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Palco Tabajara apresenta o som de Campina Grande

publicado: 11/04/2023 12h13, última modificação: 11/04/2023 12h13
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Com composições que falam de amor e cotidiano, Sócrates passou a ter letras mais de cunho social - Fotos: Divulgação
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Jéssica Melo selecionou músicas que falam sobre relações interpessoais
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por Joel Cavalcanti*

Um pedaço melódico e harmonioso da cena cultural de Campina Grande estará presente hoje, no Palco Tabajara. Os cantores e compositores Sócrates e Jéssica Melo estão juntos para saudar em suas letras a inspiração que vem da Rainha da Borborema e para comprovar a diversidade musical contida na segunda maior cidade do interior nordestino. O encontro acontece a partir das 20h, na Sala Vladimir Carvalho, na Usina Energisa, com entrada gratuita. O público pode participar da apresentação ainda através da transmissão do show pela Rádio Tabajara 105,5 FM e pela TV Assembleia ou através das redes sociais das emissoras.

Natural de uma cidade chamada Barro, no Sul do Ceará, Sócrates está radicado em Campina Grande há 23 anos. “Como o pessoal fala, Campina Grande é berço de irradiação cósmica do universo”, brinca o músico. “A cidade tem artistas incríveis e que a grande mídia não conhece, mas eu tenho a sorte de cruzar com eles na rua diariamente. Tudo em Campina me inspira”, revela o artista, que tem em seu repertório uma música chamada ‘Minha menina’, criada em homenagem à cidade paraibana. “Ela fala um pouco da história de Campina e desse jeito amoroso que ela tem de acolher o pessoal de fora. Sou de fora, mas sou mais campinagrandense que muito campinense”.

Com a maioria das composições que falam de amor e coisas do dia a dia, as letras mais recentes de Sócrates passaram a ter mais contornos de cunho social como uma consequência direta aos últimos quatro anos do governo de extrema direita no país. Entre as músicas que ele apresentará no show está ‘Feliz sem saber’, presente Atemporal, primeiro álbum do artista. Essa é considerada a canção de maior projeção em sua carreira e foi produzida para a trilha sonora do filme do cineasta Wagner Pina. A apresentação deve misturar canções dos quatro álbuns de carreira e singles recentemente lançados. Sócrates estará no palco acompanhado dos músicos Quico Costa (baixo) e Thiago Fernandes (bateria). A música que deve fechar o show é ‘De corpo e alma’, que ele tocará em público pela primeira vez antes da faixa ser lançada nas plataformas de áudio.

O Palco Tabajara reunirá dois amigos. Sócrates e Jéssica Melo integram juntos um coletivo de compositores campinenses – criado pela própria Jéssica – chamado Compor. “Ela está conversando com você no meio da feira e saca um violão não sei de onde e compõe ali uma música sobre o que você está falando naquele momento. Sou fã dela”, declara Sócrates.

Se apresentando como “cantautora” e uma apaixonada pela arte de se expressar, Jéssica compõe desde muito pequena, mas só decidiu que seguiria sua vocação de forma profissional em 2016, justamente quando passou a escrever suas próprias canções. Como exercício criativo e de desenvolvimento de suas técnicas, ela chegava a manter uma média de uma música composta por semana. “Cantar, para mim, sempre foi algo libertador. O que mais me impulsiona a criar na música é aquela sensação de ‘eureca’ ou de euforia. Essas novas visões sempre foram a grande motivação de eu querer fazer alguma música”, define a artista, que é formada em Biologia, mas hoje está concluindo a graduação em Letras.

Desde as primeiras composições, Jéssica Melo sempre se inclinou para desenvolver raciocínios mais filosóficos e notadamente subjetivos. Para o Palco Tabajara, ela selecionou músicas que falam sobre relações interpessoais, como está presente na canção ‘Coco saudade’, ou no funk ‘Full HD’ – escrita durante a pandemia e que retrata a impossibilidade de encontro com o outro. Já o tema da ilusão é visitado na música ‘Confundo’. Em ‘Clareando ideias’, ela canta sobre o tempo e sua importância para alinhar os caminhos de um casal. No setlist haverá espaço ainda para um cover da cantora Marisa Monte, a quem Melo homenageia em um projeto paralelo a sua carreira autoral.

Tão diversos quantos os temas são as formas, os ritmos que ela gosta de trabalhar. “Tenho sambinhas, reggae, pop, coco, baião... Recentemente, inclusive, fiz uma marcha-rancho porque eu não tinha nenhuma composição que assim fosse. Gosto de ficar tentando inovar quando vem uma inspiração para fazer algo diferente”, conta Jéssica, que estará ao lado dos músicos Waldenor Fonseca (violão) e Tiago Alves (bateria) – curiosamente, o mesmo de Sócrates.

*Matéria publicada originalmente na edição de 11 de abril de 2023.