Linaldo Guedes
Lucy Alves já é uma estrela de primeira grandeza. Nascida em João Pessoa em 1986, a artista que sempre encantou os fãs paraibanos, agora já é um nome de referência na música brasileira. Depois de aparecer na mídia nacional como finalista do programa The Voice Brasil, da Rede Globo, Lucy lançou um CD elogiado pela crítica e este ano se prepara para dois novos desafios: atuar como atriz na novela “Velho Chico”, de Benedito Ruy Barbosa, e gravar seu primeiro DVD. Sem falar que já prepara um segundo CD solo.
Lucy reconhece que muita coisa boa aconteceu desde a sua participação no The Voice Brasil. “Sou muito grata pela oportunidade. Muitos encontros, aprendizado… O programa me abriu muitas portas e me apresentou a muita gente. Hoje estou colhendo muitos frutos dessa passagem por lá”, conta em entrevista exclusiva ao jornal A União.
Como foi ter uma carreira de sucesso em sua terra natal e de repente se tornar um nome conhecido nacionalmente? Para Lucy, foi tudo muito rápido e estranho, até deixar cair a ficha. “O programa me tornou conhecida do dia para a noite. Foi importante ter a cabeça no lugar e saber que caminho eu queria tomar para saber aproveitar essa exposição e saber conduzir minha carreira. Adoro como as coisas acontecem na minha vida; tudo no seu tempo, sem agonias… Degrau por degrau”, comenta.
Após o programa, Lucy lançou seu primeiro disco solo, com clássicos como “Disparada”, “De volta pro aconchego” e “Qui nem jiló”, entre outros. Ela considera o disco bonito, de boa sonoridade. “Foi um trabalho que saiu muito com a cara do que eu tinha acabado de viver: o The Voice. Portanto, muitas releituras, clássicos do nosso cancioneiro. Busco um novo trabalho com algumas novidades, mostrando um material inédito de minha escolha. Talvez este ano, mais propriamente no fim dele, eu consiga trazer para o público este trabalho. Vamos torcer”, conclama.Sim, vamos torcer. Mas enquanto o novo disco não chega, Lucy Alves se prepara participar da novela “Velho Chico”, de Benedito Ruy Barbosa, que estreia ainda neste semestre na Rede Globo. Na trama, ela fará o papel de uma nordestina que vive às margens do São Francisco e será mulher do protagonista. “Viverei a Luzia, personagem cheio de amor. Capaz de tudo por amor e por esse marido, vivido pelo Domingos Montagner. Será um papel importante e já estou me preparando bastante”, antecipa.
Será que Lucy pensa em se tornar atriz também ou apenas cantar lhe satisfaz? Ela responde: “Acho bacana esse ofício. Também me fascina. Pretendo estudar um pouco mais e seguir. A música é meu trabalho número um, mas nada impede que faça os dois”. Lucy começou aos 4 anos, foi solista de orquestras sinfônicas e cantou com artistas populares, como Dominguinhos, Marinês, Pinto do Acordeon, entre outros. Sobre as diferenças entre tocar músicas eruditas e músicas consideradas populares, ela observa que a música dita “erudita” é uma música geralmente feita em câmara, salas de concertos e possuem formas peculiares e pouco improviso; na popular há mais liberdade para improvisos. “Foi muito bom poder circular nesses dois âmbitos, pois aprendi a ter disciplina e asas para voar na música. Aprendi muito nos dois ambientes”, declara.
Sua paixão sempre foi o forró. Assim deixou claro em suas apresentações no The Voice. Em relação ao espaço para este ritmo na mídia nacional hoje, Lucy acredita que cada dia que passa nossa música tem espaço mais democrático. “Hoje não podemos mais negar a existência de ritmos tão brasileiros como o forró, o boi, o carimbó ou vanerão. Nosso país é muito rico musicalmente e as pessoas estão acordando para isso. Acho que estamos indo bem e que o forró ainda pode desfrutar de mais espaço ainda. Estamos torcendo para isso”, comenta.
2016 é um ano que promete em termos de realizações artísticas para Lucy Alves. Ela grava a novela agora, lança seu DVD ainda este ano e se planeja para um CD. “Adoro produzir e tudo que venho vivendo será material para os trabalhos vindouros!”, acrescenta.
Carreira
Lucy começou sua vida artística aos quatro anos de idade, ingressou no mundo da música pelo Projeto Formiguinhas e depois sendo violinista na Orquestra Infantil da Paraíba e da Camerata Izabel Burity. Participou como solista das Orquestras Sinfônicas da Paraíba e de Recife e da Orquestra da Câmara de João Pessoa. Tocou violino no Conservatório Musical da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Foi também na UFPB que ela se graduou em música. Em 2002, se tornou integrante do grupo nordestino Clã Brasil, no qual lançou oito álbuns, sendo dois álbuns ao vivo e dois DVDs. Após sua participação no programa The Voice Brasil assinou contrato com a gravadora Universal se lançando em carreira solo.