O diácono e jornalista José Nunes toma posse hoje, da Cadeira nº 30 da Academia Paraibana de Letras (APL), em solenidade que acontecerá no Centro Cultural São Francisco, em João Pessoa, a partir das 18h. O novo acadêmico será saudado pelo imortal Gonzaga Rodrigues, ambos colunistas do Jornal A União.
Eleito no dia 25 de novembro do ano passado, com 21 votos, em pleito que teve mais dois concorrentes, Nunes substituirá o jornalista e poeta Otávio Sitônio Pinto (1945-2022), cuja cadeira tem como patrono o desembargador e escritor Santos Stendislau (1860-1933), tendo sido ocupada anteriormente por Francisco Coutinho Filho (1891-1976) e Pedro Moreno Gondim (1914-2005).
“Destacamos a coincidência e a satisfação nossa de, na vaga de um jornalista atuante como foi Sitônio Pinto, a Academia teve o discernimento de escolher outro jornalista, que também é atuante há muitos anos na imprensa da Paraíba e com muitos livros já publicados”, declarou o presidente da APL, Ramalho Leite. “José Nunes é um confrade muito respeitado na sua profissão. Além de tudo, um homem religioso, um diácono da igreja católica que recebe a admiração de todos nós”.
Sobre a APL, o novo acadêmico destaca o papel da instituição é fomentar o acesso ao livro, aproximar o escritor do leitor, debater cultura e literatura. “Fazer com o livro chegue às escolas, abrindo diálogo entre quem escreve e os que exercitam a leitura. E nada mais salutar do que começar pelas escolas, pelo professor que, aliás, a Academia vem fazendo com a realização de encontro mensais com professores da rede estadual de ensino”, comentou José Nunes.
"José Nunes é um confrade muito respeitado na sua profissão. Além de tudo, um homem religioso, um diácono da igreja católica que recebe a admiração de todos nós" - Ramalho Leite
Natural de Serraria, no Brejo paraibano, o novo imortal atua na imprensa desde o final da década de 1970, seja como repórter, editor ou colunista. Atualmente, escreve coluna semanal em A União, além de colaborar com os sites MaisPB e o Espaço de Leitura de Germano Romero.
Com diversos livros publicados, na sua maioria ensaios-biográficos, crônicas e poesia, Nunes também integra o Instituto Histórico e Geográfico Paraibano (IHGP), a Academia Cabedelense de Ciências, Artes e Letras (Accal-Cabedelo) e a União Brasileira de Escritores, seção Paraíba (UBE-PB). Foi a primeira vez que concorreu a uma vaga da Academia Paraibana de Letras.
Diácono na Arquidiocese da Paraíba, a APL resgata uma tradição de sempre ter em seus quadros a presença de um representante da Igreja. “Inclusive, entre seus fundadores, no ano de 1941, estava um padre, o intelectual Mathias Freire. No decorrer dos anos, sempre foram eleitos sacerdotes, mesmo padre que não estava exercendo suas funções na Igreja, a exemplo dos professores Manoel Batista de Medeiros, José Jackson de Carvalho, Francisco Pereira da Nóbrega, e outros”, lembrou o novo membro. “O patrono da cadeira que passo a ocupar, Santos Estanislau Pessoa de Vasconcelos, foi um homem de elevada cultura jurídica, como tantos outros que ocupam lugar de destaque na Casa de Coriolano de Medeiros”, comentou Nunes.
Nova vaga
O presidente da Academia Paraibana de Letras falou que já estão abertas as inscrições para ocupar a vaga deixada pelo político e escritor Oswaldo Trigueiro, morto em 21 de dezembro do ano passado, aos 87 anos de idade. A eleição será para ocupar a Cadeira nº 5, cujo patrono é o advogado e historiador brasileiro Alcides Bezerra (1891-1938).
“Na última terça-feira (dia 7), houve uma sessão em homenagem póstuma a Oswaldo Trigueiro. A partir daí, então, é divulgado um edital com um prazo de 60 dias para quem se interessar poder se inscrever”, explicou Ramalho Leite. “Depois da inscrição, a Academia se reúne para analisar os currículos e processos para observar se estão de acordo com o que exige o estatuto. Um dos acadêmicos dá, então, o seu parecer e depois da aprovação a eleição é marcada”, concluiu o presidente da APL.
*Matéria publicada na edição impressa de 9 de fevereiro de 2023.