhor experiência ao público, e na Camerata Parahyba não é diferente”, conclui Victor Veronesi.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 27 de janeiro de 2024.