Notícias

Poeta Cláudio Limeira completa 70 anos e pretende lançar novo livro

publicado: 14/05/2016 00h05, última modificação: 14/05/2016 09h28
claudiolimeira.jpg

Escritor Cláudio Limeira adiantou que pretende lançar o próximo livro ainda este ano - Foto: Divulgação

tags: Cláudio Limeira , Correio das Artes


Guilherme Cabral

O escritor, jornalista e professor paraibano Cláudio Limeira - que já editou o Correio das Artes, suplemento literário do jornal A União - comemorará sete décadas de vida na próxima segunda-feira, dia 16 de maio. No intuito de marcar o transcurso dessa data, ele pretende lançar - a previsão é de que seja ainda no segundo semestre deste ano - um livro inédito, denominado Velejando - 35 anos de poesia, volume que também vai reunir uma seleção de poemas de seus três títulos anteriores, que são Desafio, Cãotidiano e Remanso, além da fortuna crítica sobre a sua obra.

“Considero que foi muito proveitosa pois consegui, de certo modo, na área da literatura, ser difundido além da minha expectativa, porque estou em antologias internacionais na Suíça e em Portugal”, confessou para A União o poeta Cláudio Limeira, ao fazer um balanço da trajetória dos 70 anos de idade que está prestes a completar. A propósito, o novo livro contem cerca de 80 poemas. “São em vários estilos, longos, médios e haikais, que falam sobre temas diversos, como amor e o social”, disse ele, que é natural da cidade de Cuité, mas reside em João Pessoa desde 1964 e é formado em Licenciatura em Matemática pela Universidade Federal da Paraíba e em Educação Artística, por meio de curso intensivo realizado em Sapé e promovido pelo Governo do Estado quando a UFPB ainda não oferecia esse curso. Mas garantiu ainda ter mais textos inéditos de contos, causos e humor, os quais podem vir a ser publicados posteriormente.

Cláudio Limeira lamentou a ocorrência de um fenômeno contemporâneo em âmbito nacional, inclusive na Paraíba, já constatado por outros intelectuais: a existência de mais academias de ginástica do que de livrarias. “Hoje se vê mais livrarias em shoppings, vendendo best-sellers”, comentou o poeta, para quem uma série de fatores levou a tal situação, a exemplo da massificação da comunicação. Um quadro bem diferente, conforme lembrou, da efervescência que se vivia, mesmo na época do regime militar, deflagrado no Brasil em 1964. “Para quem tinha uma vida cultural era quase impossível não lutar contra a ditadura. Era época de muita atividade na cidade de João Pessoa, com realização de vernissages e, na gestão do governador Pedro Gondim, houve a ampliação de bibliotecas”, disse ele, que, por sua militância na área da cultura, foi perseguido pelos militares e preso, por uma semana, em Recife, em 1967, sob suspeita de subversão. “Mas deu para sentir a barra”, admitiu.

Na área da literatura, Cláudio Limeira acredita que o Correio das Artes contribuiu para divulgar o seu nome. A propósito, ele lembrou que foi coeditor, com o poeta Sérgio de Castro Pinto, do suplemento literário de A União a partir de 13 de setembro de 1992 até dezembro de 1997, quando então assumiu a editoria e permaneceu na função até maio de 2002. “Eu procurava divulgar muito os autores paraibanos - inclusive os novos, inéditos - de forma emparelhada com os de fora”, disse ele, cuja esposa, a também professora e poetisa Yó Limeira, autora do livro intitulado Era domingo..., foi editora do Correinho das Artes. E, nos anos 1990, ele já havia mantido uma coluna de humor naquele mesmo matutino, função que exerceu, na década anterior, no jornal O Norte, hoje extinto.