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Músicos da capital se reúnem para roda de samba em Tambaú

publicado: 17/12/2016 00h05, última modificação: 17/12/2016 08h51
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A cantora Dandara Alves é uma das atrações que se apresentam durante o evento - Foto: Divulgação

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Lucas Silva
 - Especial para A União

"O evento mantém viva a tradição do samba paraibano fazendo ponte com o samba de todo o Brasil”, enfatizou o músico Alisson Cavalcante, que se apresenta ao lado do músico e também irmão, Preto Netto, e mais uma gama de sambistas paraibanos no evento “Confraternização do Samba”. Marcado para às 15h de hoje, a reunião musical acontece no antigo Jonh People, localizado na Feirinha de Tambaú, em frente ao Mundial Lanches. Entre os nomes cotados para se apresentar durante a tarde de samba estão bandas e artistas como Trem das Onze, Dandara Alves, Clube do Samba, Raquel Ramos, Mirandinha, entre outros. A entrada custa R$ 15. 

“Sempre fazemos essa confraternização, mas este ano, em especial, estamos comemorando mais cedo devido ao aniversário de Preto Netto. Além disso, o evento mostra o crescimento do samba na capital e dos próprios compositores que agora estão ganhando mais destaque na cena musical”, contou ainda durante a entrevista, Alisson Cavalcante. 

Preto Netto completou dizendo que a ideia do evento nunca foi concretizada porque nunca teve um local fixo, mas afirmou que nunca deixou de acontecer devido à vontade de sempre estar se apresentando. “Em contra mão do evento sempre têm novos compositores que estão fazendo um trabalho bacana e isso demonstra a celebração do ritmo e a vibração dos artistas paraibanos com a música local, a vontade de querer fazer samba de verdade”, finalizou Preto Netto.

Entre o repertório, o público da capital será banhado por canções de grandes compositores a exemplo de Zé Catimba, Cartola, Noel Rosa e Adoniran Barbosa. Por outro lado, os músicos participantes também demonstrarão suas canções autorais trazendo a contemporaneidade ao evento. 

Por exemplo, formado desde 2008, o grupo paraibano de samba intitulado “Trem das Onze” é composto pelos jovens músicos Chico Limeira, Regina Limeira, Tibério Limeira e Paulinho Tazz. No repertório, os jovens artistas trazem clássicos do samba como os inesquecíveis de João Nogueira, chegando também aos contemporâneos, como Chico Buarque e Zeca Pagodinho, que são cantados nas vozes dos irmãos Limeira, Chico e Regina. 

“Nosso samba tem uma energia que flui muito naturalmente e quando tivemos a oportunidade de juntar os amigos foi formado isso, o Trem das Onze”, disse Chico.

Considerado uma das principais referências no que diz respeito ao samba de raiz na capital paraibana, o grupo foi formado em uma celebração de família feita no quintal de casa. Por terem influências desde pequenos em suas vidas, os artistas costumam afirmar que foram seduzidos pelo samba devido à força das canções e poesia que eles trazem. 

Outra atração que também promete movimentar o local da apresentação é a jovem cantora, Dandara Alves. “Até agora posso revelar que o show irá trabalhar canções que trazem ritmos africanos, marcando a chegada da mulher no samba, porque posso dizer, com certeza, que fui à primeira mulher sambista a chegar à cena nacional, ainda mais sendo paraibana”, confessou.

Atualmente, Dandara traz em sua bagagem musical o seu primeiro ep intitulado “Samba Derradeiro”, composto por quatro composições de sambistas paraibanos interpretados em sua voz temperada de leveza e firmeza. 

O nome de seu mais atual trabalho surgiu a partir de uma música da compositora, Olga Alves, irmã da artista, e é uma música que traz o universo feminino à tona. A partir daí, Dandara explora nas músicas compostas no ep um grande leque de universo cujo samba pôde estar presente indo do feminino ao africano.

Bem humorada durante a entrevista, a cantora brincou dizendo que o nome do seu trabalho é engraçado. “Partindo da lógica de que os últimos serão os primeiros, Samba Derradeiro traz isso explicitamente em minhas canções, porque o que seria último se tornou o primeiro”, completou. 

E finalizando, mas não sendo menos importante que os demais, outro destaque é o “Clube do Samba”. Com uma proposta de trazer o autêntico samba para as rodas da capital paraibana, o Clube do Samba nasceu em 2006, unindo amigos e amantes do samba de raiz.

Em entrevista, o instrumentista e integrante do grupo, Leandro Fernandes, afirmou que profissionalmente, sua vida se divide em antes e depois do Clube do Samba. “Toda evolução e aperfeiçoamento por mim apresentado obtive no Clube, sem contar com o espírito de pertencimento, a capacidade de unir forças para vencer os desafios, e fazer o samba com profissionalismo e acima de tudo, paixão”, afirmou convicto sobre a experiência adquirida.

Passando por algumas formações, o grupo de samba tem uma longa trajetória, mas sempre tendo artistas que agregam valores ao projeto, que busca sempre desenvolver um trabalho voltado para valorização do celeiro do bom samba, numa busca incessante pela pesquisa e multi-particularidades que esse ritmo proporciona, como o samba de terreiro, de breque, de roda, rasgado, partido alto e afins.