Para muitos cantores e intérpretes da Música Popular Brasileira, ter um sucesso emplacado nas telenovelas é um dos principais sinais de sucesso. É por meio dessas entradas que ampliam a capacidade de falar com diversos públicos e estabelecer relações afetivas com aqueles e aquelas que os escutam. É nessa seara que tem se colocado também mais recentemente o trabalho de Roberta Campos, que realiza três shows na Paraíba nos próximos dias: hoje (15), em Sousa, no Centro Cultural do Banco do Nordeste do Brasil (CCBNB), com entrada franca; amanhã (16), em Campina Grande, no Teatro Severino Cabral; e no dia 22 de maio, em João Pessoa, no Teatro Paulo Pontes. Na manga, ela pretende trazer seus grandes sucessos, além de apresentar seu novo trabalho, o álbum Coisas de Viver.
Por meio das telenovelas, artistas da música difundem suas criações e fidelizam os admiradores e fãs. Figuram entre grandes intérpretes das telenovelas, que construíram essa relação afetiva com os telespectadores, nomes como Elba e Zé Ramalho, Rita Lee, Gal Costa, Tim Maia, Djavan, Caetano Veloso, Gilberto Gil e Maria Bethânia, e nomes relativamente mais recentes, como Marisa Monte. Campos já emplacou 21 inserções em novelas nos seus quase vinte anos de carreira desde que lançou seu primeiro álbum, Para Aquelas Perguntas Tortas, gravado na sala do seu apartamento, em 2008 – embora ela considere de fato que seu trabalho começa em 1998, quando passou a tocar em barzinhos.
O trabalho em novelas começou logo no início dos seus trabalhos, com o sucesso “De janeiro a janeiro”, gravado junto com Nando Reis, também um dos intérpretes e compositores com grandes sucessos em novelas. A música esteve na trilha de cinco novelas e alcançou mais de 45 milhões de visualizações na internet.
Além dela, outros sucessos estiveram nos ouvidos dos telespectadores, como “Abrigo”, “Minha felicidade” e “Todo dia”. “Minhas canções são sinceras, falo de coisas que e conheço e vivo. A música é uma grande paixão na minha vida, acredito que esse caminho é direto do meu coração para o coração das pessoas. São canções imagéticas, o que deixa fluida a conversa da minha arte com um trabalho de vídeo”, destaca Campos.
De fato, é possível ver uma série de vídeos no seu canal do Youtube, desde registros do início da carreira, como a gravação com Nando Reis de “De janeiro a janeiro”, passando por outras tantos registros de gravações e parcerias com músicos e intérpretes, e videoclipes estrelados pela própria Roberta Campos.
O atual álbum traz nove canções, disponibilizadas em todos os tocadores de música, com uma pegada mais folk, indie e pop, amadurecendo o trabalho realizado por Roberta nos últimos anos. São elas: “Join me”, “Peito aberto”, “Gérbera”, “Na proa da saudade”, “Coisas de viver”, “Amanhã também”, “A cor do que eu quero”, “Atento” e “Escapulário”.
Quem já está acostumado com a voz suave e meiga de Roberta, vai poder novamente encontrar sua voz em baladinhas românticas e de letras cotidianas. “Ele é um álbum mais íntimo, confessional. Falo de mim de uma forma mais pessoal. Falo sobre meus traumas, minhas dores, sobretudo, da força que me traz até aqui. Do amor que eu deposito em tudo que faço. E é um disco mais folk, com muitos riffs de violão! Eu que venho da escola do folk também, dessa vez eu voltei mais para essa minha vertente”.
O álbum é todo escrito por Roberta, produzido por ela e por Alexandre Fontanetti, com arranjos que valorizam a mensagem cantada. O novo show traz também canções como “Casinha branca”, “Começa tudo outra vez” e muitas surpresas. “Se eu deixar de tocar ‘De janeiro a janeiro’, ‘Minha felicidade’, eu sou uma pessoa morta (risos). Mas eu tenho sorte de ter uma carreira discográfica muito positiva, sempre me pedem várias canções e tem uma coisa regional também. No último show que fiz em Fortaleza, por exemplo, pediram músicas que há tempos eu não tocava! Achei demais!”.
Além do álbum que está sendo apresentado por ela desde fevereiro, Roberta Campos ainda conta com os álbuns de sua carreira Varrendo a Lua (2010), Diário de um Dia (2012), Todo Caminho É Sorte (2015) e O Amor Liberta (2021). Todo Caminho É Sorte, inclusive, foi indicado ao Grammy Latino como melhor álbum de MPB. O primeiro DVD viria com a Todo Caminho É Sorte – Ao Vivo, gravado após uma década de lançamento do primeiro álbum, trazendo músicas emblemáticas e outras inéditas.
O show Coisas de Viver está em turnê no Nordeste. Além de João Pessoa, Campina Grande e Sousa, Campos apresentará seu novo álbum em Juazeiro do Norte (CE), Natal (RN), Recife (PE) e Aracaju (SE). O álbum também está passeando por países da Europa e da África.
É o tempo em que o público vai conhecendo as novas canções, criando vínculos e estabelecendo as conexões afetivas com letras e melodias. Para a cantora e compositora, a recepção do público tem sido positiva.
“As pessoas estão se conectando muito com esse disco novo. Eu sempre trago minhas verdades para as minhas composições, mas dessa vez eu passeio num lugar diferente, um lugar que não havia estado antes nas minhas canções e as pessoas têm se identificado. Tem sido uma troca muito positiva e intensa!”, afirma.
Com a carreira iniciada há cerca de 30 anos, Roberta passou pelos barzinhos, pelas novelas, e teceu parcerias importantes – além de Nando Reis, ela guarda canções trocadas com nomes como Humberto Gessinger, Nico Resende, Luiz Caldas, Hyldon, Fernanda Takai, Zélia Duncan, Carlinhos Brown e Danilo Caymmi. Por outro lado, também traz seu caráter mais íntimo, até mesmo solitário, em algumas composições, uma de suas marcas.
“Eu sempre fui muito autêntica em minhas composições. Sou autodidata e acredito que esse caminho solitário me deu a liberdade de encontrar meu jeito de cantar, de tocar e principalmente de criar minhas canções. O maior agregador é a minha vivência; os livros que leio, os filmes que expandem minha mente, as canções que sempre me acompanham e a descoberta diária de quem eu sou no mundo”, finaliza.
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#Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 15 de maio de 2025.