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Nos cenários de criar e renovar a música

publicado: 09/08/2023 09h13, última modificação: 09/08/2023 09h13
Hoje, na capital, premiado potiguar Di Stéffano apresentará turnê nacional que celebra seus 30 anos de carreira
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Repertório é formado por cerca de 12 músicas, a maioria de autoria de Di Stéffano, reunindo estilos como o ‘smooth jazz’, samba ‘funk’, ‘afro jazz’ e a música nordestina - Foto: Diana Mota/Divulgação
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Imagem: Divulgação
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Para cada apresentação da turnê ‘Cenários’, é convidado um artista oriundo da cidade: para o show em João Pessoa, a escolha foi pelo saxofonista Heleno Costinha - Foto: Isadora Feitosa/Divulgação
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por Guilherme Cabral*

 “Felicidade total”. Esse é o sentimento do compositor, produtor musical e baterista potiguar Di Stéffano, ao falar sobre os 30 anos de carreira artística que celebra em 2023. No intuito de comemorar tal jornada, o instrumentista realizará hoje, a partir das 20h, show da turnê nacional de lançamento do álbum Cenários, na Sala de Concertos Radegundis Feitosa, no Centro de Comunicação, Turismo e Artes (CCTA), da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), em João Pessoa. A apresentação única terá a participação especial do saxofonista paraibano Heleno Costinha, com entrada gratuita para o público e, ainda, contará com tradução em Libras.

Depois de passar por São Paulo, onde estreou o show Di Stéffano, Tour Cenários no mês passado, o compositor potiguar já circulou pelas cidades de Teresina, Fortaleza e Natal. Agora vem à capital paraibana com o projeto de circulação, que é realizado com recursos do Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal, para lançar o disco, que tem 12 músicas, sendo 10 instrumentais e outras duas faixas cantadas, todas autorais e inéditas. Em cada local, o artista convida alguém para se apresentar em participação especial. “Para a apresentação em João Pessoa, eu escolhi Heleno Costinha, um amigo de longa data, que conheci em Natal, num evento na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), com quem já toquei, em outras ocasiões, pelo Nordeste, e é de uma família super musical e que já tem um trabalho consolidado. E é uma forma de abrir um espaço para dar visibilidade aos artistas de cada local”, disse ele, ao justificar a seleção do saxofonista.

Depois de João Pessoa, Di Stéffano ainda circulará com a turnê, neste mês, por Maceió, nos dias 22 e 23, onde terá as participações especiais de Félix Baigon e Everaldo Borges, e retornando a Fortaleza para a última apresentação, no dia 29, quando receberá no palco Bob Mesquita e a Orquestra Sinfônica da Universidade Estadual do Ceará, sob regência do maestro Alfredo Barros. “Tem sido maravilhoso rever e voltar a interagir com o público neste pós-pandemia. A acolhida aqui no Nordeste, minha terra, tem sido muito especial. No mais, é uma oportunidade de reafirmar a satisfação de criar e renovar a arte de interpretar música”, disse ele.

Durante o show de lançamento do seu quarto disco, além de Heleno Costinha, Di Stéffano vai estar acompanhado do baixista Rubem Farias e da pianista Louise Wooley. Ele comentou que o público assistirá uma produção especial, inspirada principalmente nesse mais recente álbum. “O repertório dessa turnê é formado por cerca de 12 músicas, a maioria de minha autoria, entre elas ‘Um abraço no Peranzzeta’, que vai abrir o show, ‘Nicolas’, ‘Jazz à vista’, ‘Passando a Bola’ e ‘Casa de Mãe’, reunindo estilos marcantes como o smooth jazz, samba funk, afro jazz e a música nordestina”, afirmou o artista.

Natural da cidade de Itaporanga, no Alto Sertão da Paraíba, mas radicado em João Pessoa há 38 anos, o saxofonista Heleno Costinha confessou sua satisfação por ter sido convidado para participação especial no show de Di Stéffano. “Há mais de 10 anos que eu não tocava com ele e fiquei feliz, pois será um reencontro e uma maneira de recordar os tempos em que já tocamos juntos”, disse ele.

Melhor Autor Instrumental

Di Stéffano ressaltou que somente agora, por causa da crise sanitária, está sendo possível mostrar presencialmente o álbum Cenários para o público. “Esse disco foi gravado entre Brasília – onde estou radicado desde 2012 – e Rio de Janeiro, em 2019 e 2020. Quando a pandemia começou, já tinha 80% do material ficado pronto e o restante foi concluído de forma virtual, já que ficamos impedidos de sair de casa. Durante as gravações, contei com participações, entre outros, do multi-instrumentista camaronês Richard Bona, o pianista francês Dominique Fillon, o saxofonista Marcelo Martins, o pianista Cristóvão Bastos, ambos cariocas, o guitarrista Jubileu Filho e Filó Machado canta comigo na faixa ‘Lisboeta Carioca’, e Vinicius Cantuária participa comigo cantando na faixa ‘Rosa e Anjo’, numa homenagem a Guimarães Rosa. O título do álbum, Cenários, resulta das experiências que vivi, na minha carreira, em família e em coisas da atualidade”, explicou o músico.

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Para cada apresentação da turnê ‘Cenários’, é convidado um artista oriundo da cidade: para o show em João Pessoa, a escolha foi pelo saxofonista Heleno Costinha - Foto: Isadora Feitosa/Divulgação

Recentemente, o artista potiguar recebeu o Prêmio Profissionais da Música, na categoria Melhor Autor Instrumental (Centro-Oeste), e confessou sua alegria por tal conquista. “Foi uma satisfação muito grande, como um reconhecimento à minha carreira e uma experiência maravilhosa.”, disse ele, tendo acrescentado já ter obtido, em 2019, o Grammy Latino por participação no álbum Mart’nália canta Vinicius de Moraes, da cantora Mart’nália, e o Prêmio Hangar de Melhor Disco do Ano de 2020 pelo álbum Cenários. Em 2010, Di Stéffano já havia sido indicado ao Grammy Latino de Melhor Álbum Instrumental pelo projeto O tempo e a música, de Arthur Maia, que já faleceu.

Reconhecido pela capacidade de transformar sua própria música, ao se deixar atravessar pela musicalidade de parceiros aos quais atribui extrema qualidade técnica, Di Stéffano nasceu na capital do RN e já lançou, além de Cenários, os álbuns Ribeira Jam (2004), Outros Mares (2016) e Recomeço (2018).

Ao fazer um balanço da carreira, disse que acumulou “grandes amizades e grandes parceiros no Brasil e no mundo”. Ele observou, ainda, que o “amadurecimento” foi outro ponto obtido, ao longo desse tempo. “Eu me sinto pronto para ganhar o mundo e, com esse avanço tecnológico, a coisa ficou mais fácil rápida. Não me vejo fazendo outra coisa, a não ser tocar e compor. Isso é minha forma de me expressar e que faz parte da minha vida”, disse Di Stéffano.

Antecipando que pretende lançar mais um álbum no mês de outubro, mas ainda sem título, o artista vai promover uma turnê internacional em 2024. “Já estou recebendo convites da Suécia, Noruega e Itália”, afirmou Di Stéffano.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 9 de agosto de 2023.