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Palco Tabajara na batida do funk

publicado: 18/04/2023 00h00, última modificação: 18/04/2023 11h54
Hoje, em João Pessoa, a quinta noite do projeto gratuito recebe Wil Cor & Eletrocores com Iago D’Jampa
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Com o terceiro lugar na edição 2020 do Festival de Música da Paraíba, cantor e compositor Wil Cor se junta aos músicos no palco para o pré-lançamento do EP ‘Funk Rock, Baby!’ - Foto: Thercles Silva/Divulgação
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Com um repertório envolvendo ‘funk’, ‘reggae’ e ‘rap’, artista paraibano Iago D’Jampa falará de vários temas nas suas músicas, como progresso, vitória, bem como a sua vivência na capital paraibana - Foto: Arquivo Pessoal/Instagram
Wil Cor - Foto Thercles Silva 2.jpg
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por Guilherme Cabral*

A banda Wil Cor & Eletrocores realiza hoje, a partir das 21h, na Sala Vladimir Carvalho da Usina Energisa, em João Pessoa, o show homônimo de pré-lançamento do EP elétrico Funk Rock, Baby!, dentro da programação do Palco Tabajara, que é promovido pela Empresa Paraibana de Comunicação (EPC), em parceria com a Energisa. A outra atração é o cantor e compositor Iago D’Jampa, que abre o evento às 20h. A entrada é gratuita para o público, que também pode acompanhar através da transmissão pela Rádio Tabajara (105,5 FM), bem como pela TV Assembleia, ou por meio das redes sociais das emissoras.

O cantor e compositor afroindígena Wil Cor disse que será a primeira vez que apresentará um show seu, totalmente autoral, no Palco Tabajara. “A expectativa é gigante, porque tem essa consagração radiofônica. Vamos fazer um show redondo, com muito groove, bacana, com música de boa letra para dançar e pensar. No ano passado, eu já havia participado de show autoral de João Carlos Júnior, em que fizemos uma música dele e uma homenagem a Elza Soares, quando cantamos ‘A Carne’, de Seu Jorge e Marcelo Yuka, com a participação de A Fúria Negra”, afirmou o músico, que se apresentará a partir das 21h, acompanhado por sua banda completa. Os integrantes são: Tarcísio Pereira (trompete); Sam Turnalina (guitarra); Erik Henrique (bateria) e Fábio Old Bass (baixo).

Durante o show no Palco Tabajara, a banda vai apresentar nove canções. Sete são composições autorais de Wil Cor, intituladas ‘Escureceu’; ‘A Certeza da Vida’; ‘Bem Fundo’; ‘Imensidão’; ‘Não Se Preocupe’; ‘Sanhauá’ e ‘Ser o que Eu Não Sei’. As outras duas são ‘Lamento Sertanejo’ (Gilberto Gil e Dominguinhos) e ‘A Ordem É Samba’ (Jackson do Pandeiro). “Nesse repertório que o público vai ouvir estão três músicas que vão integrar o EP, cuja previsão de lançamento é no próximo mês de julho, as quais são ‘A Certeza da Vida’, ‘Ser o que Eu Não Sei’ e ‘Escureceu’, numa versão funkeira. O EP terá cinco músicas, sendo as duas outras intituladas ‘Ninguém Vai Se Salvar’ e ‘Eu Quero Ser Livre’”, comentou ele.

Com relação a Gilberto Gil, Dominguinhos e Jackson do Pandeiro, Wil Cor afirmou que sempre faz homenagens a compositores negros e nordestinos. “Daí a escolha desses três artistas para a apresentação de hoje, no Palco Tabajara. Na canção ‘Sanhauá’, por exemplo, homenageio 20 artistas, entre os quais Escurinho, Elon Barbosa e Titá Moura”, disse o artista, cujo trabalho inicial, o álbum acústico Baladas Negras de Amor e Insistência, que contém 10 canções e lançado no ano passado, se encontra disponível em todas as plataformas de streaming.

Radicado na cidade de João Pessoa desde 2019, Wil Cor veio ao estado fazer mestrado em Ciências Humanas na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), onde atualmente cursa doutorado nessa mesma área. Na trajetória de apresentações já realizadas no Rio de Janeiro, Minas Gerais e Ceará, o cantor e compositor inclui a conquista do terceiro lugar no 3° Festival de Música da Paraíba, promovido pela EPC, Rádio Tabajara e Fundação Espaço Cultural (Funesc) e, desde então, tem desenvolvido um trabalho focado na música negra, em todas as suas vertentes. “Como dizia o maestro e compositor baiano Letieres Leite (1959-2021), toda música é negra, a exemplo do funk, rock, baião. Tudo isso vem da música negra e o EP que lançaremos tem groove e muita distorção de guitarra e trompete”, comentou o artista, que fez questão de ressaltar que, antes de ser carioca, prefere ser identificado como afroindígena, cuja origem é o povo Krenak, do estado do Espírito Santo (ES). “É uma cultura que cultivo”, garantiu ele.

Projetos artísticos e sociais

A outra atração de hoje, no Palco Tabajara, o cantor e compositor Iago D’Jampa participará pela primeira vez do evento. “As minhas expectativas são as melhores possíveis. Fiquei muito feliz e honrado”, confessou ele.

Na ocasião, o artista informou que vai iniciar a apresentação com uma parte instrumental, com duração de cerca de dois minutos, que ele mesmo arranjou especialmente para a ocasião. Nesse momento, vai estar acompanhado do DJ Nel. “Será como uma carta de apresentação. Depois, vou prosseguir com meu show normal, com repertório de cinco músicas autorais, as quais são ‘Jampa Paradise’; ‘Sereia’; ‘Só Good’, que terá a participação do vocalista da banda Pédecoco, Allmedinha; ‘D’role com Ela’ e ‘Louca Vida’. Caso seja possível, ele acrescentou que cantará mais uma música, intitulada ‘Uma Boa Lembrança’, todas autorais.

“As músicas do repertório falam de vários temas, como o progresso, de vitória, bem como da minha vivência na cidade de João Pessoa, onde nasci e moro. Exalto essa capital em algumas letras, mencionando, por exemplo, algum local que visitei, assim como o ar tropical que João Pessoa tem. A música mais conhecida da galera é ‘Só Good’, que já atingiu 200 mil plays nas plataformas digitais de música. Estou produzindo a música ‘Terra de Mlk Doido’, que mistura rap e reggae com um pouco de embolada e foi classificada para a eliminatória do Festival de Música da Paraíba, em Cajazeiras. Essa canção é autobiográfica, pois fala de João Pessoa, da minha vivência nessa cidade e das lutas e desafios enfrentados na minha trajetória de vida”, disse ele.

Iago D’Jampa também informou que é sócio da produtora D’Jampa Life, que desenvolve projetos artísticos e sociais, a exemplo de palestras sobre profissionalização na música e produz eventos para artistas. O empreendimento ainda comercializa camisas contendo temas relacionados à capital paraibana. O artista começou a carreira há mais de uma década, tocando em barzinhos de João Pessoa, e, há três anos, vem animando bailes pela cidade, com suas músicas autorais.

*Matéria publicada na edição impressa de 18 de abril de 2023