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Patmos lança biografia em HQ do paraibano Horácio de Almeida

publicado: 25/08/2016 00h05, última modificação: 25/08/2016 02h09
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Trecho de capa da HQ retrata rosto do historiador, que foi um dos fundadores da Academia Paraibana de Letras - Foto: Divulgação

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Guilherme Cabral

"Ele é considerado um dos mais importantes historiadores da Paraíba e possuía o maior acervo bibliográfico e documental, inclusive raridades, sobre o Estado. Espero que, com essa obra, possa haver um resgate desse intelectual, que ficou conhecido por ser polemista, pois caiu em ostracismo desde que morreu, em 1983”, disse para o jornal A União, referindo-se a Horácio de Almeida (1896 - 1983), o escritor e historiador Bruno Gaudêncio, autor do roteiro da biografia quadrinizada - a qual é o 12º volume da Coleção Primeira Leitura, da Patmos Editora - cujo lançamento acontece hoje, a partir das 19h, no Salão Vladimir Carvalho instalado na Usina Cultural Energisa, em João Pessoa. A obra - que será apresentada pelo presidente da Academia Paraibana de Letras (APL), Damião Ramos Cavalcanti - é ilustrada por Américo Filho e direcionada ao público infantojuvenil.

- O lançamento do livro Horácio de Almeida em Quadrinhos é, também, uma oportunidade para que as novas gerações conheçam esse historiador, prosseguiu Bruno Gaudêncio. “Além de historiador, Horácio de Almeida também foi jornalista, biógrafo, ensaísta e dicionarista e se destacou em todas essas áreas”, ressaltou ele, para quem o seu biografado caiu no ostracismo depois que faleceu. “No período de 1920 a 1980 do século XX, Horácio foi bastante atuante e era um intelectual referenciado, autor, por exemplo, do livro - em dois volumes - História da Paraíba”, prosseguiu o roteirista da obra.

Na opinião de Bruno Gaudêncio, algumas situações levaram o historiador Horácio de Almeida a cair no ostracismo. A primeira, segundo ele, ocorreu quando o historiador decidiu morar com a família no Rio de Janeiro, por causa de problemas relacionados à vontade - frustrada - do intelectual ter tentar ser político. “A própria cultura do esquecimento, que acontece na área cultural, mas, ainda, em outras, já que o Brasil é conhecido por ser um País que não costuma preservar sua memória, também contribuiu para isso”, disse o escritor e historiador.

“Horácio de Almeida era um apaixonado pela Paraíba e pelo livro. Ele tinha o maior acervo bibliográfico e documental sobre o Estado, que foi doado ao filho, Átila Almeida, quando o pai faleceu. Átila era professor de Matemática na então Universidade Federal da Paraíba, hoje Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), e, quando morreu, a Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) adquiriu da viúva esse acervo”, lembrou Bruno Gaudêncio.

Um dos fundadores da Academia Paraibana de Letras, Horácio de Almeida nasceu na cidade de Areia, em 21 de outubro de 1896, e faleceu no dia 5 de junho de 1983, no Rio de Janeiro. Filho de Rufino Augusto de Almeida e Adelaide Jocunda de Almeida, o historiador era casado com dona Corinta Freitas de Almeida, com quem gerou sete filhos: Átila, Armênia, Libânia, Luiz, Carlos Eduardo Ignez e Dóris. Ele bacharelou-se na Faculdade de Direito do Recife, em 1930, e regressou à Paraíba. Sua carreira profissional começou como juiz eleitoral, mas também exerceu o cargo de secretário do Interior e Justiça do Estado e, ainda, colaborava nos jornais da cidade de João Pessoa. Em 1946, transferiu-se para o Rio de Janeiro, a então capital política e cultural do Brasil. E, entre as obras publicadas, é autor dos seguintes títulos: Contribuição para uma bibliografia paraibana (1972); Pedro Américo - ligeira notícia bibliográfica (1943); Pedro Américo - centenário do seu nascimento (1944); Brejo de Areia - memórias de um município (1958); Augusto dos Anjos - razões de sua angústia (1962); História da Paraíba (1966); Augusto dos Anjos - tema para debates (1970); Dicionário Popular Paraibano (1979) e Dicionário de termos eróticos e afins (1982).