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Adaptação do Auto da Compadecida tem apresentação única em JP

publicado: 04/08/2016 00h05, última modificação: 04/08/2016 09h04
Auto da Compadecida.jpg

Os atores Marcílio Herculano, Bento Júnior, Aymê Vasconcelos, Paulo Leôncio, Ìtalo Rômany, Hermano Queiroz, e Puama Sheila formam o elenco - Foto: Divulgação

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Lucas Silva - Especial para A União

Originalmente escrita pelo paraibano, dramaturgo e romancista Ariano Suassuna, a peça Auto da Compadecida tem apresentação única marcada para hoje na capital com performance no Teatro Paulo Pontes. Encenada pelo grupo de teatro Circo Sem Pano, a peça é uma adaptação realizada pelo também dramaturgo paraibano Bento Júnior. Os atores sobem ao palco às 20h e a entrada para a atividade custa R$ 10.

O drama do nordeste do Brasil escrito em 1955, nessa nova versão toma um novo rumo, onde é representada na forma do cangaceirismo nordestino, destacado pelos personagens Severino do Aracaju e Cabra Anastácia, em referência a Lampião e Maria Bonita. Além disso, a peça é uma homenagem ao escritor e dramaturgo Ariano Suassuna, que em vida autorizou de próprio punho à montagem paraibana.

“É uma singela reverência ao grande Ariano, que defendeu com tanta veemência e respeito a cultura popular e o Nordeste”, comentou o diretor Bento Júnior.

Ainda dentro do espetáculo, João Grilo e Chicó são também os dois grandes arrumadores de confusões da peça, infernizando as vidas do Padre João, do Padeiro, da Mulher do Padeiro, do Bispo e de quem estiver por perto. Todos serão julgados no dia do Juízo Final e o destino de cada um deles vai ser decidido por Nossa Senhora, a Compadecida.

Quando perguntada sobre a emoção da primeira apresentação do espetáculo, a atriz Aymê Vasconcelos disse que a emoção foi tanta que seus olhos se fecharam. “Foi lindo. O teatro lotou e a plateia foi calorosa”, disse. Ainda em entrevista, Aymê convidou o público a participar da nova apresentação que acontece no Paulo Pontes “Preparem-se, hoje tem mais Auto da Compadecida. Venham”, concluiu a atriz.

Ganhadora em 2012 do prêmio júri popular de melhor espetáculo da 17ª Mostra Estadual de Teatro, Dança e Circo, promovida pela Funesc-PB, a peça traz em seu elenco os atores Marcílio Herculano, Bento Júnior, Paulo Leôncio, Aymê Vasconcelos, Ítalo Rômany, Hermano Queiroz, Israel Ferbar e Puama Sheila. Em 2013, participou do Festival de Teatro de Curitiba (Fringe) e do 8º Festival de Teatro de São João Nepomuceno (MG), onde ganhou seis prêmios, incluindo o de melhor espetáculo na categoria comédia.

Em resumo, a primeira encenação da obra teatral escrita por Ariano Suassuna tem data de 1956, em Recife, Pernambuco. Posteriormente, houve nova encenação em 1974, com direção de João Cândido. No texto, Ariano insere elementos da tradição, da literatura de cordel, de gênero comédia apresentando traços do barroco católico brasileiro, mistura cultura popular e tradição religiosa.

Além disso, o autor Ariano Suassuna trabalha muito bem os traços de linguagem oral por demonstrar na fala do personagem sua classe social, apresentando também regionalismos pelo fato de a história se passar no nordeste e o autor ter nascido aqui. Esta peça projetou Suassuna em todo o país e foi considerada, em 1962, por Sábato Magaldi “o texto mais popular do moderno teatro brasileiro”