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Jurandir Maciel apresenta esculturas de personalidades paraibanas em seu ateliê

publicado: 02/07/2016 00h05, última modificação: 02/07/2016 07h29
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Personagens como Jackson do Pandeiro, Livardo Alves e Ariano Suassuna foram imortalizados em bronze pelo artista - Foto: Divulgação

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Gilson Renato

Augusto dos Anjos, Ariano Suassuna e Luiz Gonzaga compõem a comissão de recepção do mais novo espaço cultural da capital paraibana. Muitas outras personalidades, inclusive de outras regiões do Brasil, serão encontradas por lá, no Largo de São Pedro Gonçalves, próximo ao Hotel Globo. Esculturas, gravuras, desenhos e pinturas; em concreto, granito, gesso, tecido e, principalmente, em metal, as imagens bidimensionais e tridimensionais de Jurandir Maciel surpreendem e emocionam em suas expressões objetivas ou abstratas. É a primeira casa do Largo, importante monumento histórico agora transformado em um ateliê, com nuances de museu, um espaço de artes e memória, enfim.

O escultor Jurandir Maciel tem várias obras instaladas em João Pessoa. A primeira, em 2009, sentou definitivamente o compositor Livardo Alves na Praça Vidal de Negreiros. O Ponto de Cem Réis que acolhia o homem feito carne passou a ser guardado pelo homem feito bronze. A qualidade da obra credenciou Maciel e desde então ele reconstrói, em gesso e bronze, outras personalidades para a memória da Paraíba.

Do etéreo para o metal foram transmudados os artistas paraibanos Livardo Alves, Jackson do Pandeiro, Augusto dos Anjos, Caixa D´água e Ariano Suassuna. O Barão do Rio Branco e a Santa Senhora da Penha, esta última em alumínio, completam as obras instaladas em João Pessoa. No interior da Paraíba, Maciel também tem uma escultura instalada no Município de Caiçara. O médico Waldemir Miranda, o “Caiçarense do século XX”, se destacou também na comunidade médica pernambucana e a sua cidade natal o homenageia com monumento em praça pública.

Todas estas obras e muitas outras – os originais em gesso na maior parte - podem ser vistos agora em um só local. O artista anuncia para breve a inauguração, mas já abre suas portas ao público diariamente em horário comercial enquanto ultima os preparativos do seu museu/ateliê. O pernambucano, do bairro recifense de Campo Grande, conheceu a capital paraibana na década de 1970, quando vinha à cidade como representante da fábrica de brindes do seu pai. Maciel diz que vem de então o seu amor pela velha Parahyba, principalmente pelas praias e Centro Histórico da cidade. Ele agora realiza um sonho antigo, mora em João Pessoa, batizou recentemente na Igreja de São Pedro Gonçalves o filho José, nascido na Cândida Vargas, mas continua torcendo pelo Náutico, pois ninguém se despernambuca.

Abelardo da Hora e principalmente Francisco Brennand são os mestres, referências primeiras do artista. Maciel têm várias parcerias com Brennand e há muito tempo conquistou a amizade e a confiança do mestre que, inclusive, foi um dos primeiros a ver, ainda inconclusa no gesso, a escultura de Ariano Suassuna (hoje instalada em bronze na entrada do Teatro Pedra do Reino – Centro de Convenções da Paraíba).

Francisco Brennand confessa o que sentiu, “me emocionou muitíssimo rever a imagem de Ariano Suassuna, amigo de escola e da vida. Aquela figura imponente, cordata, forte, despojada e amável sendo ali refeita no branco do gesso, veio confirmar o talento e o  empenho do artista Maciel. Ele que também já é um velho amigo, entende e dialoga com o meu trabalho há muito tempo e por isso já realizamos muito em parceria”. É este artista, de muitas expressões e talento reconhecido, que abre suas portas diariamente para a curiosidade, a arte e o abraço do povo paraibano e demais visitantes.