Lucas Silva - Especial para A União
Quem for nos ver, além de ouvir as músicas que preparamos, irá refletir sobre o lindo poema escrito por umas das alunas sobre o feminicídio e claro, me ver regendo todo esse povo lindo”, confessou Priscila Santana, a nova maestrina do Programa de Inclusão Social através da Música e das Artes (Prima), que se apresenta hoje, às 17h, no Espaço Cultural, na Sala de Concertos Maestro José Siqueira. Realizando um grande concerto, os 120 jovens, de 11 polos do projeto, homenageiam na tarde de performance o atual maestro Alex Klein que está se despedindo do projeto e retorna aos Estados Unidos. A entrada é gratuita ao público.
Além das crianças e o maestro residente da orquestra, a apresentação terá presença especial dos maestros José Wilker e Manuel Barrios que se juntam à tarde de homenagem.
Então dando início ao concerto, quem comparecer a apresentação verá que no repertório, os alunos irão performar composições de Richard Strauss, Arturo Marquez e Giovanni Gabrieli.
Entre elas podemos destacar o programa selecionado: Canzona Prima a 5, Serenade Op. 7, Divertimento em D maior, Marcha Eslava e Danzón Nº 2.
O maestro e presidente Alex Klein, que retornará aos Estados Unidos, onde trabalhará na Orquestra de Chicago, contou da satisfação de ter feito parte de um projeto que conta com mais de 1.500 jovens de comunidades carentes espalhadas por todo o Estado.
“Com toda a responsabilidade do governador Ricardo Coutinho, que idealizou esse projeto, com todo o empenho dos nossos professores, com a garra dos jovens que dele participam, tivemos avanços significativos. Eram apenas 20 jovens lá no início. Hoje, temos um projeto consolidado, respeitado por uma filosofia que vem sendo alcançada: a inclusão social”, descreveu.
Alex Klein destacou ainda a experiência de Priscila Santana. “Além de ser alguém de muito talento, tem algo fundamental para um projeto que tem a música como ferramenta de inclusão social: a sensibilidade. Priscila liderava um dos maiores núcleos do Neojiba, outro projeto de inclusão social por meio da música fantástico na Bahia. Tem experiência, tem responsabilidade. Por isso, não tenho dúvidas de que os progressos que o Prima tem conquistado serão cada vez maiores”, afirmou.
Ainda em entrevista, Priscila Santana contou que este é um concerto histórico para o Prima, pois é, ao mesmo tempo, a despedida de Alex Klein e a passagem de batuta para a maestrina, que se torna agora a nova diretora geral do Programa. Priscila é uma jovem flautista e maestrina de Salvador, onde liderava um dos maiores núcleos dos Núcleos Estaduais de Orquestras Juvenis e Infantis da Bahia (Neojiba), um projeto semelhante ao Prima que existe na Bahia há mais de 8 anos.
“Neste concerto, vamos mostrar à sociedade algo já sabido, já percebido por todos: a descentralização do Prima, com alunos de 12 polos diferentes, de várias cidades paraibanas. Os ensaios já vêm acontecendo há algum tempo. Quem for prestigiar esse concerto histórico, sairá encantado tanto pelo desempenho dos alunos quanto pelo repertório que iremos apresentar”, concluiu a maestrina.
O que é o Prima? Atualmente, o Prima conta com 1.500 inscritos, distribuídos em 12 polos. Entre as cidades contempladas pelo projeto, além de João Pessoa, estão Patos, Catolé do Rocha, Itaporanga e Cajazeiras, no Sertão do Estado; e Guarabira, no Brejo.
O projeto começou em março de 2012, na cidade de Cabedelo, com cerca de 20 alunos. Um ano depois, já eram mais de 1.500 jovens de todo o Estado. O objetivo é criar orquestras em comunidades de vulnerabilidade social, através de ações de resgate e inclusão de adolescentes, usando a música como ferramenta educacional.