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Mostra homenageia Marcélia Cartaxo

publicado: 06/03/2024 08h41, última modificação: 06/03/2024 09h58
Evento, em Belo Horizonte, revê trajetória da atriz paraibana com a exibição de quatro longas e três curtas

por André Dib*

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Marcélia Cartaxo ganhou o prêmio no Festival de Berlim e depois se firmou como grande atriz do cinema brasileiro | Foto: Bertrand Lira/ Divulgação

Marcélia Cartaxo será a homenageada da Mostra Diálogos pela Equidade, em Minas Gerais. De hoje até sexta, serão exibidos longas e curtas protagonizados pela atriz, ou dirigidos por ela. Paraibana de Cajazeiras, Marcélia é um dos maiores nomes no campo da atuação cinematográfica. Em A Hora da Estrela (1985), seu primeiro trabalho, se tornou a primeira atriz brasileira a ganhar o Urso de Prata no Festival de Berlim.

A mostra será sediada no Cine Santa Tereza, tradicional cinema de rua de Belo Horizonte, e exibirá  quatro longas e três curtas. Cada sessão contará com a presença da atriz e do diretor Bertrand Lira, que participarão de conversas com o público após a sessão.

“É uma homenagem importante, que faz jus à trajetória fantástica de Marcélia, desde a sua irrupção no mundo cinematográfico”, diz Lira. Apesar da premiação em Berlim, explica o cineasta, não foi fácil para a atriz manter a carreira. “Foi uma dura luta para Marcélia se estabelecer, tendo que aceitar papéis menores. Mas ela logo provou que seu talento não ficou apenas numa personagem adequada ao seu perfil. E ela provou que pode ser diferente dela mesma”.

Além do clássico A Hora da Estrela, dirigido por Susana Amaral a partir do livro de Clarice Lispector, a mostra exibirá A Mãe (2022), de Cristiano Burlan; O Seu Amor de Volta (Mesmo que Ele Não Queira) (2019), de Bertrand Lira; e Pacarrete (2019), de Allan Deberton. Neste último filme, além de Marcélia, o elenco conta com participação das paraibanas Zezita Matos e Soia Lira.

A programação de curtas inclui três trabalhos dirigidos por Marcélia (o primeiro, codirigido por Gisella de Mello): em Tempo de Ira (2003), Cícera cuida de sua mãe enferma na seca do Sertão; em De Lua (2013) o cinema fantástico tangencia sonho e realidade nos encontros entre um homem e uma mulher; e em Redemunho (2016), mãe e filho, tentam superar acontecimentos do passado.

Além dos filmes exibidos na mostra, recentemente ela pode ser vista em A Praia do Fim do Mundo, de Petrus Cariry, cuja impressionante fotografia em preto e branco explora com maestria as expressões do rosto da atriz. Marcélia também estará na próxima novela da Globo, Guerreiros do Sol.

Na sua quinta edição, dedicada à atuação feminina, a Mostra Diálogos pela Equidade: Mulheres Plurais busca discutir e refletir sobre a presença das mulheres no cinema brasileiro. Além da homenagem, a programação traz filmes da produção contemporânea realizado por mulheres, e em torno de temas importantes para a causa, como feminismo, negritude, o combate a LGBTfobia e o direito ao corpo.

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*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 06 de março de 2024.