Guilherme Cabral
O bom filho à casa torna. É o que acontece com o jornalista, escritor e mestre da crônica paraibano Gonzaga Rodrigues a partir deste sábado, quando começa a escrever seus textos no jornal A União, onde também os publicará nas quartas-feiras. “José Américo de Almeida ficaria feliz com esse retorno de Gonzaga Rodrigues para A União por dois motivos: primeiro, porque ninguém se perde na volta; segundo, porque o jornal reconquista quem iniciou a carreira de jornalista em suas páginas, inicialmente como revisor, depois como redator, colunista e diretor. Sinto-me feliz e honrado com a volta dele ao nosso aconchego”, disse o jornalista e colunista Martinho Moreira Franco.
“Fico muito feliz com a presença de Gonzaga Rodrigues no jornal. A União ganha muito, pois a relação dele com o jornal foi muito intensa e de altíssima conta e é o melhor cronista da Paraíba”, garantiu o jornalista Agnaldo Almeida. “É de fundamental importância a presença de Gonzaga em qualquer órgão cultural da Paraíba. Gonzaga já não é mais um autor qualquer, é referência na formação da opinião pública local, sobretudo na reflexão dos problemas cotidianos, da paisagem e da história de João Pessoa”, comentou o escritor e crítico literário Hildeberto Barbosa Filho. “A presença de Gonzaga Rodrigues nas páginas da imprensa paraibana se torna um fator imprescindível pela sua militância, ao longo da qual tem brindado o público leitor da Paraíba com verdadeiras joias do jornalismo moderno”, ressaltou, ainda, o jornalista Severino Ramos.
Intelectuais celebram a volta do cronista
Agnaldo Almeida considerou “um achado” de A União o retorno de Gonzaga Rodrigues. “É o melhor cronista da Paraíba e está a ombrear com outros cronistas, como Paulo Mendes Campos, Rubem Braga e outros”, disse ele, lembrando que Gonzaga sempre reconheceu o hoje centenário jornal da imprensa oficial do Governo do Estado como uma universidade, por dar espaço para a cultura e o ensinamento e pelo qual já passaram nomes que se tornaram importantes em âmbito nacional, a exemplo do escritor José Lins do Rego. “A União é testemunha e personagem da história, como aconteceu durante a Revolução de 1930 e a morte de João Pessoa. Gonzaga vai ajudar a redimensionar esse secular jornal e os leitores para uma relação estimuladora”, comentou o jornalista, que, a propósito, mantém a coluna dominical intitulada Deu no Jornal em A União.
“A palavra de Gonzaga é fundamental. Essa volta é simbólica, pois retorna às origens. Não é desejando sua morte, mas Gonzaga não é mais um menino, pois tem mais de 80 anos e, com essa volta, começa a unir os fios da sua presença. A sociedade tem muito a ganhar. Acho importante para que Gonzaga Rodrigues não seja silenciado. O fechamento do Jornal da Paraíba o silenciou. Fico muito feliz com essa volta, trazendo o olhar singular, lírico, recuperando essa presença relevante”, afirmou Hildeberto Barbosa.
O jornalista Severino Ramos também ressaltou que “é sempre motivo de júbilo para os leitores ter Gonzaga Rodrigues de volta ao batente, com as suas preciosas joias literárias, sempre focando o cotidiano da cidade de João Pessoa”.
Em junho de 2013, o Correio das Artes - que é o suplemento literário de A União - publicou reportagem de capa, intitulada Gonzaga Rodrigues - A flor da saudade no sítio da memória - para celebrar o transcurso dos 80 anos de idade do jornalista e escritor, que agora retorna ao jornal. A matéria, denominada Gonzaga Rodrigues: do jornalismo à literatura, uma lição de vida e assinada pelo jornalista Alexandre Nunes, é ilustrada com fotos de Antônio David e a homenagem inclui, na mesma edição, depoimentos de vários amigos e colegas de batente do mestre da crônica, que nasceu na cidade de Alagoa Nova, localizada na região do Brejo do Estado.