Notícias

Oficina debate formas de narrativa e de gestos no teatro

publicado: 18/10/2016 00h05, última modificação: 18/10/2016 11h35
Companhia.jpg

O intuito da oficina é fazer com que os participantes possam experimentar práticas desenvolvidas durante o processo criativo atual do grupo Máquina, originário da cidade de Fortaleza - Foto: Divulgação

tags: Sesc João Pessoa


Lucas Silva - Especial para A União

Novas formas de explorar a narração em seu caráter expandido e o gesto em sua construção. Esse é o intuito da oficina intitulada “Experiência e criação: formas de narrar para o trabalho do ator”, que inicia suas práticas hoje, no Sesc Centro da capital. Com duração das 9h às 13h, a atividade será realizada no Auditório do Sesc pela oficineira Fran Teixeira e têm como foco atores, artistas e estudantes de teatro, entretanto, o público em geral pode se inscrever normalmente. Os interessados em participar da oficina ainda tem a chance de se inscrever bastando apenas comparecer ao Setor de Cultura do Sesc. As inscrições são gratuitas. 

Mergulhando no universo da oficina, sua vontade é fazer com que os participantes possam experimentar e compartilhar práticas desenvolvidas durante o processo criativo atual do grupo Máquina, com o Material Fatzer. Escrito originalmente entre 1926 e 1931 por Bertolt Brecht, o Material Fatzer, em sua matéria prima, é composto de cenas abertas e meras indicações do que poderia ser feito no palco. Como escritas em um caderno pessoal, o dramaturgo alemão, Brecht, deixou não somente registrados o desenvolvimento da trama, que se passa durante a Primeira Grande Guerra, mas diversas ideias rascunhadas para uma futura montagem.

Tais práticas desenvolvidas nos anos 90 foram revistas e elaboradas novamente, criando assim novos procedimentos narrativos e gestuais, com base na produção de relatos pessoais, na decomposição e interrupção da fábula como material e trama e na promoção de uma montagem ficcional.

Desse modo, como dito anteriormente, a oficina pretende oferecer ao ator novas formas de explorar a narração ao máximo e o gesto em sua construção propriamente dita, além de sua definição e a divisão de roteiro – decupagem. Tudo isso feito através de jogos e proposições com o texto, em um plano operativo constituído por exercícios focados na troca de papéis, na fala dirigida para o interlocutor e na experimentação da presença do narrador como sujeito épico.

Voltando um pouco na história, os trabalhos teatrais antes de sua nova roupagem foram desenvolvidos e estudados pelo grupo de teatro “Máquina”, que está em atividade desde 2003. Composto pelos atores Aline Silva, Ana Luiza Rios, Edivaldo Batista, Levy Mota, Loreta Dialla, Marcio Medeiros e Fran Teixeira, em suas práticas os integrantes sempre trazem a preocupação da investigação da linguagem teatral, realizando trabalhos que têm nas dimensões da pesquisa e do processo colaborativo sua principal base.