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Políbio Alves conta trajetória em palestra promovida pelo IHGP

publicado: 04/11/2016 00h05, última modificação: 04/11/2016 11h17
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O escritor Políbio Alves antecipou ao Jornal A União que está produzindo um novo projeto - Foto: Edson Matos

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Guilherme Cabral

O escritor Políbio Alves fala hoje, a partir das 17h, na sede do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano (IHGP), em João Pessoa, sobre sua vida literária, dentro do Ciclo de Palestras Acadêmico Luiz Augusto Crispim denominado “A arte poética de autores paraibanos por eles próprios”, evento promovido pela instituição, localizada na Rua Barão do Abiaí, nº 64, no Centro da cidade. Na ocasião, a professora doutora Roselis Batista Ralle, da Universidade de Reims Champagne – Ardenne, na França, fará a apresentação do poeta e ficcionista e também haverá performance da atriz Anunciada Fernandes, que irá recitar alguns textos do convidado.

“Isso é muito salutar para o autor. Ir ao encontro do seu público leitor. Isso é muito enriquecedor. Haverá uma troca de informações e energias positivas entre a plateia e o autor”, disse para o jornal A União Políbio Alves, ao falar sobre o evento. “O objetivo é divulgar o autor paraibano vivo. Parabéns ao doutor Guilherme D’ávila Lins, guardião do IHGP, por essa iniciativa”, acrescentou o poeta, que nasceu na cidade de João Pessoa. “A nova administração do IHGP está com esse projeto cultural em plena efervescência, tendo como suporte a arte poética de autores paraibanos por eles próprios. Isso é algo novo na Paraíba, ou seja, valorizar o autor vivo, porque normalmente, aqui na minha província, é um propósito cultural homenagear os autores mortos”, garantiu o escritor.

O poeta admitiu se sentir “em estado de graça” por essa oportunidade para falar do seu trabalho, que classifica de “escritura polibiana”. E fez a seguinte confissão: “Eu sempre quis ser um autor que pudesse ser lido e discutido nas escolas, com a possibilidade de formar jovens leitores. Então, essa iniciativa do IHGP tem um voo mais alto, que é um público adulto e, na maioria das vezes, cabeças pensantes da minha província”.

“Estou na velhice mas, no entanto, continuo lúcido, como se fosse pleno adolescente. Esse convite chegou num momento preciso, porque eu estou trabalhando muito, correndo contra o tempo, e é a grande oportunidade de eu falar do ofício de escrever. Essa palestra está pautada numa conversa que tive com Molina Ribeiro, jornalista e escritora campinense. Ela não se encontra mais entre nós. Está em outras galáxias. Eu tenho certeza que ela está muito feliz com o resultado do meu trabalho literário. E ela permanece viva na minha lembrança e na dos amigos. E, exatamente, no meu coração”, confessou ele.

Políbio Alves antecipou para A União já ter um novo projeto literário em vista. Trata-se do livro intitulado Aquele homem devorava ervas amargas. “É um texto de ficção, conforme os estudiosos de teoria literária. Confesso que eu não tenho nenhuma preocupação de classificar o meu texto. Esse livro eu comecei a escrever em janeiro de 2008 e somente agora dei por terminado. Eu estou muito ansioso para entregar esse livro ao público leitor. Eu pretendo publicá-lo no próximo ano, aqui no reino do Varadouro ou na Felipéia de Nossa Senhora das Neves, ou nas Acácias, ou às margens do Sanhauá. Esse meu novo trabalho tem como referencial uma cidade antiga, banhada por um rio e um velho porto desativado. Toda a história se passa num sobrado às margens do rio, tendo como patriarca o coronel da família Alvarez, a mais importante, segundo os historiadores dessa cidade. Há uma procura incessante para se chegar a uma conclusão, se o coronel foi assassinado ou se suicidou. Foram arroladas testemunhas, entre outras, Alberto Camus, Roselis Batista Ralle, Gean Genet, Américo Vespúcio, Cecília Meireles. Foram detidos como suspeitos, Urubu Doido (um morador de rua), Alberto Moravia e Bertolt Brecht”, revelou o autor.