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Concerto

Neojiba executa ópera armorial da Paraíba

publicado: 09/08/2023 08h55, última modificação: 09/08/2023 09h41
Em João Pessoa, duas apresentações gratuitas fazem parte da ‘Turnê da Liberdade’ do projeto vindo da Bahia
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Hoje, iniciativa Núcleos Estaduais de Orquestras Juvenis e Infantis da Bahia vai apresentar a ópera ‘Dulcinéia e Trancoso’, composta pelo paraibano Eli-Eri Moura e inspirada na obra de Ariano Suassuna (1927-2014) - Foto: Eduardo Tosta/Divulgação
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Nas fotos, apresentação da turnê da Orquestra e Coro Neojiba, em Maceió (AL), no começo da semana - Foto: Eduardo Tosta/Divulgação
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Na Paraíba, repertório terá obras de compositores brasileiros contemporâneos e de europeus consagrados - Foto: Eduardo Tosta/Divulgação
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Foto: Eduardo Tosta/Divulgação
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Foto: Eduardo Tosta/Divulgação
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Foto: Eduardo Tosta/Divulgação
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Foto: Eduardo Tosta/Divulgação
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Foto: Eduardo Tosta/Divulgação
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por Guilherme Cabral*

 A segunda peformance será amanhã, no mesmo horário e local, com realização de um concerto sob a batuta do maestro Eduardo Torres. A entrada, em ambos os eventos, é gratuita e o público já pode reservar os ingressos pelo Sympla (sympla.com.br). No intuito de garantir a acessibilidade das pessoas com deficiência auditiva, o concerto terá intérprete de libras. Os membros do Neojiba também participarão de atividades pedagógicas com o Programa de Inclusão Através da Música e das Artes (Prima), criado pelo Governo da Paraíba.

Composta pelo maestro Eli-Eri Moura em 2009, baseada em libreto do escritor, artista plástico e ator W. J. Solha, Dulcinéia e Trancoso é considerada a primeira ópera armorial, movimento idealizado por Ariano Suassuna na década de 1970 para valorizar a arte popular nordestina, tem 10 cenas e se constitui, ao público, numa emocionante e mágica mistura de elementos da cultura ibérica e do Nordeste brasileiro. A regência será da maestrina Lucie Barluet, com direção cênica de Chica Carelli e direção de movimento de Luana Serrat, tendo como solistas Alessandra dos Santos Lima, Maiane Santa Izabel, Camila Ceuta (sopranos), Samuel Marques, Thiago Alves (tenores), Esdras Silva, Guilherme Bispo e Iuri Nery (baixos).

A programação vai continuar amanhã, às 20h, na Sala Maestro José Siqueira, com o concerto da Orquestra Neojiba e Coro Juvenil, sob a regência de Eduardo Torres. O repertório terá obras de compositores brasileiros contemporâneos, a exemplo de ‘É doce morrer no mar’, de Dorival Caymmi e Jorge Amado, para coro à capela, com arranjo de Ernst Widmer, e ‘Canticum Naturale’, do catarinense Edino Krieger, inspirada nos pássaros e rios da Amazônia, com solo da soprano Emyle França. A apresentação também terá compositores europeus consagrados, como o checo Antonín Dvořák, com o ‘Romance op. 11 para violino e orquestra’, e Robert Schumann, com o ‘Concerto para violino e orquestra em ré menor’. As peças de Dvořák e Schumann terão como solistas os spallas (primeiros-violinos) Eliel Santana e Isabela Rangel, ambos da Orquestra Neojiba.

“A Paraíba e João Pessoa são locais importantíssimos culturalmente, com larga tradição na área musical, de música de concerto e de composição e não poderia deixar de constar. Por isso fizemos todos os esforços, na programação das apresentações”, disse o maestro Eduardo Torres. “Inclusive porque o compositor da ópera é Eli-Eri Moura, que é da terra e é um professor da Universidade Federal da Paraíba. Essa ópera foi incluída na programação porque se trata de uma obra-prima, com referências tanto brasileiras quanto ibéricas e universal. A peça foi apresentada, em forma de concerto, no aniversário de 15 anos do Neojiba, em 2022. Agora, com encenação de Suassuna e Cervantes, dois personagens da ópera. E tem a relação com o Prima, da qual ficamos muito orgulhosos”, apontou o regente, que também é o diretor musical do Neojiba.

A propósito, o próprio Eli-Eri se considera um fã incondicional do programa baiano. “Não há maneira mais sublime de promover o desenvolvimento social que não seja através da música. No Neojiba, tal promoção é realizada com uma prática musical de altíssima qualidade. Certamente, teríamos um Brasil muito melhor se programas como esse estivessem disseminados por todo o país”, disse Eduardo Torres.

Fortalecimento pedagógico

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Foto: Eduardo Tosta/Divulgação

Vinculado à Secretaria de Justiça e Direitos Humanos da Bahia, com a gestão da iniciativa realizada pelo Instituto de Desenvolvimento Social pela Música (IDSM), fundado em 2008, o Neojiba ainda circulará, neste mês de agosto, pelas cidades de Mossoró, Manaus e Salvador.

“O nome Turnê da Liberdade se deve ao fato de estarmos comemorando o bicentenário do 2 de julho, que é a data magna da Bahia. E o 2 de julho é, finalmente, a consolidação da independência do Brasil, quando as tropas portuguesas foram, finalmente, expulsas. O 2 de julho garantiu que o Brasil se tornasse a nação e o país que é, sem divisões. Caso as tropas brasileiras não tivessem sucesso no dois de julho o que iria acontecer é que haveria um Brasil no Sudeste e outro da Bahia para cima, que seria um outro estado”, explicou o diretor musical do Neojiba.

Os integrantes do Neojiba também irão participar de atividades pedagógicas com o Prima. Hoje, eles irão manter um intercâmbio cultural no Polo Prima Novais e no Polo Prima Alto do Mateus. Amanhã, os alunos do Polo Prima Marcos Moura visitarão a Sala de Concertos Maestro José Cerqueira, para assistirem ao ensaio do Neojiba.

O diretor de gestão do Prima, Milton Dornellas, informou que 25 monitores do Neojiba, sendo 15 de músicos de corda, como o violino, devem visitar o Polo Novais. No Polo Alto do Mateus, 10 músicos do programa baiano, sendo dois quintetos, um de metais (trombone, por exemplo) e outro de madeira (oboé, clarinete, flauta, entre outros) irão ao local. “A importância dessa vinda à Paraíba contribui para o fortalecimento pedagógico. O Prima é um dos programas mais importantes que o Governo do Estado tem, nos últimos tempos, sendo um dos mais exitosos e com futuro promissor”, ressaltou ele.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 9 de agosto de 2023.