Linaldo Guedes
O cantor e compositor Milton Dornellas começa o ano caindo na estrada. Em parceria com o guitarrista pernambucano Alex Mono, o artista fará apresentações em João Pessoa, em Campina Grande e em Pium, no Rio Grande do Norte, a partir hoje.
Para essas apresentações, Milton fez uma seleção cuidadosa de músicas já gravadas e outras que ainda não foram testadas nem em estúdio nem ao vivo. A formação para esses Concertos é voz, violão com cordas de aço, viola caipira e guitarra. No palco apenas Milton e Alex Mono.
A novidade nessas apresentações fica mesmo por conta da parceria com o guitarrista pernambucano Alex Mono. “Músico de grande experiência, sensível e que temos uma sintonia fina no fazer musical”, comenta Milton.
Milton Dornellas diz que nunca saiu da estrada. “Às vezes me faço presente com mais frequência, as vezes com menos, mas sempre nela. Este ano se diferencia pois será uma agenda permanente de Concertos”, explica.
Para conseguir conciliar a carreira de músico com a atuação como gestor cultural basta ter organização, foco e eleger prioridades, entende ele. “Nos últimos tempos a gestão ocupou mais espaço, este ano tem inversão de prioridade e a música ocupará a agenda”, garante.
Menos mal. Afinal, o público já estava com saudades de ver nos palcos com mais assiduidade esse carioca que veio aos 14 anos morar em João Pessoa e daqui não saiu mais, fazendo uma carreira de sucesso como artista e nos movimentos sociais e musicais da cidade.
O aprendizado musical começou em 1975, mas as apresentações ao vivo só surgiram a partir da década de 1980, com trabalho autoral. Por essa época criou, com parceiros como Pedro Osmar, Paulo Ró, Chico César, Adeildo Vieira e Totonho, o Musiclube da Paraíba.
Também na década de 1980, participou do grupo musical ‘Etnia’. No início dos anos 1990, ao lado dos instrumentistas Marcos Fonseca e Xisto Medeiros, criou ‘Assaltarte’, que consistia em intervenções em espaços públicos, tocando uma única canção com a formação de baixo acústico, viola de arco e violão. O disco com o mesmo nome foi lançado em 1994.
Entre seus trabalhos solos estão ‘No Ventre da Besta’ (1986), ‘Mandrágora’ (1993), ‘Ancestrais’ (1998), ‘Sete Mares’ (2000), ‘Alinhavo’ (2002) e ‘O Gargalhar da Invernada’, lançado no ano de 2007.
Milton Dornellas participou de algumas coletâneas musicais, a exemplo do ‘Cantata Popular’, ‘Coletânea Musiclube’, além de participações em CD`s de artistas paraibanos, como o do grupo Jaguaribe Carne e também do CD ‘Laminas de Black Tie’ do cantor Paulinho Ditarso. Alex Mono é cantor, compositor, guitarrista e produtor cultural. Atua na área cultural desde os anos 80, quando ingressou na Universidade Federal de Pernambuco no curso de bacharelado em violão clássico, tendo aulas com o violonista clássico espanhol Carrion. A partir dos anos 1990, criou a banda Coração Tribal, onde teve o papel de cantor, compositor e guitarrista. Produziu em 1995/96 o projeto Olinda Pop no mercado Eufrásio Barbosa, com a Coração Tribal sempre convidando artistas populares como Selma do Côco, Aurinha. Ainda nos anos 1990 participou de coletivos de artes integradas, como o Carga & Descarga, grupo que reunia Mauricio Silva, Dantas Suassuna, Marcio Almeida e Flavio Emmanuel, com esse grupo produziu trilha sonora para vídeo-arte de título “Sacrossantos Eróticos”. Em 2004 lança CD “Atleta do Cotidiano”, trabalho que lança sua carreira solo, todo produzido em Recife pelo próprio Alex Mono. Em 2006, com o patrocínio da Prefeitura do Recife produziu o DVD coletivo “Recife Transatlântico Sound’s”, com os artistas participantes do FPMPE (Fórum Permanente da Música-PE).