Dizem as Más Línguas que Lau Capym, artista paraense radicada na Paraíba, lançará, em breve, nas plataformas de música, o seu primeiro EP — assim titulado em razão da canção homônima, que chegou a público na semana passada. O projeto conta com as participações de artistas paraibanos e uma multiplicidade de gêneros, que vão do bolero ao pop. “Porque essa é a pessoa que eu sou. Enquanto consumidora de música e de arte, eu mesma me sinto uma pessoa muito eclética”, justifica. A estreia estava agendada para hoje, mas teve que ser adiada por questões relacionadas à distribuição do material no streaming.
Más Línguas contará com cinco faixas. A primeira delas, o interlude “Eu não morri”, parceria com Vó Mera. Na sequência, Lau entrega “Luz acesa”, numa colaboração com Bixarte e Filosofino. A terceira canção é “Como eu quero”: “Uma faixa que eu canto sozinha. E a composição é 100% minha”, informa a intérprete. Fechando o compacto, “Sereia”, dueto com Clara Potiguara e, por fim, “Más línguas”, a canção: “Essa eu tinha escrito há alguns anos e já tinha na minha cabeça que, quando tivesse um álbum, um compacto, ele teria esse nome. Conta com um coro maravilhoso de A Fúria Negra, Bonyva e Manu Lima”, revela.
O EP, produzido por Big Jesi, com recursos da Lei Paulo Gustavo, ainda dispõe de letras recentes, compostas para este que é o primeiro trabalho mais extenso de Lau. Más Línguas também simboliza, no título e no corpo do projeto, a diversidade subjetiva da artista — ao mesmo tempo, “romântica e debochada”. “A importância dessa multiplicidade é a liberdade. Poder cantar o que eu quero, colocar as faixas do jeito que eu acho legal. Mas também, noutro momento, fazer outra versão delas ao vivo, ou com outros gêneros completamente diferentes daqueles que eu trabalhei”, resume.
A pluralidade é um dado que atravessa Lau desde a sua origem. Nascida em Marabá, município do sudeste do Pará, é filha de mãe gaúcha e de pai carioca. Uma de suas primeiras lembranças mais significativas relacionadas à arte refere-se, por sua vez, à música paraibana: um show de Chico César, que assistiu com a família, durante o Réveillon na capital. “Eu tenho um irmão que nasceu em cada estado do Brasil, assim, então, acho que a minha referência seria essa mesmo, assim, muito brasileira. Tento me conectar e ouvir um pouco de cada lugar, um pouco de cada som, porque eu tenho muito apreço pelas culturas populares”, aponta.
Fazendo um balanço de 2025, Lau Capym celebra outras conquistas. Em maio, por meio de uma sessão de pitching, na capital, ela pôde compartilhar parte de sua trajetória na música durante o Coquetel Molotov Negócios, fazendo sua obra circular entre possíveis produtores. Ela também participou da gravação do compacto de A Fúria Negra.
“Para 2026, meus planos são rodar o Brasil, principalmente aqui no Nordeste, nos interiores, e espalhar o som de Más Línguas. E o primeiro show está marcado para o dia 19 de dezembro. Será às 18h, na sede do Maracatu Pé de Elefante, no Varadouro, em João Pessoa. Gratuito!”, conclui.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 11 de dezembro de 2025.