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Nova temporada do Palco Tabajara

publicado: 21/03/2023 11h56, última modificação: 21/03/2023 11h56
Hoje, na capital, celebrando os 20 anos da Usina Energisa, começa o evento que dá protagonismo à música autoral paraibana
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Comemorando 10 anos de criação, Caburé é a banda que dará o pontapé para a nova edição, com shows gratuitos de 12 artistas, sempre às terças-feiras, até 25 de abril. Foto Edson Matos
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Assim como o Caburé, a outra atração da programação de estreia do Palco Tabajara 2023, a banda Macumbia (acima), trabalha com a perspectiva da música latina. Foto Rafael Passos
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por Joel Cavalcanti*

A vitrine da música paraibana está de volta. O Palco Tabajara estreia hoje a nona edição do programa, que mescla vários estilos musicais e artistas consagrados da cena local com revelações que estão despontando agora no mercado autoral e independente. Celebrando os 20 anos da Usina Energisa, a temporada 2023 contará com a participação de 12 atrações até o dia 25 de abril, sempre às terças-feiras, na Sala Vladimir Carvalho, às 20h, com entrada gratuita. O projeto é transmitido pela Rádio Tabajara 105.5 FM e no canal do YouTube da emissora, além da TV da ALPB. Tudo para provar e deixar registrado a diversidade musical paraibana.

A edição deste ano traz nomes que nunca haviam participado antes do programa, a exemplo de Gabi Blue, Orijah, Iago D’Jampa, Musa Junkie, Dead Nomads e Lucas Dantas. “O forte, a característica mais marcante da música paraibana é essa diversidade absurda que a gente tem, desde estilos musicais, de bandas e compositores e compositoras. Isso fica bem claro quando você assiste as temporadas do Palco Tabajara”, destaca Val Donato, que volta a comandar o programa de auditório com Cintia Peromnia. Elas estarão hoje, ao vivo, para apresentar os grupos Caburé e Macumbia. “São duas bandas que trazem uma malemolência na sua veia, no sangue, colocando todo mundo para dançar. São bandas com muita percussão e influências latinas muito fortes”, adianta Val.

Caburé é uma banda paraibana de música caribenha que mantém suas bases estéticas entre Cancun e Mandacaru – e um cantor de boleros performando em baile funk, para usar as referências presentes em ‘Vadio’, um dos sucessos do grupo comandado pelo vocalista Titá Moura, que aceita a comparação. “Existe essa relação no sentido de arquétipo que a música traz. Um cantor para a dança latina, para os corpos ativarem o lugar de sensualidade, de conexão erótica dentro de uma certa polifonia de informações musicais contemporâneas. A gente acabou se alargando a partir da matriz da música latina para toda música tropical que se propõe a fazer os corpos se movimentarem e redimensionarem suas sensualidades”, explica o cantor e compositor pessoense.

Titá sabe colocar seu público para dançar. Experiência que ele cultiva desde a época em que foi crooner, cantando em bandas de baile. Em sua terceira passagem pelo Palco Tabajara desde que o programa passou a ser realizado na Usina, o vocalista do Caburé dividirá o programa com a Macumbia, bandas que nasceram praticamente na mesma época e com quem Titá já cantou em suas primeiras formações. “Somos bandas coirmãs. Somos duas bandas da cidade com relevância e história que trabalham essa perspectiva da música latina e atuamos nesse território estético de forma mais expressiva. Eles são muito competentes, têm um trabalho explícito de uma música cuja temática explora o comportamento erótico e as reinvidicações de uma certa ética desse comportamento”, descreve o músico sobre as bandas que há três anos não se encontravam pelos palcos.

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Assim como o Caburé, a outra atração da programação de estreia do Palco Tabajara 2023, a banda Macumbia (acima), trabalha com a perspectiva da música latina. Foto Rafael Passos

Macumbia é uma banda que nasceu em estúdio e, a partir de uma grande disseminação pela internet, fizeram grande sucesso, inclusive fora do estado, o que a levou a importantes festivais independentes, tendo se apresentado ao lado de grandes nomes da música nacional. Eles cantam em espanhol e em português com letras que descrevem um cenário urbano em cenas do cotidiano e do universo das festas. Com muita salsa e merengue, eles vão do Centro para praia e da praia para o Centro, como um circular 1500 ou um Mangabeira–Shopping, como citam na música Parahyba. “Eles fazem quase uma metamúsica, em metalinguagem. Ela está no ambiente do baile, onde as pessoas se encontram para dançar e flertar, falando sobre esse tipo de comportamento e ambiente”, define Titá.

A apresentação do Caburé no Palco Tabajara vem para celebrar também os 10 anos da banda. Para comemorar a data, eles lançaram neste mês o single ‘Esculacho’, e preparam outros dois que devem chegar em breve às plataformas de música. O grupo também realizou um sonho antigo: um projeto que ocorre no primeiro sábado de cada mês no bar Loca como Tu Madre, em João Pessoa. O show do dia 1º de abril vai contar com a participação dos músicos Lau Capym e Elon. Todas essas conquistas serão lembradas hoje. “O Palco Tabajara faz um trabalho de alicerce, de plantar as bases de uma relação radiofônica com os músicos da cidade. Os trabalhos que eventualmente tocam na programação são explanados diretamente para a plateia presencial. Isso é um valor muito importante porque remete a um tipo de relação e formato dos auditórios dos programas de rádio. Tem uma questão poética nisso. Não é raro ouvir as pessoas dizerem que nunca viram nosso show antes do Palco Tabajara”, finaliza Titá.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 21 de março de 2023.