Lucas Silva - Especial para A União
O grupo retornou no segundo semestre de 2015 à cena musical com um show no Festival Móbile e agora está finalizando um Ep com cinco músicas. Além disso, eles são conhecidos por canções vigorosas e arrebatadoras. Se você pensou na banda Pau de Dar em Doido, acertou, porque os rapazes fazem show hoje no Projeto Cambada do Espaço Cultural. A apresentação, que acontece na Sala de Concertos Maestro José Siqueira, a partir das 21h, irá passear pela sonoridade áspera e percussiva da banda. Os ingressos custam R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia-entrada). A bilheteria abre com uma hora de antecedência.
Sendo conhecidos por serem Filhos da psicodelia nordestina de Lula Côrtes e Zé Ramalho e do grupo de estudos Jaguaribe Carne, a atual formação da banda composta por Luciano (alfaia, zabumba, caixa e vocal), Badauê (baixo, pandeiro e vocal), Ilsom (vocal), Laylson (guitarra e vocal) e César (caixa, percussão e efeitos), bebeu no punk rock e na poesia de João Cabral de Melo Neto, Josué de Castro e Otacílio Batista.
Além disso, tornaram sua música notória e necessária. Fazendo um recorte na história, a imprensa chegou a dizer que a banda era a “Paraíba Sonora” e completava “a renovação da MPB que vem do Nordeste”.
Como dito anteriormente, a banda tem uma sonoridade áspera e percussiva que os cantadores e repentistas misturam literalmente com a caoticidade, explosão e pancadaria sonora. Apesar de não haver adjetivos para defini-los com precisão, eles vão muito além de serem apenas uma banda de rock com ritmos nordestinos. Sem exagero algum, essa turma redesenhou de forma intuitiva a maneira de tocar as cordas distorcidas e as batidas desses elementos.
Por outro lado, a identidade musical é a mesma que os fez conhecidos no início do ano 2000, quando a banda se formou, mas conquistando novos públicos. “Muita gente que frequenta shows hoje tinha por volta de 10 anos na época que a PDD surgiu. Queremos chegar junto deles também”, comenta o vocalista da banda Ilsom.
“Quando começamos, no finalzinho de 1999, existiam muitas bandas na cidade e aconteciam bons festivais aqui na Paraíba. A Universidade também era um bom lugar para tocar. Neste contexto favorável, era comum as próprias bandas organizarem seus shows. Gravar uma demo era um pouco caro, mas quase todas as bandas tinham seu material”, lembram os músicos.
Hoje, afirmada e pronta pro levante, depois de 13 anos silenciosa, a banda retorna intensa, com suas canções vigorosas e arrebatadoras. É o fim da trégua. “Hoje, as redes sociais ajudam no trabalho, mas há uma certa acomodação na maneira de realizar tudo. Antes as pessoas tinham que ir aos shows para ver a banda, hoje basta colocar no youtube e assistir, e esse comodismo tem se espalhado nas ações do dia a dia e nas relações em geral. Não há mais aquela correria de antes pra fazer com que as coisas funcionem bem”, acrescentou o vocalista da banda.
Sobre o ‘Cambada’ – O projeto “Cambada” foi lançado em janeiro, com a ideia inicial de realizar apenas uma temporada. Com o nome que faz referência ao coletivo de caranguejos, virou sucesso de público, e a frequência de shows passou a ser mensal. A proposta consiste em realizar uma série de shows onde artistas da terra se apresentam com repertório construído exclusivamente com músicas de compositores paraibanos.
Com a ação, a Funesc pretende oferecer um panorama da produção local à população, ampliando dessa forma o acesso às mais variadas vertentes da música, onde cada artista apresenta, além de seu repertório autoral, músicas de conterrâneos.