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Lançamento

Obra exalta mulheres da vanguarda

publicado: 07/03/2023 00h00, última modificação: 07/03/2023 11h09
Hoje, na Livraria A União, em João Pessoa, escritor, jornalista e acadêmico Rui Leitão lança o livro ‘Revolucionárias’
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Rui Leitão lança livro 'Revolucionárias'. Foto: Edson Matos
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Coletânea publicada pela Editora A União contém artigos assinados por Leitão que ressaltam o protagonismo de 40 mulheres na sociedade, ao longo de diferentes períodos históricos. Foto: Edson Matos
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Na edição são apresentadas trajetórias de nomes como as poetisas Anaíde Beiriz e Violeta Formiga e a cantora e compositora Marinês. Fotos: Arquivo A União.
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por Guilherme Cabral*

O escritor, jornalista e acadêmico Rui Leitão lança o livro Revolucionárias (140 páginas, R$ 35) hoje, a partir das 18h, na Livraria A União, instalada no Espaço Cultural José Lins do Rego, localizado na cidade de João Pessoa, dentro da abertura da programação da Empresa Paraibana de Comunicação, em comemoração ao Mês da Mulher. Durante o evento, a diretora-presidente da EPC, Naná Garcez, fará a apresentação da obra, que é uma coletânea publicada pela Editora A União contendo artigos que ressaltam o protagonismo de 40 mulheres na sociedade, ao longo de diferentes períodos históricos.

A obra de Rui Leitão, que também é diretor de Rádio e TV da Empresa Paraibana de Comunicação, tem prefácio escrito pela professora, integrante do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano (IHGP) e gerente de documentação e arquivo da Fundação Casa de José Américo (FCJA), Lúcia Guerra, e o texto de apresentação assinado pela professora e escritora Nadja Claudino, da Academia Cajazeirense de Artes e Letras (Acal). Das 40 mulheres incluídas no livro, o autor observou que 10 são paraibanas, a exemplo da poetisa e professora Anaíde Beiriz, a educadora Daura Santiago Rangel, a poetisa Violeta Formiga, a artista plástica Amelinha Theorga e a médica e poetisa Eudésia Vieira, além de outras mulheres que não nasceram, mas se radicaram no estado, como as pernambucanas Zabé da Loca, como era mais conhecida a pifeira, Isabel Marques da Silva, e a cantora Marinês, nome artístico de Inês Caetano de Oliveira, que ficou conhecida como a “Rainha do Xaxado”.

“Todas as 40 mulheres sobre as quais eu escrevi e inclui no livro já faleceram. Esses textos da obra em que publiquei no Jornal A União, a partir do mês de setembro do ano passado até agora. Eu as escolhi para escrever os perfis, contando a história de vida de cada uma, suas trajetórias até a morte, em áreas como a literatura, a política e as artes. Elas se destacaram por serem mulheres que romperam os padrões do patriarcado e do machismo, em suas respectivas épocas, que vai do Brasil colonial até os dias atuais, pois estavam além do seu tempo, daí o título Revolucionárias para o livro, pois romperam preconceitos e paradigmas e foram como verdadeiras revolucionárias na forma de agir”, comentou Rui Leitão.

O escritor ainda destacou que considera essas mulheres revolucionárias por terem lutado bravamente pelos ideais que acreditavam. “Suas armas nem sempre foram fuzis, baionetas, lanças, mas sim a caneta e os instrumentos das profissões que abraçaram. Pertenciam aos mais diferentes aspectos políticos, grupamentos sociais ou regiões. Mas todas tinham algo em comum: a luta em defesa dos direitos que a sociedade machista, constituída em bases do patriarcado, lhes negava. Entendiam que a liberdade feminina era necessária para que se pudesse ter uma sociedade emancipada”, explicou o autor paraibano.

 

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Coletânea publicada pela Editora A União contém artigos assinados por Leitão que ressaltam o protagonismo de 40 mulheres na sociedade, ao longo de diferentes períodos históricos. Foto: Edson Matos

Nas lutas

No entender de Rui Leitão, as mulheres cujos perfis foram traçados em seu novo livro merecem o reconhecimento da História, por causa do pioneirismo, a combatividade e a rebeldia. “Ativistas, subverteram a ordem e as convenções sociais das épocas em que viveram para chamar atenção para suas lutas. Revelaram-se verdadeiras líderes, guerreiras, heroínas do dia a dia, abarcando vários setores, desde o cultural até o político. São mulheres que demonstraram extraordinária força para agir como transformadoras sociais”, afirmou o autor.

No momento em que, mais uma vez, as mulheres ganham homenagens, o escritor propõe se enaltecer a importância da figura feminina na sociedade. “Façamos dessas comemorações o ensejo para promover reflexões sobre a necessidade de afirmação da dignidade da mulher e contra todas as formas de violência e discriminação que ela enfrenta até hoje, em alguns lugares do mundo. Continuemos no combate aos excessos inaceitáveis das culturas patriarcais e do machismo exacerbado, que insistem em aprisioná-la em espaços limitados na vivência social”, disse Leitão.

Natural do município de Patos, localizado no Sertão paraibano, Rui Leitão já publicou livros como 1968 – O Grito de Uma Geração (UEPB, 2013), que resgata fatos culturais e políticos ocorridos naquele ano, na Paraíba, no Brasil e no mundo; A Essência da Sabedoria Popular (2014), contendo crônicas sobre ditados e provérbios; e Canções que falam por nós (2015), reunido crônicas inspiradas em músicas da MPB, ambos pela Editora A União. Ele é membro do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano, da Academia Cajazeirense de Artes e Letras, da qual é sócio-fundador, e também ocupa a Cadeira número 28 da Academia Paraibana de Letras (APL).

Rui Leitão antecipou que já está concluindo a sua próxima publicação: trata-se de um livro sobre a história do Sindicato dos Bancários da Paraíba, que vai abordar aspectos como a fundação da entidade e a trajetória de lutas em defesa da categoria, além dos diretores que passaram pelo comando da instituição. A previsão de lançamento da obra será no final deste primeiro semestre de 2023.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 7 de março de 2023.