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‘Conversas Paralelas’ tem como tema a produção e a recepção estética nos dias de hoje: ‘A quem falam os poetas?’

Projeto da IFPB explora a poesia contemporânea

publicado: 15/12/2021 09h47, última modificação: 15/12/2021 10h07
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por Gi Ismael*

Os autores Expedito Ferraz Júnior, Jon Moreira e Danilo Peixoto são os convidados para o projeto ‘Conversas Paralelas’ de hoje, que abordará o tema ‘A quem falam os poetas? - Criação e recepção de poesia hoje’ A partir das 19h, o painel será transmitido ao vivo pela internet e poderá ser assistido através do canal oficial no YouTube do EAD - Letras do Instituto Federal da Paraíba (IFPB), campus de João Pessoa, ou ainda pelo perfil no Instagram do curso (@letrasifpb).

Segundo a professora Dra. Analice Pereira, idealizadora do projeto de extensão, a roda de conversa pretende caminhar por diferentes perspectivas acerca da literatura contemporânea. “Expedito e Danilo foram alunos do IFPB. Então, nós pensamos um pouco nessa questão de trazer os escritores de volta à casa. Há um sentido um tanto afetivo nessa ‘conversa’ de amanhã. Jon Moreira não é aluno egresso, mas é professor no IFRN. Ou seja, estamos todos e todas irmanados, pela poesia, nas relações que construímos dentro dos institutos”, explicou a docente. 

Expedito Ferraz Júnior, professor de Teoria Literária na Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e um dos parceiros do ‘Conversas Paralelas’, pretende ser um “provocador” no debate. “Essa edição do ‘Conversas Paralelas’ traz a oportunidade de ouvirmos dois jovens poetas paraibanos numa troca de ideias sobre a comunicação entre poesia e público, através do livro e das redes sociais. Será uma conversa sobre a experiência concreta de se publicar no atual cenário cultural”, comentou. Ele destacou ainda como o IFPB pode ser um ponto de convergência no tópico, uma vez que propõe um diálogo possível entre o universo da tecnologia e o das artes.

Ferraz ainda espera levar vivências pessoais para o debate, uma vez que a crítica literária também faz parte de seu cotidiano e isso “talvez ajude a diversificar os ângulos de visão sobre os temas que abordaremos”, segundo ele. “A ideia é ouvirmos relatos da vivência pessoal de cada um dos debatedores com a poesia, o que envolve algo dos processos criativos dos poetas e também de questões do mundo editorial e da recepção que suas obras têm obtido. No meio desse caminho, vamos passear ainda pela trilha das concepções estéticas que norteia a atividade poética dos convidados”, adiantou o autor dos livros O visgo das coisas (Penalux, 2018) e Poheresia (Editora A União, 2014).

Para compartilhar perspectivas através dos olhos da nova geração de autores, foram convidados para o debate Danilo Peixoto, autor de Oásis ou asas (Patuá, 2016), e Jon Moreira, autor de Anjo Diluidor (Patuá, 2015). Quando questionado sobre o que pretende levar para o diálogo desta quarta, Jon Moreira ressaltou a importância de democratizar o acesso à leitura. “Eu penso muito sobre a necessidade de dessacralizar a poesia, a literatura. O sagrado está longe da gente, longe do povo, é coisa que não se toca”, disse Jon. “Literatura tem que ser que nem o pão que a gente come, a cadeira, a cama, a novela da tv. Tem que estar dentro da nossa vida,  porque ela nos humaniza. Então eu penso na poesia que esteja em toda parte, na universidade, na escola, na mesa do bar, no muro... A poesia solta pelo mundo”, completou.

Ao fazer um paralelo com sua própria vivência, Danilo Peixoto também ressaltou a relevância do ensino de qualidade na formação literária dos jovens. “Pode-se dizer que o ofício de poeta eu já exercia até mesmo antes de estudar no IF, desde muito jovem. Mas realmente foi lá em que recebi os estímulos a ler poesia e a praticar mais, sem receio e medo. Devido a esses incentivos, pude cursar Letras e estudar Literatura na universidade posteriormente, o que solidificou minha relação com a poesia enquanto porta e também enquanto estudioso”, disse. “Guardo com muito carinho das aulas, leituras e do incentivo que recebia, sobretudo na professora Analice, a continuar estudando e exercitando a linguagem poética”, finalizou.

Fim de temporada

Com o debate de hoje, o projeto ‘Conversas Paralelas - A literatura paraibana contemporânea’ finaliza o ano de 2021 contabilizando seis edições. “Em cada uma contamos com uma participação média de 60 pessoas, ou seja, 60 certificados emitidos. Hoje as gravações das conversas, disponibilizadas no canal de Letras EAD/IFPB, somam uma média de 300 visualizações”, disse a professora Dra. Analice Pereira. “Esses números, para nós, representam muito, pois entendemos que são, também, multiplicadoras de conhecimento, já que nosso público-alvo é formado por estudantes de letras, ou seja, professores de literatura em formação”, completou ela. 

Além de entrevistas com Marília Arnaud, Roberto Menezes, Políbio Alves e Patrícia Rosas, o projeto de extensão também sediou, no começo de dezembro, o painel ‘O cordel é punhal’, que contou com Aderaldo Luciano e Hélder Pinheiro como convidados.

‘Conversas Paralelas’ é uma realização do curso de Letras Ensino a Distância do Instituto Federal da Paraíba, em parceria com os professores Diógenes Maciel (UEPB) e Expedito Ferraz (UFPB) e a professora Valéria Andrade (UFCG). O projeto de extensão conta também com a parceria social da Empresa Paraibana de Comunicação (EPC), parceira social do projeto. Após a transmissão de hoje, a iniciativa entra em um breve hiato e retorna para uma nova temporada em fevereiro.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 15 de dezembro de 2021