Planeta dos Macacos – A Origem, em 2011, se propunha a ser uma espécie de prelúdio para O Planeta dos Macacos de 1968, um dosgrandes clássicos do cinema de ficção científica. Mostrava os fatos que deram início às ações que fariam os símios dominarem a Terra no lugar dos humanos. As duas continuações que vieram deram mais passos nessa direção. E hoje estreia o quarto filme dessa série, Planeta dos Macacos – O Reinado (Kingdom of the Planet of the Apes), que se passa 300 anos após o anterior, A Guerra.
É o primeiro dessa série sem Andy Serkis, o ator que, em captura de movimento, interpretou o macaco Caesar. O diretor também muda. Os dois últimos foram comandados por Matt Reeves. Agora a direção é de Wes Ball, da trilogia Maze Runner (2014/ 15/ 2018) e que está à frente da adaptação da HQ Os Pequenos Guardiões.Os 300 anos que separam Planeta dos Macacos – A Guerra (2017) de Planeta dos Macacos – O Reinado servem para dar um salto nos status de homens e macacos nesse planeta. Se A Origem mostrava como os símios passaram a desenvolver sua inteligência e O Confronto e A Guerra mostravam as tensões entre uma estabelecida sociedade de macacos e a decadente sociedade de humanos, O Reinado está muito mais próximo do filme de 1968.
Lembrando: no filme original, três astronautas chegam a um planeta similar à Terra e encontram lá seres humanos, mas irracionais e desprezados como raça inferior pela espécie dominante: os macacos. A partir daí, ele luta não só para se fazer valer como ser inteligente e para fugir dessa sociedade opressiva. No final, ele descobre em choque, junto com o público, que aquele planeta era a própria Terra, em um futuro distópico e pós-apocalíptico.
O Reinado já mostra esse cenário: macacos dominantes e humanos já caçados como animais. Ele funciona como o elo entre a nova trilogia e o filme original de 1968. Não há mais o protagonista Caesar, claro, o protagonista agora é Noa (Owen Teague, ator dos dois It), um jovem macaco que começa a questionar tudo o que vem sendo ensinado sobre a história dos símios. Isso acontece enquanto tenta proteger uma humana, Mae (vivida pela inglesa Freya Allan, atriz da série The Witcher).
A série possui um longo legado, que, oficialmente, chega ao nono filme e já passou também por uma série de TV com atores e outra animada. A maquiagem do filme de 1968 foi tão revolucionária que ganhou um Oscar especial antes de haver uma categoria para isso. E extraoficialmente esse universo é tão popular que inspirou aqui no Brasil o programa humorístico Planeta dos Homens (1976-1982) e a paródia O Trapalhão no Planalto dos Macacos (1976).
Bem longe desse bom humor, a nova série nos cinemas resgatou a seriedade e o drama nessa história.