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O palco e sua rainha

publicado: 17/05/2024 09h36, última modificação: 17/05/2024 09h36
Musical sobre a vida de Bibi Ferreira será apresentado, de hoje a domingo, no Paulo Pontes
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Amanda Acosta, que na infância integrou o Trem da Alegria, foi premiada no papel principal do musical | Fotos: Leo Aversa/ Divulgação
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por Sheila Raposo*

Um musical para contar a história de uma mulher que era pura música. Bibi – Uma Vida em Musical, sobre a trajetória pessoal e profissional da grande estrela nacional que foi Bibi Ferreira, estará em cartaz no Teatro Paulo Pontes (Espaço Cultural), de hoje a domingo (ver horários e valores no destaque). Com direção-geral de Tadeu Aguiar e texto de Artur Xexéo e Luanna Guimarães, o espetáculo tem a atriz Amanda Acosta na pele da eterna dama do teatro brasileiro.

Atriz, cantora, apresentadora, compositora e diretora, Abigail Izquierdo Ferreira, ou apenas Bibi Ferreira, nasceu no Rio de Janeiro, no dia 1o de junho de 1922. Estimulada pela mãe, Aida Izquierdo, uma bailarina espanhola, Bibi teve formação em música, dança e línguas estrangeiras. Aos 19 anos, pela mão do pai, o ator Procópio Ferreira, ela estreou profissionalmente no teatro.

Para interpretá-la, Amanda viveu um intenso processo de imersão na vida da personagem — que não cessou, diga-se. “Assisti a todos os vídeos possíveis, de shows e de entrevistas – ainda assisto – para captar a voz e o corpo de cada fase da vida dela; ouvi muitas músicas que ela interpretou, para incorporar a voz meio anasalada e o vibrato ligeiro que ela tinha... Enfim, mergulhei na sua trajetória artística e de vida”, conta.

O objetivo, segundo Amanda, é entender o espírito de uma mulher que começou no teatro com três anos de idade e que, aos 22, já tinha a sua própria companhia — o que, como ela ressaltou, diz muito sobre a personagem. “Imagina, era a década de 1940, Bibi era praticamente uma menina, e já era dona de uma companhia de teatro...”, observa. A atriz também coleta informações com pessoas que trabalharam e que viveram com ela. “Cada dado a respeito de Bibi é uma joia pra mim, que eu logo incorporo e levo para o palco. Às vezes, são detalhes muito pequenos, mas que a trazem mais para o público”, acrescenta.

Vida no palco

O musical percorre todas as fases da vida de Bibi, desde a escolha do seu nome até a sua chegada a Broadway, aos 90 anos de idade. Nesse ínterim, mostra a sua preparação para os palcos, os espetáculos musicais — como os inesquecíveis Gota d’Água, My Fair Lady, Alô, Dolly, e Piaf – a Vida de uma Estrela da Canção —, os seus casamentos, o nascimento da única filha (Tina Ferreira), as viagens a trabalho ao exterior e a homenagem da escola de samba Viradouro.

Sob direção musical de Tony Lucchesi (Eu Não Posso Lembrar que Te Amei – Dalva e Herivelto), o elenco interpreta 33 canções — cinco delas, criadas especialmente para o espetáculo, com letra e música de Thereza Tinoco. Em cena, além de Amanda, outros 17 atores:
Chris Penna, Gottsha, Simone Centurione, Rosana Penna, João Telles, Fabricio Negri, Leandro Melo, André Rayol, Julie Duarte, Fernanda Misailidis, Mariana Montenegro, Flávio Moraes, Ariel Venancio, Leonam Moraes, Daruã Góes e Léo Araújo.

A intérprete

Se Bibi não conseguia se lembrar dela mesma fora de um teatro — como fazia questão de dizer —, a atriz que a revive no palco não fica muito atrás. Aos 4 anos de idade, Amanda se apresentou no Programa Raul Gil, cantando “Ursinho Pimpão”. Anos depois, fez parte da turma Dó-Ré-Mi e, logo em seguida, do grupo Trem da Alegria, substituindo Patrícia Marx. Na TV, atuou nas novelas O Mapa da Mina, da Rede Globo, e Chiquititas, do SBT.

A atriz tem se tornado, cada vez mais, um dos principais nomes do teatro musical do Brasil, ao participar de espetáculos como Essa É a Nossa Canção, Baby, o Musical e 4 Faces do Amor — todas sob direção de Tadeu Aguiar. Também viveu outra grande estrela no palco, a inigualável Carmen Miranda, e interpretou Eliza Doolittle, na montagem de My Fair Lady — por sinal, o mesmo papel que Bibi fez na primeira encenação brasileira dessa peça.

Como intérprete de Bibi Ferreira, no musical cuja trajetória vitoriosa contabiliza 44 prêmios e 112 indicações, Amanda ganhou praticamente todos os prêmios de melhor atriz de teatro do ano. “Eu penso muito para interpretar Bibi, é um trabalho contínuo. Mas, se eu não estiver com toda a partitura corporal e vocal à vontade no meu corpo, se eu não tiver prazer e não trouxer a minha alma para esta ‘roupa’, fica só a caricatura. Desperto a energia dela em mim, e isso é um grande aprendizado”, arremata.

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 *Matéria publicada originalmente na edição do dia 17 de maio de 2024.