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Obras selecionadas de Flávio Tavares

publicado: 07/06/2024 09h23, última modificação: 07/06/2024 09h23
Artista plástico prepara exposição com uma retrospectiva de seu trabalho para o dia 18, no Liv Mall
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Flávio Tavares vai mesclar algumas obras mais antigas com outras mais recentes | Foto: Divulgação/Vivass Comunicação

por Daniel Abath*

O renomado artista paraibano Flávio Tavares, em seus 50 anos de carreira, estreia a sua exposição Traços de Memória e Sonho, com curadoria de Daniel da Hora, no Espaço Arte Brasil. A abertura da mostra ocorrerá no próximo dia 18 de junho, às 18h30, no térreo do Liv Mall, homenageando a vida do artista através da reunião de uma série de obras selecionadas.

A exposição foi intitulada pelo curador, num vislumbre tanto de obras passadas quanto das produções mais atuais do pintor, como explica o próprio Flávio: “São quadros que vão reportar tanto o tempo atual como alguma coisa do passado. Existem obras que estavam em coleções e agora se tornaram disponíveis. É uma breve seleção do que eu fiz quando já estava terminando a pandemia”.

TRAÇOS DE MEMÓRIA E SONHO
- De Flávio Tavares
- Abertura 18 de junho, no Espaço Arte Brasil (Liv Mall, Av. Flávio Ribeiro Coutinho, 500, Jardim Oceania, João Pessoa)
- Entrada franca

Da linha dos sonhos

A exposição acompanha o que o artista chama de “linha dos sonhos”, com traços que representam o mundo onírico. A mostra contempla esse mundo, fabulário de parte de sua obra que é trabalhada a partir do desenho, do traço solto, livre. “A iconografia da exposição vai desde ‘O Claustro’ até a linha do sonho. É como se fosse uma revisitação desses dois temas por causa da pandemia, com a saída da pandemia para um sonho, que é isso que estamos vivenciando agora, esse momento presente. Então tem uma celebração do passado recente e do presente, dentro das obras”, explica Flávio.

“O Claustro”, obra emblemática de Flávio, composta por uma gama de imagens simbólicas do momento tenso, claustrofóbico, atravessado pelo país durante a pandemia de Covid-19, traduz o pânico dos traços de uma memória tanto melhor se se fizesse esquecida - como se fosse possível.

“Eu me tranquei e pintei uma coisa pra escapar daquilo tudo, vamos dizer assim. Então essa obra nasceu diante do pânico com a ausência de vacina, que não existia ainda, como uma contextualização de uma série de horrores que foi essa pandemia, principalmente aqui no Brasil”, rememora o artista, num momento mais triste da nossa conversa.

Da memória do claustro, o sonho é um ressurgimento, um louvor a novas aberturas, que, segundo Flávio, estamos vivendo agora, por meio de um princípio de democracia, um pouco mais aberta e dotada de nuances mais iluminadas. Apesar da perspectiva onírica de alguns de seus trabalhos mais recentes, Flávio considera que sua produção não deve ser confundida com o surrealismo. “Minha pintura não é surrealista. Eu não faço uma pintura calcada em cima dos dramas e dos problemas ligados à mente na psicanálise freudiana, como os realistas modernos fizeram. O meu surrealismo seria mais aproximado do realismo mágico latino-americano e da literatura, baseada em autores como Gabriel García Márquez”, declarou Flávio.

Na próxima semana, Flávio participa de uma outra exposição na Fundação Casa de José Américo, juntamente com Chico Pereira.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 07 de junho de 2024.