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Patmos Editora lança HQ que aborda milagres do menino Jesus

publicado: 30/06/2017 00h05, última modificação: 30/06/2017 07h08
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Trecho da capa da obra intitulada "Os Milagres do Menino Jesus – A Fuga da Sagrada Família para o Egito" - Foto: Divulgação

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Guilherme Cabral

“Mais uma iniciativa inovadora no mercado de livros em quadrinhos na Paraíba”. É assim que a equipe da Patmos Editora considera o lançamento nesta sexta (30), a partir das 19h, em sessão de autógrafos na Sala Vladimir Carvalho da Usina Cultural Energisa, em João Pessoa, da obra intitulada Os Milagres do Menino Jesus – A Fuga da Sagrada Família para o Egito, cujo roteiro é assinado pela jornalista carioca, radicada na Paraíba há oito anos, Renata Vieira Theobald, tem ilustrações do paraibano Megaron Xavier e é o segundo volume da coleção Kyrie (vocativo de uma palavra grega que significa Ó Senhor), dedicada a temas religiosos. Na ocasião, a HQ vai custar R$ 34,90.

A fonte para a realização desse projeto editorial da Patmos é o catolicismo e o título dessa nova obra da coleção em HQ se baseia em narrativas dos evangelhos apócrifos, escritos entre os séculos 2 e 5 da era cristã, mas não reconhecidos por católicos e evangélicos por não serem considerados textos inspirados. “Num primeiro momento, intimidou-me a ideia de escrever sobre alguém tão singular como Jesus. Além, é claro, de o tema remeter a um dos assuntos dos quais não se discute, a religião. Tinha medo de ser mais impositiva, de ofender um ou outro. Nunca tinha escrito um livro e eu, como jornalista, estava acostumada a apurar notícias e legitimá-las”, admitiu a roteirista Renata Theobald para o jornal A União. No entanto, ela encarou esse desafio ao perceber se tratar de uma proposta “um pouco diferenciada, mais aberta”, na qual poderia trabalhar com histórias alternativas, em que não há fatos definitivamente comprovados e por considerar o quadrinho “mais descontraído”.

“Nesta HQ, o velho hábito cai por terra, pois relato a infância de Jesus. É um assunto que a Bíblia canônica, aquela na qual se baseiam a liturgia e o ensino, não aborda. Logo, nossas “historinhas” se baseiam nos evangelhos apócrifos, que não teriam sido inspirados e, por isso, não entraram na lista dos livros bíblicos. Os apócrifos (escondidos, secretos) são escritos que vêm preencher lacunas do cristianismo com o relato de milagres e travessuras do menino Jesus. Ora abordando sua humanidade como a de qualquer criança, ora deixando claro seu poder de criatura divina”, comentou a roteirista.

Os autores dos evangelhos apócrifos são vários e foram escritos para diferentes comunidades. Alguns receberam nomes de apóstolos. Essas obras narram diversas situações, a exemplo das circunstâncias do nascimento de Maria; como e por que José foi escolhido para seu esposo; a Anunciação; o nascimento de Jesus; a infância do menino Jesus, incluindo a sua fuga com a família para o Egito e os anos que lá passaram escondidos dos soldados de Herodes. Outros relatam a permanência da Virgem Maria no templo de Jerusalém, onde fora educada desde os três anos, e de como foi designado São José – que já era um homem velho, viúvo e tinha outros filhos e filhas – para cuidar dela quando cumpriu os 12 anos.

Renata Theobald garantiu que realizou um trabalho intenso de pesquisa, com a leitura de várias obras, para poder escrever o enredo da HQ. “Gostei bastante dessa experiência de lançar o primeiro livro. Além disso, também gostei das ilustrações de Megaron Xavier, que deram um ritmo legal ao livro, que ficou leve, sem ser impositivo e nada muito sério. E as ilustrações quebraram aquela imagem de livro religioso, certinho”, confessou para A União a jornalista, que não descarta, se houver nova oportunidade, continuar na atividade de escritora.