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Jornalista e escritor Wills Leal comemora aniversário de 80 anos

publicado: 18/09/2016 00h05, última modificação: 17/09/2016 09h57
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Reconhecido no meio intelectual paraibano, Wills Leal participa cotidianamente dos principais eventos culturais do Estado - Foto: Edson Matos

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Guilherme Cabral

"Eu me considero uma pessoa que tem uma única linha, sempre com coerência. Por isso, de tudo que fiz, ou escrevi, não tiro nenhuma linha nem vírgula. Não deleto nada do que fiz dentro do tripé jornalismo, cinema e turismo. No fundo, no fundo, minha formação filosófica me levou a uma atividade pluralista. São anos bem vividos e tenho a certeza de que tenho sido muito cerebral, crítico, o que é reflexo de um pensamento já estruturado e que preservo, dentro de um critério lógico. Me considero feliz, alegre, expansivo, sem remorso e sem trauma”. A confissão foi feita para o jornal A União pelo professor, crítico, colecionador, pesquisador, jornalista, turismólogo e escritor paraibano Wills Leal, num balanço dos seus 80 anos de idade, que se completam hoje. Nesta mesma data, ele disse que, de uma forma bem humorada, programou para as 19 horas, na varanda do seu apartamento, localizado no bairro do Cabo Branco, em João Pessoa, o evento intitulado Vai dormir, Wills!, com apresentação do Coral Villa-Lobos, que, sob a regência de Carlos Anísio, vai entoar ‘Cantigas para ninar gente grande’, dentro das comemorações, iniciadas em 11 de setembro.

Uma extensa programação - que se conclui hoje - vem sendo cumprida desde o domingo, dia 11 de setembro, para celebrar as oito décadas de vida de Wills Leal, que nasceu na cidade de Alagoa Nova e foi professor das Universidades do Rio de Janeiro, de Brasília e, na Paraíba, da Universidade Regional do Nordeste. Autor de 25 livros, seis dos quais - a exemplo de Jamais deletado e Primeiro de Abril Antes e depois de 1964 e A Aventura do Amor Atonal - foram relançados ontem, na Livraria do Luiz, na capital, com saudação feita pelo mestre da crônica, o jornalista e escritor Gonzaga Rodrigues, e declamação teatralizada, pelo ator Bruno Fonseca, do ensaio intitulado Wills de A a Z, de Jomard Muniz de Brito.

Wills Leal também realizou 23 filmes, dentre os quais as obras intituladas Tudo é improviso, Festa das Neves e Presença da música no cinema, além de ter sido responsável por diversos projetos, a exemplo do Roliúde Nordestina, Festcine Digital do Semiárido e o Polo Hoteleiro do Cabo Branco, e ter tido participação fundamental na criação de instituições públicas e privadas, como a Associação dos Críticos Cinematográficos da Paraíba, Academia Paraibana de Cinema, Conselho Estadual de Cultura, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba (Iphaep) e Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo (Abrajet) - Paraíba.

A propósito, a Abrajet entregou, em solenidade realizada na última sexta-feira (16), no Sesc Praia, em João Pessoa, a Comenda Wills Leal ao hoteleiro Ermano Targino, à jornalista Sônia Iost e ao empresário Marconi Medeiros. E, na ocasião, foi montada a exposição fotográfica Momentos Históricos do Turismo Paraibano, integrada pelo acervo do próprio aniversariante. Naquele mesmo dia, em evento para homenagear Wills Leal, o Núcleo de Documentação Cinematográfica (Nudoc) e Centro de Comunicação, Turismo e Arte (CCTA), ambos da UFPB, lançaram, no Cine Aruanda, instalado na própria instituição, o Festival do Filme Feito sobre o Filme Paraibano, com a exibição do longa-metragem Wills Atonal e Visionário, dirigido por Mirabeau Dias e que traça a trajetória de Wills Leal.

E, a propósito, qual é a imagem que os amigos possuem do octogenário aniversariante? O jornalista Luiz Gonzaga, por exemplo, publicou, em A União, que Wills Leal “preferiu o desafio de ser nacional sem deixar a Paraíba. Se a calçada é na Paraíba, lá vai Wills; se a calçada é no Norte ou no Sul, lá vai a Paraíba. Ainda vai ser estátua”; já Martinho Moreira Franco, também no centenário jornal da imprensa oficial, escreveu que “como debatedor de filmes, Wills é imbatível. Ficou célebre o debate que travou, na sede da Associação Paraibana de Imprensa, sobre o filme Os Fuzis, de Ruy Guerra. Inesquecível”; no jornal Contraponto, o poeta e crítico Hildeberto Barbosa Filho registrou que “é impossível se pensar a Paraíba do ponto de vista turístico, cultural, gastronômico, histórico, boêmio e festivo sem passar pelos estudos de Wills Leal. É, sem dúvidas, o topógrafo dos nossos territórios simbólicos”; e, no Correio das Artes, suplemento literário de A União, Carlos Romero escreveu que “Wills Leal é um homem primaveril por índole. Tristeza nele não encontra vez. É só agitação. Só pára quando está dormindo, ou quando vira fotografia”.

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