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Amanhã, em João Pessoa, começa o Festival Alumiô, evento musical que vai até o próximo domingo para comemorar os 10 anos de existência da Vila do Porto

Para iluminar o Centro Histórico

publicado: 21/09/2022 00h00, última modificação: 21/09/2022 10h37
vila do porto © roberto guedes.JPG

Com 18 atrações musicais ao longo do festival que celebra a Vila do Porto, o Alumiô preza pela diversidade com nomes como Luisa e os Alquimistas, Os Fulano e Sanhauá Samba Clube, dentre outros - Foto: Foto: Roberto Guedes

tags: Centro Histórico de João Pessoa , Vila do Porto , CULTURA

por Joel Cavalcanti*

 

Uma casa de shows no Centro Histórico de João Pessoa, junto ao rio de onde a capital paraibana se espraiou, completa 10 anos de fundação se firmando como uma das principais vitrines da qualidade e da diversidade da música autoral que se produz no estado. A Vila do Porto celebra uma década de atuação na cena cultural com o Festival Alumiô, evento que começa amanhã e segue até domingo (25), com 18 atrações musicais, exposição fotográfica e feirinha. Tudo acontece dentro do espaço e no Largo São Pedro, com ingressos custando R$ 10 e que podem ser adquiridos através da plataforma Sympla. Com apoio da Funjope e da Funesc, parte da programação de sábado será gratuita.

Com mais de duas mil atrações que passaram pelo palco da Vila do Porto, a programação do Festival busca homenagear novos e velhos parceiros durante os anos de funcionamento da casa, como é o caso do Clube do Samba, que se apresenta no sábado (24) – e foi a primeira banda a tocar no local –, e Luisa e os Alquimistas, banda potiguar que é destaque no dia de abertura do Alumiô. O grupo liderado pela cantora e compositora Luisa Nascim promete um show animado, como despedida do terceiro álbum, Jaguatirica Print. Com um som que se caracteriza pelos batidões eletrônicos da música urbana nordestina, a banda investe em experimentação de timbres e arranjos que têm como referência o dub, reggaeton, rap e o R&B. A sonoridade também se estende ao passado e busca climas por vezes retrô e, até mesmo, brega dos anos 1980 e 1990.

Já na sexta (23), o destaque fica para o grupo de axé Tracundum. É com o tempero do coco paraibano que a banda realiza a sua integração com o tradicional estilo musical baiano. “Como a gente faz um ‘Paraíba-axé’, tem um certo tipo de mistura com as coisas do estado. E a gente não poderia deixar de encontrar um lugarzinho para o nosso ritmo”, descreve o vocalista e guitarrista Toni Silva. Dia que reúne o maior número de atrações, o sábado do Alumiô ocorre em três pontos diferentes e nove opções para o público, entre eles, Os Fulano, Furmiga Dub e Sanhauá Samba Clube, todos os três de graça no Largo de São Pedro Gonçalves, a partir das 17h. No domingo, o encerramento contará com Totonheira, duo entre Totonho e Vieira, e Funkeria, a big band dançante que faz releituras de clássicos da soul e dance music dos anos 1970 e 1980, além de hits do pop.

De forma geral, o Alumiô reflete a diversidade de ritmos e propostas estéticas que a casa de shows apresenta em sua programação regular. “Sempre houve espaço para quem está começando, projetos novos e a Vila do Porto sempre apoiou bastante esses movimentos. As bandas começam, se apresentam aqui, e isso abre portas para tocar em outros lugares depois. 

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Com 18 atrações musicais ao longo do festival que celebra a Vila do Porto, o Alumiô preza pela diversidade com nomes como Luisa e os Alquimistas, Os Fulano e Sanhauá Samba Clube, dentre outros

Aqui, nós abraçamos todos os nichos, todas as tribos. Fazemos de tudo, do coco, do samba, do rock, até festa com música eletrônica, pop… tem de tudo”, destaca Ramon Suarez, proprietário do local, que mais que um administrador comercial, acabou se tornando um curador artístico da música paraibana, função que não nega ter assumido. “De uma maneira ou de outra, sim, porque a gente acaba selecionando o que vai tocar aqui, mas sempre trabalho em parceria, apoiando os produtores locais que entraram nessa jornada”, complementa ele.

Até Ramon Suarez chegar ao prédio centenário inaugurado em 1922, foram muitos os caminhos percorridos. Vindo do interior de São Paulo, ele sempre tocou em bandas independentes, mas ganhava a vida dando aulas de Espanhol. Com a vinda de uma irmã para estudar na Paraíba, Suarez aproveitou a oportunidade para vir junto e fugir da rotina estressante que levava na megalópole. Foi em João Pessoa que ele encontrou o espaço perfeito para realizar o sonho de ter um bar. E o local construído para ser um suporte para o Hotel Globo, tombado pelo Iphan desde 1980, estava disponível em anúncios de classificados. “Muita gente dizia que havia uma cabeça de burro enterrada aqui, mas desde o primeiro ano que chegamos sempre fomos crescendo. Passamos por momentos ruins, como qualquer comércio, principalmente durante a pandemia, mas sempre foi bom e gratificante”, lembra o empresário sobre o histórico da propriedade que já abrigou uma gráfica, uma oficina mecânica e, desde a década de 1990, converteu-se em casas de shows. “O Alumiô é para trazer um pouco de luz para esse Centro Histórico, e para as bandas e todo o cenário cultural paraibano”, finaliza Ramon Suarez.

Confira a programação completa do Festival Alumiô

Quinta, 20h, na Vila do Porto:
Wil Cor e eletrocores
Claudinha Summer
Luisa e os Alquimistas

Sexta, 20h, Vila do Porto
Tracundum
Dj Sinfronio
Samba Parathyba

Sábado, 17h, Largo de São Pedro
Os Fulano
Furmiga Dub
Sanhaua Samba Clube

Sábado, 20h, no Centrô
Côco de Oxum
Dj Dantrao
Clube do Samba

Sábado, 20h, na General Store
Kaos na vila
Banda incessante
Projeto Mosh

Domingo, 17h, Vila do Porto
Totonheira
Acarajow
Funkeria

*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 21 de setembro de 2022.